FELIZ NATAL!
Rodolfo Juarez
É Natal!
Um momento
esperado por todos aqui no Amapá.
Podemos não
ter bons administradores para os interesses da população, mas sabemos que somos
bons de festa. Festeiros mesmo.
As praças das
cidades estão enfeitadas, os prédios públicos iluminados, os grupos de cantatas
fizeram o seu papel, os alunos da rede pública estão de folga, os concurseiros
só param dia 24, as passagens aéreas tirando o olho da cara, a alternativa é a
navegação fluvial, cada vez mais adequada e cada vez mais sentindo falta de um
terminal de passageiros que dê dignidade àqueles que escolhem os barcos
regionais para o deslocamento.
Os
supermercados estão cheios. O que não está cheio é o carrinho de cada cliente
que reclama da punição que recebem com uma inflação de quase 11%, de um salário
sem aumento em 2015 e com a falta de respeito daqueles que não fizeram o que
prometeram e que foram capazes de usar das mais diferentes desculpas para
justificar a inapetência.
Um Natal
difícil para o funcionário público que não teve aumento e viu os respectivos
sindicatos perderem a batalha para os insolentes representantes do Poder
Público que adiavam os pleitos e jogavam com as palavras criando dificuldades
em um ambiente de crise, inflado pela corrupção que foi descoberta em muitas
modalidades e em profusão durante o ano.
As notícias
nacionais alimentavam os programas de televisão com listagem dos corruptos,
dentro e fora do governo. Grandes empresas tiveram os seus dirigentes presos e
afastados da direção, bancos servindo de instrumento para alimentar a corrupção
que não cabia mais apenas nas faturas da Petrobrás ou da Nucleobrás.
Por mais de
500 dias o telespectador, ouvinte de rádio, o leitor de jornal segue o caminho
das contas na Suíça, onde os corruptos escondem os seus dinheiros sujos, em
diversas moedas e em diversas contas, disfarçado de todos os jeitos possíveis,
inclusive em modalidade de empresas, inventadas pela criatividade dos
corruptos, nas quais o dono do dinheiro deixa de ser dono e passa ser apenas
titular dos ganhos.
Enquanto os
brasileiros, antes desse Natal ouviam isso, acompanhavam as delações premiadas
que trocavam informações por diminuição de pena e penetrava no caminho
fedorento dos corruptos que nunca sabiam de nada e nunca tinham feito nada.
O Natal dos
pobres está sacrificado!
As esperanças
nas promessas feitas, principalmente para as famílias de baixa renda não foram
cumpridas, as maracutáias chegaram às listas daqueles que sonhavam com a casa
prometida, com a universidade financiada e com uma Pátria Educadora.
Aqui, no
ambiente amapaense, desde o começo o contingenciamento do orçamento frustrou
mais da metade dos agentes públicos que ficaram apenas “batendo ponto” e
recebendo no final do mês porque não tinha o que fazer, pois o orçamento
prometido fora contigenciado.
A maior
construção foi a de um ambiente de crise, onde tudo estava difícil, mesmo que
coubesse aumento de gastos com pessoal, seja na forma de contrato
administrativo, seja no aumento de salário para os que já ganhavam bem.
O povo que se
conformasse com as migalhas, fosse acalentado com as mentiras repetidas, pois,
sabiam da máxima de que “uma mentira contada muitas vezes se assemelha a uma
verdade”.
O desafio é
continuar acreditando. Nenhuma medida modificadora foi tomada nem na esfera
federal ou na esfera estadual.
Aguardar é o
que resta para o povo poder ter um Feliz Natal.
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