Rodolfo
Juarez
Mesmo
nos momentos mais críticos até agora havidos, os registros não demonstram nada
que possa ser comparado com o que está acontecendo neste começo de dezembro,
ocaso de 2015, na política do Amapá.
Dá a
impressão que há uma crise de liderança e que as questões pessoais passam a ser
muito mais importantes do que qualquer outra crise que esteja se abatendo sobre
o Estado. Nem mesmo os problemas alegados têm magnitude do que se observa na
relação entre os órgãos que tem a responsabilidade de repartir a gestão do
Estado.
Um
agora está querendo intervir no outro!
Nem
mesmo o que aconteceu quando da Operação Eclésia, quando as forças públicas,
orientadas por outros órgãos do Estado, invadiram a Assembleia Legislativa e de
lá retiraram documentos que viriam servir de provas para mais de 20 ações
criminais e 50 ações cíveis na justiça amapaense.
Recentemente
houve a tentativa dos deputados estaduais intervirem no Poder Executivo do
Estado, alegando a atribuição de fiscalização geral que a Assembleia teria
sobre os demais órgãos.
Os
partidos com assento na casa chegaram a indicar os 5 deputados que
constituiriam a comissão processante que poderia retirar do cargo o governador
do Estado. Não deu certo a tentativa, muito mais pela falta de consistência na
acusação, mas causou um embaraço muito grande para o chefe do governo e
incerteza para boa parte da população, principalmente aquela que forma a ala
dos investidores.
Agora,
no primeiro dia de dezembro, Dia do Laudo Suíço, quando chegam os 125 anos que
o Amapá definiu as suas fronteiras, é a vez de ocorrer a revolução parlamentar
quando 13 deputados se uniram, em maioria simples, e decidiram afastar o
presidente da Assembleia Legislativa.
Claro que
esses procedimentos geram uma balburdia só, por mais explicações que sejam
dadas e por mais justificativas que sejam apresentadas.
O
problema está criado deixando de se discutir a principal lei estadual, a Lei do
Orçamento Anual, que define onde vai se gastar a receita prevista para 2016,
para cuidar de quem vai ser o presidente enquanto o outro presidente estiver
afastado.
O povo,
do lado de fora, vê que a sua casa passa por dificuldades de governança e
prejudica, ainda mais, a confiabilidade do que pode sair dali.
Há
poucos dias, em ato simbólico, um do povo se habilitou para passar esfregões na
calçada do prédio da Casa do Povo como ato de protesto pelo que estava prestes
a acontecer, agora, o problema é interno, onde a medição de forças vai exigir dos
dirigentes e dos não dirigentes, comportamentos defensivos que desviarão a
atenção principal dos trabalhos legislativos que não podem parar.
Em
nível nacional já se prega abertamente uma nova eleição, quando se observa que
o país está sem comando e as principais lideranças do governo estão sem
condições de assumir os seus postos pelas mais diversas razões. Aqui no Amapá,
também não seria demais pensar em outra eleição geral, zerando tudo, entregando
o comando para o povo escolher, mais uma vez, os seus dirigentes e
representantes.
O velho
ditado continua atualíssimo: “Quem quer muito traz de casa!”
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