Rodolfo
Juarez
O fim
do ano se aproxima e, mesmo sem considerar os resultados de dezembro, já se
pode dizer que houve equívoco da equipe econômicas do Governo do Estado em
manter, por todo o exercício, o regime de contingenciamento do orçamento em
40%, para a maior parte das atividades específicas do próprio Governo.
A
deliberação do contingenciamento foi tomada logo nos primeiros dias do da atual
administração, sob a alegação de “grave crise” pela qual estava passado o
mundo, o Brasil e, em conseqüência o Amapá.
Para se
ter uma idéia da decisão de contingenciar o orçamento, apenas três órgãos da
administração foram autorizados a executar o orçamento como fora aprovado no
final de 2014 e publicado no Diário Oficial: Saúde, Educação e Segurança
Pública.
Pois
bem, essa decisão não foi revogada de forma geral e pública tendo, entretanto,
alguns órgãos, conseguido executar o seu orçamento com orientação oficiosa e
com autorização especial para os auxiliares responsáveis por manter aquela
parte do orçamento intocável.
A
principal alegação era a condição em que se encontrava o Estado e a dúvida na
confirmação da receita prevista na proposta orçamentária transformada em Lei
pelos deputados, depois de ampla discussão com setores da sociedade.
Com
relação à situação do Estado no começo do ano é preciso algumas reflexões. A
responsabilidade com relação às verbas orçamentárias que não foram empenhadas
eram todas da administração anterior. Nada autorizava os pagamentos daquelas
contas que não tinham o valor empenhado e o dinheiro em caixa.
Aliás,
por causa disso, ainda no primeiro semestre, foram amplamente divulgados os
procedimentos de iniciativa da Procuradoria Geral do Estado, com relação à
responsabilização da administração que teve suas atividades encerradas no dia
31 de dezembro de 2014.
O
exercício de 2015, que começara no dia 1.º de janeiro, estava, portanto,
intacto.
Logo,
todas as estratégias que foram adotadas tinham como horizonte o que estava
definido na Lei do Orçamento Anual, a não ser que houvesse motivos (como os
exatamente os alegados) para precaução.
Esses
motivos, caso houvesse a confirmação da receita prevista, deixaria uma economia
de, no mínimo, 900 milhões de reais, caso o contingenciamento fosse mantido até
o final do ano, além do que, por não cumprimento da Lei do Orçamento, poderia
haver responsabilização pelas decisões contrárias ou mal tomadas.
Depois
de passados os 11 meses da administração e da manutenção do contingenciamento
aos órgãos que não saúde, educação ou segurança pública, o que se contabiliza é
um provável superávit global, considerando que houve déficit na arrecadação
estadual, mas um superávit maior nas transferências constitucionais.
Nada a
ver com a liberação das parcelas do empréstimo do BNDES, estas dependendo
apenas da compatibilização entre o liberado e o comprovadamente executado.
Se
confirmado o superávit que neste momento indicam os valores transferidos e
arrecadados, a Administração vai ter muito para explicar com relação ao
contingenciamento aplicado sobre o orçamento da maioria dos órgãos do Estado,
que prejudicou os interesses da população que, principalmente do setor saúde,
tem muito do que reclamar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário