quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O Amapá no Ranking de Gestão dos Estados Brasileiros

Rodolfo Juarez
A Revista Veja, desta semana, publicou a segunda edição do Ranking de Gestão dos Estados Brasileiros, avaliando as condições das 27 unidades da federação para atrair investimentos estrangeiros.
Neste de 2012 foram analisados 26 indicadores, organizados em 8 categorias, com a inserção de um novo indicador, o da segurança pública, ancorado no número de homicídios por 100 mil habitantes.
A Unidade de Inteligência da revista Economist, para definir as notas, compilou dados de relatórios jurídicos, publicações acadêmicas e de governos e sites de autoridades, bem como de organizações que acompanham os governos. O resultado, em cada quesito, foi ponderado em uma fórmula matemática e convertido para um escala de zero a 100 para cada unidade.
Foram avaliados em cada Estado: 1) o ambiente político; 2) o ambiente econômico; 3) a infraestrutura; 4) o regime tributário e regulatório; 5) os recursos humanos; 6) a política para investimentos estrangeiros; 7) a inovação; e 8) a sustentabilidade.
O Estado do Amapá em 5 das 8 categorias recebeu conceito ruim, em uma escala que tem os seguintes conceitos: excelente, muito bom, bom, moderado e ruim. Nas outras três categorias, recebeu o Amapá, o conceito moderado.
Na composição do Ranking de Gestão dos Estados Brasileiros o Estado do Amapá recebeu conceito 17,7 e ficou em último lugar, a posição que na primeira versão, em 2011, fora ocupado pelo Estado do Piauí que obteve, em 2012, conceito 22,6 e assumiu a penúltima colocação, exatamente a que foi ocupada pelo Amapá em 2011.
O Estado de São Paulo ficou com o melhor conceito (77,1) e a média nacional ficou registrada em 41,5.
A posição que o Estado do Amapá ocupa no Ranking da Gestão precisa ser analisada com muito cuidado por aqueles que estão com a responsabilidade de gerir os interesses amapaenses, não alegando erros na avaliação da unidade de inteligência daquela revista especializada, mas procurando identificar quais as dificuldades que o Estado vem encontrando para se preparar melhor e merecer a atenção dos investidores internacionais.
Parece muito mais uma das consequências do desequilíbrio das forças impulsionadoras do desenvolvimento do Estado, do que falta de vontade para melhorar as condições de confiança para os investidores.
O desequilíbrio das forças para o desenvolvimento é facilmente detectado. Basta prestar a atenção no que acontece no setor público, onde as forças políticas estão infinitamente superiores àquelas próprias das forças administrativas e técnicas, principalmente destas, que estão desmotivadas e recolhidas, dando a impressão que estão em fuga dos erros que acontecem diariamente e que, de vez em quando, leva de roldão, técnicos que não se protegeram contra os envolvimentos decorrentes das ordens da administração política.
Também está enfraquecida a relação de confiança entre o setor público e o setor privado, este tendo a vanguarda repleta de oportunista e aqueles querendo tirar proveito de uma situação que não deixa o Amapá avançar.
Tratar a questão como uma realidade que precisa ser mudada é a única saída. Depois estabelecer a forma como pode ser mudada a realidade.
Ficar como está é condenar o Amapá e seu povo a permanecer na rabeira do desenvolvimento nacional e como referência de desconfiança para os investimentos estrangeiros e, em consequência, também para os investidores nacionais. 

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