Depois de uma
ascensão espetacular dos democratas e trabalhistas e dos Góes, em todo o Estado
do Amapá, na década passada, quando o PDT se transformou no maior partido do
Estado e Waldez Góes conseguiu, por duas vezes consecutivas, governar o Amapá,
amanhã cai mais uma pilastra que fora erguida naquele período, com o
encerramento do mandato do prefeito de Macapá, Roberto Góes.
A sociologia
política estuda esses casos com muito cuidado e, na maioria das vezes atribuiu
o episódio à busca da sociedade por líderes que, quando não desincumbem bem a
missão ou quando não entendem bem o papel, da mesma forma que ascendem, também
são retirados do cenário com a mesma rapidez.
O importante é
que a comunidade política, em geral, e a comunidade dirigente, em especial,
atentem para fatos como esses para que não sejam cometidos os mesmos erros, provavelmente
pela pressa que têm em fazer o que acham que tem que fazer ou pelo
desconhecimento dos vários aspectos da gestão pública.
O erro não pode
ser do eleitor.
Se existe o erro,
certamente é daqueles que recebem a missão do eleitor e não a executam segundo
as suas aspirações ou mesmo, segundo as propostas que fizeram quando se
dispuseram a receber a missão.
De uns tempos
para cá os políticos não conseguem identificar o centro do interesse do povo e
ficam divagando, claro que procurando acertar, mas não acertam e procuram
aliados, que nem sempre estão dispostos a manter o quadro, pois se vêm no lugar
daqueles que lhes estão pedindo arrego.
Para confortar
os que se aproximam, há um esforço para mantê-los e, para tanto, são elaborados
mirabolantes planos, que precisam de prazos maiores do que aqueles que a regra
geral impõe e recebem nomes especiais e justificativas nem tão republicanas,
como a que se funda na governabilidade ou na possibilidade de ser construída
uma linguagem própria para ser falada por partidos e pessoas com interesses
diversos.
As
condicionantes, então, já não cabem na falada governabilidade e passam a exigir
períodos temporais mais longos e a simular projetos, programas e planos que
precisam de mais tempo e, nesse momento, nasce o “plano de poder”.
Como o plano de
poder é atado com cordas curtas, os nós são impossíveis e basta que uma dessas
cordas seja retirada para que todo o projeto faleça e enterre todos os
programas.
Era assim o
Plano de Poder elaborado nos meados dos anos 2005 que foi testado e deu certo
em 2006, com a reeleição de Waldez Góes para governar o Amapá.
Acontece que
havia muitas cordas atando o plano e algumas delas imprevisíveis e que
começaram a cobrar, no presente de então, o que havia sido planejado para
tempos futuros.
Houve clara
manifestação de ambição e de inveja, da parte dos aliados, daquele que estava
exercendo o começo do Plano de Poder. Todos ficaram impacientes e todos
lustravam os seus próprios projetos que tinham previsão por vir.
Os mais
impacientes começaram a meter os pés pelas mãos, pois todos conheciam os pontos
fortes e os pontos fracos de cada um e entendiam que não podiam esperar a sua
vez.
A indecisão do
começo de 2010 e a convenção dos partidos em junho daquele ano, foi apenas uma
demonstração da impaciência de que estavam acometidos os protagonistas que
metiam os pés no lugar das mãos e que acabaram sendo contidos pela deflagração
da operação Mãos Limpas.
As consequências
foram desastrosas para os que tinham “assinado” o Plano de Poder para 20 anos e
continuaram colhendo o amargo fruto da árvore da derrota. A queda de Roberto
Góes é um dos últimos diques rompidos do Plano de Poder para 20 anos.
As ciências
sócio-políticas poderiam ser o grande instrumento para os atuais mandatários ou
planejadores de poder, para, servindo-se do exemplo recente, tente outra forma,
pois a sociedade e o eleitor continuam atentos aos procedimentos que não os
leva em consideração.
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