terça-feira, 25 de dezembro de 2012

O ano mais complicado para o Governo

Rodolfo Juarez
Historicamente o segundo ano do mandato do Governador do Estado é o mais difícil e, ainda mais difícil, tem sido o do segundo ano do primeiro mandato, considerando que, dos três governadores eleitos, dois deles, João Alberto Rodrigues Capiberibe e Antônio Waldez Góes foram reeleitos e, apenas Annibal Barcellos não foi à reeleição, pois a legislação eleitoral não permitia.
Alguns fatores são sempre apontados como de forte influência para que isso ocorra. O primeiro é o aspecto do atendimento daqueles que, durante a campanha eleitoral, apresentaram um desempenho tão bom que mereceram o prêmio, no Governo, com a entrega de um cargo de confiança; o segundo é a necessidade de contar com auxiliares que, além de confiáveis, tenham condições de desenvolver um bom trabalho e o terceiro está diretamente relacionado com a eleição municipal. Os candidatos do governo têm encontrado dificuldades para eleger-se para prefeito da Capital.
Essas condições deixam o governador muito exposto e com dificuldades para dirigir o Estado e, até, para cumprir o que diz constar do seu plano de governo. As obras atrasam, os programas são revistos e os auxiliares sentem necessidade de consultar o governador a cada iniciativa que seria de sua exclusiva atribuição.
Como as promessas dos auxiliares feitas para o governador são repassadas imediatamente à população, também sob a forma de promessa, a população anota e não consegue ver a promessa cumprida o que vai desgastando o nível de confiança da população nos gestores.
Provavelmente pode estar acontecendo isso com o governador Camilo. Em apenas um caso e tomando como exemplo o Estádio Estadual Milton de Souza Correa, apesar do esforço para não falhar, todas as promessas feitas até agora não foram confirmadas, principalmente com relação às de entrega da obra.
A população não quer saber dos motivos, pois considera que todos eles foram levados em consideração antes da divulgação, pelo próprio governador, da data de conclusão dos serviços. No caso já se foram dois anos de promessas semestrais e, agora, já não há mais condições de fazer outra. E não a faz.
Assim, também, é com a Via Norte-Sul, com o Píer do Sana Inês, com obras de escola, com obras de hospitais e tantas outras que não há razoabilidade para tanta demora, considerando que o tempo “come” o dinheiro devido as variações, para maior, do valor dos contratos com as empresas executoras.
A obra da BR-156 pode ser considerada como o maior desafio para as ordens do governador que logo no começo do seu governo chegou a prometer a entrega das obras para dezembro de 2012, quando voltava de uma das muitas viagens feita a Brasília. O dezembro chegou e a obra não andou conforme o plano que lhe foi apresentado, aliás, não andou de forma nenhuma.
Para se ter uma idéia, neste ano de 2012 a BR -156 completou 80 anos de obras e a partir de 1945, quando foi retomada a execução a partir do Km 9, foram construídos, em média, pouco mais de 18 km por ano.
São essas questões que levam aos governadores terem necessidade de trocar auxiliares em uma tentativa de melhorar a eficiência do Governo, mesmo que esse auxiliar tenha sido um eficiente ajudante eleitoral.
A novidade de agora é a tentativa em melhorar o relacionamento com a Assembléia Legislativa, motivo de muitos problemas com o Governo do Estado devido a falta da maioria naquela casa. Aproveitou e, de uma só tacada, trocou os secretários por deputados e a liderança do Governo naquela casa de leis que, ao que foi visto, a deputada Cristina Almeida não conseguiu desempenhar um bom papel como líder do governo Assembléia Legislativa.
Estão sendo anunciadas novas mudanças e em pontos chaves, apontados como importantes para a tomada de decisão com relação à disputa do pleito regional de 2014, preparando terreno para a reeleição. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário