quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O desequilíbrio que inibe o Amapá

Rodolfo Juarez
O Estado do Amapá precisa, urgentemente, equilibrar as suas forças gerenciais para não ter que lamentar mais perdas comparáveis àquelas que estão sendo reconhecidas agora.
Há um imenso desequilíbrio no cotejo e comparação atual entre as forças políticas, as forças administrativas e as forças técnicas na gestão pública amapaense.
Não há possibilidade de avanço seguro se não houver esse equilíbrio.
No momento a prevalência das forças políticas está sufocando as forças administrativas, com sucessivos erros e a manutenção de processos e procedimentos desatualizados, colocando em risco a atuação de funcionários públicos a cada tomada de decisão ou a cada ordem.
Mais desfalcado ainda está o time dos técnicos, que se vêem substituídos por agentes políticos, alguns cabos eleitorais, sem aptidão ou preparo para assumir responsabilidades, por falta absoluta de preparo técnico.
Dimensionar o quadro atual é uma necessidade.
O Estado do Amapá vem tropeçando na definição do seu foco. É razoável aceitar que o foco dos agentes políticos seja a política, mesmo em tempos que não o de eleição, mas não será inteligente entender que o agente político não substitui o administrador público e muito menos, os técnicos especializados como engenheiros, médicos, geólogos, arquitetos, agrônomos, economistas e tantos outros profissionais que têm o preparo acadêmico para contribuir no desenvolvimento e o progresso local.
Também é bastante razoável acreditar que o grande prejuízo que consta no balanço patrimonial da Companhia de Eletricidade do Amapá é resultado desse desequilíbrio – político, administrativo e técnico -, que esteve a serviço da empresa, definindo o seu foco e as suas prioridades.
Basta lembrar que, mesmo mudando os gestores do Estado e os gestores da CEA, foi impossível mudar o foco da empresa, mesmo sabendo que direção adotada era perigosa e o sentido escolhido acabaria em um abismo de profundidade desconhecida.
Outras questões importantes estão exigindo soluções urgentes do Estado e como não há administradores e/ou técnicos para se ocupar do assunto, mesmo sendo de extrema relevância para a sociedade local, o político se escala para assumir o controle (ou o descontrole) do fato como, por exemplo, a questão do recálculo da distribuição do FPE e a questão dos Royalties do Petróleo.
No acaso do recálculo do FPE não bastarão os argumentos políticos de um ou dos três senadores pelo Amapá, em Brasília. Esses senadores precisarão de dados técnicos para enfrentar os argumentos fortes do senador pelo Estado da Bahia que está defendendo a proposta.
De nada vai adiantar os discursos ou as incursões dos senadores daqui – Sarney, Randolfe e Capiberibe -, se eles não estiverem com as análises, sustentados por números oficiais, que não sejam só avaliando o presente, mas mostrando as consequências, todas elas, que poderão advir com a decisão de aprovar a proposta do senador baiano.
Já foi assim com os Royalties do Petróleo, quando os estados do Sudeste Brasileiro se levantaram e conseguiram evitar que se confirmasse o que parecia justo para o País e não um privilégio para alguns estados brasileiros. Nesse episódio, faltaram os dados técnicos para os políticos. Faltaram os argumentos certos para a questão certa.
Então é preciso que seja analisada a situação atual dos entes que sustentam o Estado do Amapá para, então, buscar o necessário equilíbrio de forças para que não continue o povo amapaense vendo essa sucessão perdas que implicam na sua qualidade de vida, piorando-a devido esse desequilíbrio. 

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