O Estado do
Amapá precisa, urgentemente, equilibrar as suas forças gerenciais para não ter
que lamentar mais perdas comparáveis àquelas que estão sendo reconhecidas
agora.
Há um imenso
desequilíbrio no cotejo e comparação atual entre as forças políticas, as forças
administrativas e as forças técnicas na gestão pública amapaense.
Não há
possibilidade de avanço seguro se não houver esse equilíbrio.
No momento a
prevalência das forças políticas está sufocando as forças administrativas, com
sucessivos erros e a manutenção de processos e procedimentos desatualizados,
colocando em risco a atuação de funcionários públicos a cada tomada de decisão
ou a cada ordem.
Mais desfalcado
ainda está o time dos técnicos, que se vêem substituídos por agentes políticos,
alguns cabos eleitorais, sem aptidão ou preparo para assumir responsabilidades,
por falta absoluta de preparo técnico.
Dimensionar o
quadro atual é uma necessidade.
O Estado do
Amapá vem tropeçando na definição do seu foco. É razoável aceitar que o foco
dos agentes políticos seja a política, mesmo em tempos que não o de eleição,
mas não será inteligente entender que o agente político não substitui o
administrador público e muito menos, os técnicos especializados como
engenheiros, médicos, geólogos, arquitetos, agrônomos, economistas e tantos
outros profissionais que têm o preparo acadêmico para contribuir no
desenvolvimento e o progresso local.
Também é
bastante razoável acreditar que o grande prejuízo que consta no balanço
patrimonial da Companhia de Eletricidade do Amapá é resultado desse
desequilíbrio – político, administrativo e técnico -, que esteve a serviço da
empresa, definindo o seu foco e as suas prioridades.
Basta lembrar
que, mesmo mudando os gestores do Estado e os gestores da CEA, foi impossível
mudar o foco da empresa, mesmo sabendo que direção adotada era perigosa e o
sentido escolhido acabaria em um abismo de profundidade desconhecida.
Outras questões
importantes estão exigindo soluções urgentes do Estado e como não há
administradores e/ou técnicos para se ocupar do assunto, mesmo sendo de extrema
relevância para a sociedade local, o político se escala para assumir o controle
(ou o descontrole) do fato como, por exemplo, a questão do recálculo da
distribuição do FPE e a questão dos Royalties do Petróleo.
No acaso do
recálculo do FPE não bastarão os argumentos políticos de um ou dos três
senadores pelo Amapá, em Brasília. Esses senadores precisarão de dados técnicos
para enfrentar os argumentos fortes do senador pelo Estado da Bahia que está
defendendo a proposta.
De nada vai
adiantar os discursos ou as incursões dos senadores daqui – Sarney, Randolfe e
Capiberibe -, se eles não estiverem com as análises, sustentados por números
oficiais, que não sejam só avaliando o presente, mas mostrando as
consequências, todas elas, que poderão advir com a decisão de aprovar a
proposta do senador baiano.
Já foi assim com
os Royalties do Petróleo, quando os estados do Sudeste Brasileiro se levantaram
e conseguiram evitar que se confirmasse o que parecia justo para o País e não
um privilégio para alguns estados brasileiros. Nesse episódio, faltaram os
dados técnicos para os políticos. Faltaram os argumentos certos para a questão
certa.
Então é preciso
que seja analisada a situação atual dos entes que sustentam o Estado do Amapá
para, então, buscar o necessário equilíbrio de forças para que não continue o
povo amapaense vendo essa sucessão perdas que implicam na sua qualidade de
vida, piorando-a devido esse desequilíbrio.
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