Estamos,
verdadeiramente, em uma encruzilhada de onde saem diversos caminhos para serem
percorridos pelos governantes e governados daqui do Amapá.
E quem estiver
no comando, ou no carro que anda na frente, precisa tomar, e logo, uma decisão
que não pode ser errada sob pena de levar o Estado, os municípios e,
principalmente a cidade de Macapá, a continuar com as dificuldades que tem
agora, ou trocá-las por outras, que nem dá para imaginar.
A impressão que
era só dos daqui, daqueles que formam a população do Amapá, está se
consolidando no coração de outras pessoas, que, aparentemente sem qualquer
maldade, têm um conceito que não agrada e, muito menos, serve para os
habitantes daqui, mesmo que seja verdade parece que, ninguém estaria disposto a
negar isso.
Recentemente, em
uma entrevista a uma das emissoras de televisão local, o escritor Isaltino,
pastor de umas das igrejas batistas com endereço em Macapá, quando fazia o
merchandise do lançamento de três dos seus quarenta e um livros – isso dito por
ele -, assim se expressou:
“Eu gosto muito
de morar na Amazônia, já morei 3 anos em Macapá, 5 anos em Manaus e 2 anos em
Belém. Depois fui para Recife onde fiquei uma temporada, mas voltei para a
Amazônia. Eu gosta da Amazônia. E escolhi Macapá para morar. Eu gosto daqui.
Digo até que: Manaus é a Princesa da Floresta; e Macapá é a Pobretona da
Floresta.”
E falou isso sem
qualquer constrangimento.
Com muita boa
vontade, dá para compreender que o pastor falou sem qualquer intenção de
ofender, mesmo porque, na sua avaliação mais sincera, expressou o seu
sentimento verdadeiro.
Mas não dá para
ouvir um registro dessa qualidade, extraído do íntimo conceito de um estudioso,
homem brasileirado, amazonizado e que se expressava com o mais puro sentimento
da verdade, e não avaliá-lo no que isso representa.
Aceitar um
codinome para Macapá de “Pobretona da Amazônia” é impossível fazê-lo sem
remoer-se todo, olhar para o lado, para cima e para baixo, em busca da confirmação
da expressão “a que ponto chegou a cidade e onde está essa cidade e seu povo”.
Precisamos mudar
esse quadro por uma razão muito simples – não somos a cidade Pobretona da
Amazônia e por várias outras razões. O orçamento público municipal é superior a
R$ 1.500,00/habitantes; a vocação não é de uma cidade pobretona; e os registros
feitos pelos daqui, não sugerem que a caiba para a cidade aquele codinome.
Resta aos
administradores públicos, principalmente aqueles que estão no executivo e no
legislativo do Estado e do Município de Macapá reagir, não negando o que disse
o pastor Isaltino, mas afirmando que vai tornar injusto esse codinome, tanto
pela história da cidade, como pela luta do seu povo, mas, principalmente, pela
atenção que passarão a dar para a cidade de Macapá.
É difícil
compreender a situação, mesmo que confirme uma tese de que, de uns tempos para
cá, foram criadas duas cidades – uma cidade real e outra virtual -, e dois
estados – um estado virtual e outro real. Na cidade e no estado virtual vivem
os gestores públicos; na cidade real e no estado real, vive a população.
No momento as
duas cidades – a virtual e a real -, como os dois estados – o virtual e o real
– se afastam um do outro e é preciso que seja invertida essa força, que não só
esses dois entes se aproximem como se fundam e se transformem em um só.
Quando acontecer
isso, uma das consequências será o desaparecimento da Pobretona da Amazônia,
até do imaginário do pastor Isaltino.
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