terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A pobretona da Amazônia?!?!?!

Rodolfo Juarez
Estamos, verdadeiramente, em uma encruzilhada de onde saem diversos caminhos para serem percorridos pelos governantes e governados daqui do Amapá.
E quem estiver no comando, ou no carro que anda na frente, precisa tomar, e logo, uma decisão que não pode ser errada sob pena de levar o Estado, os municípios e, principalmente a cidade de Macapá, a continuar com as dificuldades que tem agora, ou trocá-las por outras, que nem dá para imaginar.
A impressão que era só dos daqui, daqueles que formam a população do Amapá, está se consolidando no coração de outras pessoas, que, aparentemente sem qualquer maldade, têm um conceito que não agrada e, muito menos, serve para os habitantes daqui, mesmo que seja verdade parece que, ninguém estaria disposto a negar isso.
Recentemente, em uma entrevista a uma das emissoras de televisão local, o escritor Isaltino, pastor de umas das igrejas batistas com endereço em Macapá, quando fazia o merchandise do lançamento de três dos seus quarenta e um livros – isso dito por ele -, assim se expressou:
“Eu gosto muito de morar na Amazônia, já morei 3 anos em Macapá, 5 anos em Manaus e 2 anos em Belém. Depois fui para Recife onde fiquei uma temporada, mas voltei para a Amazônia. Eu gosta da Amazônia. E escolhi Macapá para morar. Eu gosto daqui. Digo até que: Manaus é a Princesa da Floresta; e Macapá é a Pobretona da Floresta.”
E falou isso sem qualquer constrangimento.
Com muita boa vontade, dá para compreender que o pastor falou sem qualquer intenção de ofender, mesmo porque, na sua avaliação mais sincera, expressou o seu sentimento verdadeiro.
Mas não dá para ouvir um registro dessa qualidade, extraído do íntimo conceito de um estudioso, homem brasileirado, amazonizado e que se expressava com o mais puro sentimento da verdade, e não avaliá-lo no que isso representa.
Aceitar um codinome para Macapá de “Pobretona da Amazônia” é impossível fazê-lo sem remoer-se todo, olhar para o lado, para cima e para baixo, em busca da confirmação da expressão “a que ponto chegou a cidade e onde está essa cidade e seu povo”.
Precisamos mudar esse quadro por uma razão muito simples – não somos a cidade Pobretona da Amazônia e por várias outras razões. O orçamento público municipal é superior a R$ 1.500,00/habitantes; a vocação não é de uma cidade pobretona; e os registros feitos pelos daqui, não sugerem que a caiba para a cidade aquele codinome.
Resta aos administradores públicos, principalmente aqueles que estão no executivo e no legislativo do Estado e do Município de Macapá reagir, não negando o que disse o pastor Isaltino, mas afirmando que vai tornar injusto esse codinome, tanto pela história da cidade, como pela luta do seu povo, mas, principalmente, pela atenção que passarão a dar para a cidade de Macapá.
É difícil compreender a situação, mesmo que confirme uma tese de que, de uns tempos para cá, foram criadas duas cidades – uma cidade real e outra virtual -, e dois estados – um estado virtual e outro real. Na cidade e no estado virtual vivem os gestores públicos; na cidade real e no estado real, vive a população.
No momento as duas cidades – a virtual e a real -, como os dois estados – o virtual e o real – se afastam um do outro e é preciso que seja invertida essa força, que não só esses dois entes se aproximem como se fundam e se transformem em um só.
Quando acontecer isso, uma das consequências será o desaparecimento da Pobretona da Amazônia, até do imaginário do pastor Isaltino.

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