Os desfiles das
escolas de samba realizados na sexta e no sábado trouxeram de volta os mesmos
problemas de outros anos. Problemas de ordem gerencial, que teriam que ser
resolvidos muito antes e que, além de não serem resolvidos, foram deixados para
serem atestados na hora, com que desafiando o cumprimento de regras muito bem
conhecidas e que todos sabiam que precisavam ser cumpridas.
O atraso do
primeiro dia foi devido à fiscalização que, diga-se, não tão rigorosa, mas que
foi suficiente para castigar os brincantes da primeira escola e,
principalmente, testar a paciência do torcedor que havia se deslocado da zona
norte para a zona sul, no Sambódromo, com todas as dificuldades conhecidas,
tendo que esperar duas horas para ver o desfile da escola que representava
aquela parte da cidade.
Esse erro
poderia ter sido evitado. Aliás, precisam ser evitados todos os erros, se o
carnaval está mesmo nos motivos para o desenvolvimento do turismo no Amapá.
A necessária
evolução do carnaval local não é notada. O que se percebe é um esforço muito
grande dos presidentes das escolas de samba para colocar a agremiação na
disputa dos campeonatos, sempre esperando que a administração do evento seja
também comprometida com o resultado.
O carnaval
amapaense continua tendo grandes dificuldades para encontrar o caminho
desenhado com a construção do Sambódromo. A falta de confiança na gestão do
evento, com a intervenção demasiada do setor público ou com a submissão dos que
estão à frente da liga ao setor público, se perde o rumo e se encontram os
problemas.
O carnaval
amapaense precisa dotar os setores da gestão do evento de autonomia: com o
planejamento feito por todos e a execução pela direção de carnaval escolhida,
deixando os setores financeiros e de arbitragem, com independência para suas
decisões.
O carnaval é uma
questão de interesse popular. Tem que ser bem feita a comunicação – outro setor
que deve ser autônomo -, para que alguém assuma a responsabilidade pelo que é
dito e pelo que é prometido.
A cobertura
feita pela imprensa local é cheia de boa vontade, mas apenas isso, na maioria
dos casos falta profissionalismo. Os padrões, para um evento que está sendo
preparado para ser um dos motivos econômicos do Estado, precisam estar
definidos e conhecidos. A falta de definição faz com que esse padrão seja
mostrado à população em diversas cores, conforme aquela mais conveniente para
aquele que está fazendo a sua avaliação.
Esse cuidado é
da organização do evento, da entidade que é constituída e tem direção definida
pelas escolas.
Um exemplo da
falta de cuidado, por parte da organização, foi dado pelo presidente da liga
quando acompanhava os jurados – ele pessoalmente -, até às cabines e, depois,
no final do desfile, sabe lá até onde.
Isso cria um
clima de desconfiança entre os espectadores.
Imagine se antes
do início em uma partida de futebol, o juiz fosse lavado ao meio do campo pelo
presidente da federação de futebol e, principalmente, se ao final do jogo,
tivesse buscá-lo no portão de saída do alambrado.
Precisa haver
adequada preparação das pessoas, tanto as físicas quanto as jurídicas, para que
comecem a mudar o enfoque que é dado ao carnaval, doutra forma vamos continuar
dizendo que o nosso carnaval precisa melhorar.
É claro que a
melhora será sempre e a qualquer tempo, o objeto de cada escola, mas é preciso
que essa busca venha harmonizada, para que todos os esforços sejam feitos no
mesmo sentido e com os mesmos objetivos.
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