quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Carnaval amapaense: os problemas continuam

Rodolfo Juarez
Os desfiles das escolas de samba realizados na sexta e no sábado trouxeram de volta os mesmos problemas de outros anos. Problemas de ordem gerencial, que teriam que ser resolvidos muito antes e que, além de não serem resolvidos, foram deixados para serem atestados na hora, com que desafiando o cumprimento de regras muito bem conhecidas e que todos sabiam que precisavam ser cumpridas.
O atraso do primeiro dia foi devido à fiscalização que, diga-se, não tão rigorosa, mas que foi suficiente para castigar os brincantes da primeira escola e, principalmente, testar a paciência do torcedor que havia se deslocado da zona norte para a zona sul, no Sambódromo, com todas as dificuldades conhecidas, tendo que esperar duas horas para ver o desfile da escola que representava aquela parte da cidade.
Esse erro poderia ter sido evitado. Aliás, precisam ser evitados todos os erros, se o carnaval está mesmo nos motivos para o desenvolvimento do turismo no Amapá.
A necessária evolução do carnaval local não é notada. O que se percebe é um esforço muito grande dos presidentes das escolas de samba para colocar a agremiação na disputa dos campeonatos, sempre esperando que a administração do evento seja também comprometida com o resultado.
O carnaval amapaense continua tendo grandes dificuldades para encontrar o caminho desenhado com a construção do Sambódromo. A falta de confiança na gestão do evento, com a intervenção demasiada do setor público ou com a submissão dos que estão à frente da liga ao setor público, se perde o rumo e se encontram os problemas.
O carnaval amapaense precisa dotar os setores da gestão do evento de autonomia: com o planejamento feito por todos e a execução pela direção de carnaval escolhida, deixando os setores financeiros e de arbitragem, com independência para suas decisões.
O carnaval é uma questão de interesse popular. Tem que ser bem feita a comunicação – outro setor que deve ser autônomo -, para que alguém assuma a responsabilidade pelo que é dito e pelo que é prometido.
A cobertura feita pela imprensa local é cheia de boa vontade, mas apenas isso, na maioria dos casos falta profissionalismo. Os padrões, para um evento que está sendo preparado para ser um dos motivos econômicos do Estado, precisam estar definidos e conhecidos. A falta de definição faz com que esse padrão seja mostrado à população em diversas cores, conforme aquela mais conveniente para aquele que está fazendo a sua avaliação.
Esse cuidado é da organização do evento, da entidade que é constituída e tem direção definida pelas escolas.
Um exemplo da falta de cuidado, por parte da organização, foi dado pelo presidente da liga quando acompanhava os jurados – ele pessoalmente -, até às cabines e, depois, no final do desfile, sabe lá até onde.
Isso cria um clima de desconfiança entre os espectadores.
Imagine se antes do início em uma partida de futebol, o juiz fosse lavado ao meio do campo pelo presidente da federação de futebol e, principalmente, se ao final do jogo, tivesse buscá-lo no portão de saída do alambrado.
Precisa haver adequada preparação das pessoas, tanto as físicas quanto as jurídicas, para que comecem a mudar o enfoque que é dado ao carnaval, doutra forma vamos continuar dizendo que o nosso carnaval precisa melhorar.
É claro que a melhora será sempre e a qualquer tempo, o objeto de cada escola, mas é preciso que essa busca venha harmonizada, para que todos os esforços sejam feitos no mesmo sentido e com os mesmos objetivos.   

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