O sambódromo
amapaense está completando 16 anos neste carnaval.
Construído em
tempo recorde para o carnaval de 1997, era considerado a alavanca que faltava
para que o carnaval “oficial”, aquele que é realizado pelas escolas de samba,
deslanchar seguindo o modelo carioca, devido o sucesso que havia alcançado nas
memoráveis disputas realizadas na Avenida FAB.
Sem as linhas de
distribuição de energia que limitava a altura dos carros alegóricos na FAB, os
carnavalescos das escolas sonhavam com carros muito mais altos e com enredos
que seriam lidas com facilidade pela população.
Era contagiante
ver os dirigentes das escolas de samba fazendo os seus planos de crescimento e
autonomia, inclusive financeira, para realizar um dos principais carnavais do
Brasil.
O então
governador do Amapá, João Alberto Capiberibe, foi convencido que o investimento
era importante e tinha o aval da população. Não mediu esforços e priorizou a
construção, depois de mandar elaborar um projeto audacioso e inovador, com seis
módulos e uma estrutura de iluminação que ainda não tinha sido experimentado no
Estado.
O carnaval que
levou o desfile das escolas de samba para a Avenida Ivaldo Veras recebeu apoio
de todos, principalmente da população, que aceitou e participou do evento,
respondendo a todas as dúvidas que poderia ter o Governo com relação ao
investimento.
Amilton Continho
e João Henrique, engenheiros, João Capiberibe, governador, podem ser
considerados aqueles que foram decisivos, do lado do Estado, para a realização
dos serviços de construção da obra; Darcy Carvalho, Eraldo Almeida, Peixinho e
Waldir Carrera, também indispensáveis na construção, representando os
dirigentes da liga e das escolas de samba.
Naquele momento
não havia dúvida que o carnaval decolara para alcançar alturas jamais
imaginadas.
Mas os motores
daquele “foguete” não conseguiram manter a propulsão por muito tempo. As
pessoas, tanto do lado do governo, como do lado do carnaval, foram substituídas
e os substitutos não entenderam que havia um projeto para ser executado.
Chegaram a
imaginar que o carnaval poderia ser responsável por eleições de: deputados
estaduais, vereadores, prefeitos, deputados federais, governadores, entre
outros cargos políticos.
Não
compreenderam que isso só aconteceria se houvesse continuidade no projeto do
carnaval.
Houve um tempo
que as disputas, por exemplo, para a direção da Liga das Escolas de Samba foi
tão politizada que ficou clara a interferência dos mais importantes partidos
políticos de então, na eleição que, por essa razão, acabou indo ser discutida
no judiciário.
Nesse momento
todos perderam.
A Liga que não
conseguiu manter a autoridade necessária perante os seus filiados e acumulou
desconfiança da população; e os políticos que conseguiram matar a “galinha dos
ovos de ouro”.
Dentre as
consequências imediatas houve de tudo nos carnavais seguintes, com os intrusos
levando, depois de uma desastrada pintura na pista de desfile, ao cancelamento
do carnaval, daquele ano, depois de todos os gastos feitos.
As consequências
mediatas estão com a desativação da Liga das Escolas de Samba, por absoluta
inadimplência, e a fundação de outra instituição – ama liga independente.
Tudo começa de
novo e os que estão trabalhando sabem disso.
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