sábado, 9 de fevereiro de 2013

Macapá: não foi desta vez.

Rodolfo Juarez
A semana que passou era para estarmos falando do presente e do futuro da cidade de Macapá. Mas, ao que parece, ainda não temos argumentos suficientemente fortes para fazer com que os de agora parem e ouçam o que tem para ser dito sobre o presente e o futuro da cidade.
No imaginário da população está instalado um sentimento de que Macapá parou no tempo e os seus dirigentes estão completamente ocupados em consertar as boas coisas que foram feitas ao longo dos últimos 255 anos, exatamente o período de vida da capital do Amapá.
Nas comemorações do aniversário apenas eventos muito simples, mas que os organizadores tiveram muitas dificuldades para executar, devido aos limites que lhes são impostos, com justificativas, as mais variadas, mas todas elas completamente fora do laço de importância que poderia ser dada ao aniversário da cidade.
Os estudantes não foram convocados para nada. Nem pelas organizações públicas, inclusive as escolas; nem pelas próprias organizações estudantis. Estas, possivelmente, por não destacar a importância que tem para todos, estudantes ou não, o conhecimento da história de sua cidade.
Os momentos comemorativos que constam da programação para o ano de 2013 são resultado de muito esforço e persistência daqueles que se propuseram a trabalhar para que ninguém esqueça que no dia 4 de fevereiro se comemora o aniversário da cidade de Macapá.
Mas, certamente, é muito pouco para uma comunidade que luta há 255 anos para ocupar um espaço nesta parte do Brasil.
As autoridades se manifestam sobre o aniversário de Macapá com se as palavras ou as imagens fossem suficientes para manter animado um povo que nunca perdeu a esperança de encontrar o desenvolvimento dentro da cidade.
No momento o que se está fazendo pela população é a recuperação de questões que já poderiam estar resolvidas há muito, principalmente com relação às condições dos elementos primários da cidade, necessário ao seu funcionamento e que refletem na qualidade de vida da população.
Sistema viário reconhecidamente precário, sistema tributário completamente desatualizado, transporte coletivo urbano sem definição, mobilidade sem qualquer avanço, um terço da população vivendo ocupando áreas urbanas impróprias, orçamento público completamente defasado, confiança da população nos dirigentes em progressiva deterioração, governo do estado de costas para a prefeitura e um povo que se mantém esperançoso de que, um dia, sem saber quando, esse panorama pode ser modificado.
O dia 4 de fevereiro poderia ser o marco da data do recomeço. Não há outra data melhor para isso.
Estamos, no entanto, em situação de emergência decretada pelo prefeito de Macapá, dando-lhe condições para governar sem respeitar as regras gerais básicas da administração e ainda perdendo tempo com ações que não dão qualquer certeza para a administração municipal e para as mudanças que a cidade precisa.
O prefeito não se convenceu que precisa de muita ajuda e de todas as ordens, inclusive daquelas que nada têm a ver com recursos. O tempo está passado e se criando um ambiente próprio para a desconfiança, nesse tempo, completamente indesejável para a administração e para a população.
Macapá precisa de um líder para comandar o recomeço e os candidatos mais próximos estão dentro da administração pública municipal. Reconhecer que não há tempo a perder com retóricas, principalmente as fundadas em reclamações, é preciso.

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