A semana que
passou era para estarmos falando do presente e do futuro da cidade de Macapá.
Mas, ao que parece, ainda não temos argumentos suficientemente fortes para
fazer com que os de agora parem e ouçam o que tem para ser dito sobre o
presente e o futuro da cidade.
No imaginário da
população está instalado um sentimento de que Macapá parou no tempo e os seus
dirigentes estão completamente ocupados em consertar as boas coisas que foram
feitas ao longo dos últimos 255 anos, exatamente o período de vida da capital
do Amapá.
Nas comemorações
do aniversário apenas eventos muito simples, mas que os organizadores tiveram
muitas dificuldades para executar, devido aos limites que lhes são impostos,
com justificativas, as mais variadas, mas todas elas completamente fora do laço
de importância que poderia ser dada ao aniversário da cidade.
Os estudantes
não foram convocados para nada. Nem pelas organizações públicas, inclusive as
escolas; nem pelas próprias organizações estudantis. Estas, possivelmente, por
não destacar a importância que tem para todos, estudantes ou não, o
conhecimento da história de sua cidade.
Os momentos
comemorativos que constam da programação para o ano de 2013 são resultado de
muito esforço e persistência daqueles que se propuseram a trabalhar para que
ninguém esqueça que no dia 4 de fevereiro se comemora o aniversário da cidade
de Macapá.
Mas, certamente,
é muito pouco para uma comunidade que luta há 255 anos para ocupar um espaço
nesta parte do Brasil.
As autoridades
se manifestam sobre o aniversário de Macapá com se as palavras ou as imagens
fossem suficientes para manter animado um povo que nunca perdeu a esperança de
encontrar o desenvolvimento dentro da cidade.
No momento o que
se está fazendo pela população é a recuperação de questões que já poderiam
estar resolvidas há muito, principalmente com relação às condições dos
elementos primários da cidade, necessário ao seu funcionamento e que refletem
na qualidade de vida da população.
Sistema viário
reconhecidamente precário, sistema tributário completamente desatualizado,
transporte coletivo urbano sem definição, mobilidade sem qualquer avanço, um
terço da população vivendo ocupando áreas urbanas impróprias, orçamento público
completamente defasado, confiança da população nos dirigentes em progressiva
deterioração, governo do estado de costas para a prefeitura e um povo que se
mantém esperançoso de que, um dia, sem saber quando, esse panorama pode ser
modificado.
O dia 4 de
fevereiro poderia ser o marco da data do recomeço. Não há outra data melhor
para isso.
Estamos, no
entanto, em situação de emergência decretada pelo prefeito de Macapá, dando-lhe
condições para governar sem respeitar as regras gerais básicas da administração
e ainda perdendo tempo com ações que não dão qualquer certeza para a
administração municipal e para as mudanças que a cidade precisa.
O prefeito não
se convenceu que precisa de muita ajuda e de todas as ordens, inclusive
daquelas que nada têm a ver com recursos. O tempo está passado e se criando um
ambiente próprio para a desconfiança, nesse tempo, completamente indesejável
para a administração e para a população.
Macapá precisa
de um líder para comandar o recomeço e os candidatos mais próximos estão dentro
da administração pública municipal. Reconhecer que não há tempo a perder com
retóricas, principalmente as fundadas em reclamações, é preciso.
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