Amanhã a cidade
de Macapá completa 255 anos. Mais uma oportunidade para refletir sobre este
sítio que nos acolhe e que nos dá tantas oportunidades.
A nós todos - os
pobres, os remediados e os ricos.
Os pobres saem
raramente da cidade, estão sempre presentes, querendo que ela melhore, ganhe as
condições para que a vida por aqui seja muito mais tranquila e que não desperte
a vontade de sair, seja para que lugar for.
Os remediados,
de vez em quando estão batendo perna por outras partes, seja do interior do
Estado, ou nas cidades vizinhas localizadas na ilhas amazônicas ou mesmo do
outro lado do rio onde se desembarca diferente, em porto ou aeroporto
diferente.
Os ricos, estes,
certamente vão mais longe, para o sul maravilha, ou mesmo para as metrópoles
dos de outros países, onde podem escolher os seus luxos e massagear o seu ego
e, até, fazer negócios.
O que não
podemos esquecer que Macapá é a nossa base. Representa aquilo que precisamos
cuidar. Nos todos: governados e governantes.
Vem a tristeza
quando nos deparamos com discussões sem fim, sobre um assunto urgente, seja
referente ao atendimento de saúde ou às necessidades das crianças que estão em
idade escolar e que encontram as portas das escolas fechadas.
Isso é
lamentável e não tem justificativa. As festas até ficam sem graça, sem charme e
com uma dose constrangimento para todos: os que precisam ser alunos, mas não
tem escola e aqueles que têm obrigação de oferecer as escolas e que não as tem
para oferecer.
Enquanto for
assim, com as necessidades primárias da população não sendo atendidas, as
alegrias serão contidas, a não ser se houver aqueles que desenvolvem a sua
insensibilidade a tal ponto de não perceber o mal que podem estar fazendo para
todos e para si mesmos.
As boas
fotografias da cidade, inclusive aquelas que ornamentam os álbuns e convites
atuais, tiradas não faz muito tempo, comprovam que a cidade poderia hoje ser
melhor, bastaria que as coisas continuassem sendo feitas, a atenção daqueles que
disseram para o povo que tinham condições e vontade de cuidar dela, tivessem
sido mantidas com o cumprimento das promessas feitas.
Macapá precisa
de atenção, precisa de administradores que estejam motivados e dispostos ao
trabalho. Aqueles que passaram e imaginaram que poderiam atender as exigências
da cidade fincados nos gabinetes ou recebendo os apadrinhados em casa,
cometeram o erro de desafiar o povo, mas também deixaram a sua marca com sendo
um dos que contribuíram para prejudicar o desenvolvimento da cidade e a
qualidade de vida do povo.
Os problemas que
a cidade enfrenta, é certo, não serão esquecidos com fogos, bolos, programas
culturais, mas podem ser a motivação que algumas pessoas precisam para
despertar para o compromisso que têm com Macapá, sua gente e suas necessidades.
Comemorar não
seria o melhor vocábulo para atrair o povo para a festa. Comemorar é um
artifício para que nos lembremos que precisamos trabalhar pela cidade, garantir
que ela será preparada para que o povo possa usufruir de suas belezas e de sua
funcionalidade.
No momento a
beleza está prejudicada pelos maus tratos recebidos e a funcionalidade, pela
falta de um plano contendo o que os governantes teriam que fazer para melhorar
a cidade que completam amanhã 255 anos.
Macapá está, no
mínimo, com dez anos de defasagem dela mesma, mas tem um povo que pode fazer o
que a cidade precisar: amá-la de verdade!
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