Vem ai mais uma
queda de braço entre o Município de Macapá e os donos das empresas de ônibus
urbanos que receberam, por concessão, as diversas linhas para explorar com o
transporte coletivo.
Os empresários
querem aumentar o preço da tarifa, alegando uma série de razões, todas
colocadas na planilha de composição de preços que, em comparação com a atual,
fica 16,95% mais alta.
Do lado do
município, representado pela Companhia de Trânsito de Macapá, que não quer
briga com a população, houve declaração de desacordo com a proposta e foi
criado o impasse.
Os empresários
já avisaram que não vão esperar qualquer composição ou contraproposta e que
estão dispostos a entrar na Justiça, apresentar a mesma planilha, exatamente
como fizeram da última vez, para serem autorizados a elevar a tarifa e
praticá-la imediatamente.
O que é estranho
é que se trata de uma questão matemática, com relativa facilidade para
discussão e com todas as condições de comprovação. Não se trata de questões
subjetivas e, por isso, deveria, para evitar discussões, ser uma operação
automática, transparente e conferida pelos próprios usuários dos ônibus.
A tarifa não
pode ficar atrelada a qualquer outra promessa, seja de quem for ou para quem
for, ou para melhorar qualquer coisa. O que precisa estar na planilha
definidora da tarifa são os itens que dizem respeito à própria tarifa e só a
ela. Não tem nada a ver com abrigo de passageiro ou placas de sinalização, por
exemplo.
É na tarifa que
fica definido a idade dos ônibus. E, para fazer essa fiscalização, porque não
deixar por conta do usuário.
Quase todos os
que fazem parte do comitê de fiscalização da tarifa, uma espécie de controle
externo com proposta de verificar os preços que serão pagos, não usam
costumeiramente os ônibus e por uma razão muito simples – quase todos têm
carros particulares.
A definição do
preço da tarifa pouco ou nada tem a ver com uma decisão política é, isso sim,
uma decisão eminentemente técnica. Mesmo assim os gestores, todos eles e em
todos os tempos, transformam o assunto em queda de braço, como se fossem os
responsáveis pelo preço dos combustíveis, dos pneus, das peças de reposição,
entre outros fatores intervenientes na planilha, para depois “colocar-se do
lado do povo”, mesmo que tenha que ceder em seguida.
Os donos dos
ônibus não podem alegar, para justificar aumento de preços da tarifa, questões
como as condições de tráfego das vias da cidade e as dificuldades que têm para
cumprir os compromissos que disse que cumpriria, entrando em bairros que
consideram pouco lucrativos ou sem condições de tráfego para os ônibus.
Essa é outra
história, mesmo que seja de responsabilidade da mesma prefeitura, do mesmo
prefeito e dos mesmos auxiliares, que precisa mudar o roteiro, pois, como está,
já não atende às realidades da cidade e dos usuários.
É sabido que a
questão da tarifa não é simples. E não é simples porque os equívocos estão em
etapas anteriores como: licitações das linhas, fiscalização de cumprimento de
contratos e, principalmente, comando do processo que, efetivamente, permanece
sendo exercido pelos donos das empresas - donas dos ônibus -, prejudicando a
eficiência do sistema e a satisfação dos usuários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário