terça-feira, 28 de maio de 2013

Olho no olho

OLHO NO OLHO
Rodolfo Juarez
Está evidente que a atual administração municipal que se propôs a enfrenar os problemas da cidade e do resto do município de Macapá, precisa se comunicar melhor com o contribuinte e com toda a população.
Diferentemente do que ocorre com o Estado, onde a criatividade administrativa é mais peada, o município precisa que os seus dirigentes sejam inventivos, atentos ao dia-a-dia da população e afinada com as expectativas dela.
No Estado o suporte orçamentário, definido por uma receita muito mais robusta, exige muito mais uma boa execução do que a luta permanente pelo aumento da arrecadação, muito embora conte com uma equipe mais treinada e principalmente, melhor paga que a do município.
O município trava uma luta diária e permanente para alcançar o nível de receita prevista no orçamento, além de trabalhar o convencimento do desconfiado contribuinte que já se considera explorado pelo sistema tributário nacional e, portanto, sem qualquer margem para aceitar novas parcelas tributárias municipais.
Por isso, receber os tributos municipais se torna um desafio para os administradores da área, para o contribuinte, a avaliação é que se trata de um castigo, considerando o pouquíssimo retorno que vê se concretizar para a população que, cada vez mais se sente prejudicada e não recompensada pelo que faz todos os dias.
Os empresários, ou pelo menos a imensa maioria deles, compreendem que o pagamento do tributo é o meio que possibilita a melhoria da qualidade de vida de todos, inclusive deles mesmo, como cidadãos ou membros da comunidade.
Nesse cenário, entretanto, o espaço para compreender os problemas da administração municipal na comparação com os problemas da empresa que dirige, torna-se reduzidíssimo o que levanta uma barreira entre os administradores e os administrados, aqueles sentindo a falta da receita e estes, sentindo-se sem condições de buscar qualquer coisa no “fundo do tacho” que já está completamente raspado.
Resta para os atuais administradores municipais partirem para a aproximação do contribuinte, explicando o momento e mostrando como está gastando cada centavo, sem temer qualquer coisa, pois, no começo do mandato isso é possível e principalmente no primeiro ano da gestão.
Quando o gestor enclausura-se, desconfiando de tudo e de todos, resta-lhe a incompreensão principalmente pela falta de comunicação, de olhar no olho do contribuinte e deixar que esse contribuinte olhe no olho do administrador.
Se existe o problema, o primeiro passo é conhecer todos os seus detalhes e as suas influências. Por mais difícil que seja a situação, não há solução para qualquer problema que não seja identificando-o e, se possível, deduzindo uma fórmula para que qualquer um, conhecendo a fórmula, possa resolvê-lo.
O prefeito, o vice-prefeito, os secretários municipais, os diretores de departamentos, chefes de divisão e todos os funcionários públicos municipais precisam fazer parte do time que precisa vencer a maioria dos problemas para poder chegar ao final do ano em condições de garantir o título ou, pelo menos, uma classificação honrosa.
O município de Macapá já vem sendo sacrificado pelos resultados anuais obtidos há bastante tempo e, agora, precisa da energia de todos para encontrar a melhor fórmula de iniciar a sua recuperação.
Se não há tempo para isso é preciso que se crie esse tempo, o que não é mais aceitável é assumir a condição do caracol que, quando é desafiado no seu avanço, se recolhe à sua carapaça.


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