Rodolfo
Juarez
Mesmo com atraso
considerável no cronograma, o Governo do Estado vai começar a executar o plano
que prepara a Companhia de Eletricidade do Amapá para a federalização.
Desde 2007,
quando a ANEEL considerou que a companhia amapaense de energia elétrica
precisava mudar de rumo, que a população via, a cada dia, a empresa entrar em
um caminho sem volta.
Era
perfeitamente previsível a insolvência da instituição, considerando os fatores
favoráveis que foram inseridos na administração da empresa, levantados a cada
auditoria realizada e apresentada aos seus dirigentes que, impiedosamente,
mostravam que não estavam dispostos a mudar de comportamento.
A CEA é uma
empresa pública que tem como sócio majoritário o Estado do Amapá e como sócios
minoritários, além da Eletrobrás, os municípios de Macapá, Mazagão, Amapá,
Calçoene e Oiapoque, cujos mandatários são os responsáveis pela designação dos
mandatários da Companhia, sendo que a palavra final é sempre do sócio
majoritário, ou seja, os dirigentes do Estado.
A autonomia
administrativa e financeira, como manda o estatuto da empresa, acabou
permitindo que houvesse, durante os últimos 20 anos, um processo de acumulação
de dividas, com fornecedores, obrigações previdenciárias e responsabilidades
trabalhistas que deixaram a empresa insolvente, devido a uma dívida que
ultrapassou um bilhão de reais no começo de 2013, isso depois de uma série de
providências administrativas adotadas e insistentemente divulgadas, mas que
foram suficientes apenas para identificar o tamanho da dívida e sugerir a
solução possível.
A solução
possível e que possibilitaria a mudança total na gestão da empresa era a
federalização, isto é, entregar a empresa para a administração da União,
através da Eletrobrás, mas para isso teria que entrega-la sem o monumental
passivo que consta do seu balanço patrimonial.
Uma mudança que
propõe levar a empresa a uma situação administrativa diferente daquela que vem
praticando até agora e que implica em revisão na estrutura diretora atual, em
revisão de salários e do número de funcionários, para que os custos sejam
diminuídos, assim como, a adoção de providências que melhorem a eficiência
econômica da empresa, como aproximação do usuário e uma nova polícia de
compras.
As dificuldades
que se seguirão ao processo de federalização serão assumidas pelo Governo do
Estado e para tanto, foi previsto na própria lei que autorizou o empréstimo
junto à Caixa, condições econômicas para atender os resultados dos processos
judiciais que se encontram em andamento e para atender exigências decorrentes
de funcionários que serão dispensados pela empresa.
O que ainda não
foi informado e muito menos publicado é como o Estado pretende recuperar os
prejuízos que precisou assumir para tornar viável a federalização e a forma como pretende responsabilizar os
dirigentes da CEA que deixaram que ocorressem os resultados que causaram os
prejuízo.
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