terça-feira, 14 de maio de 2013

Real & Virtual

Rodolfo Juarez
O comentário que fizemos na semana passada sobre o país que os dirigentes e pessoas influentes do PT apresentaram durante dez minutos, em rede nacional de televisão, mereceu uma série de observações, com a maioria confirmando os pontos destacados no artigo.
Essa espécie de corroboração na avaliação feita é interessante porque confirma o que poderiam ser o pensamento individualizado e, por isso, poderia ser fruto de engano ou de uma visão parcial daquilo que fora dito e destacado.
Enumerar ações e resultados que não passaram de projetos ou vontades, como se já estivesse concretizado e à disposição da sociedade, quando não está à disposição e muito menos em uso social, é de certa forma, desafiar a compreensão das pessoas e da população brasileira que, atônita, olha para os lados e não vê nada daquilo que os dirigentes estão afirmando em seus relatos.
É por isso que se avalia que os atuais responsáveis pela gerencia dos interesses da população brasileira não percebem que os resultados prometidos não foram alcançados, mesmo assim insistem como se tudo tivesse acontecido conforme a vontade e no tempo que, se fosse levado a sério, seria realizado.
Como se trata de mensagem dos dirigentes nacionais, os dirigentes estaduais e municipais, cada qual com a sua peculiaridade e o seu interesse, desenha, também, o seu “estado virtual” ou o seu “município virtual”. É por isso que, também nas propagandas, são anunciadas condições que não correspondem às realidades, nem do Estado do Amapá e nem da maioria dos municípios amapaenses.
Basta buscar nas imagens apresentadas pela televisão, comparações com a realidade para perceber a distância entre o real e o virtual.
E isso não é de agora!
O problema é que essa situação prejudica a todos, pois os que esperam, continuam esperando; e os que prometem, continuam prometendo, às vezes até inocentemente, devido a sua restrita condição de avaliar o que real e o que é virtual, provavelmente na sombra da especial confiança que o mandatário tem no auxiliar e pela pouca importância que este auxiliar dá para a verdade.
É por isso que os mandatários acabam anunciando que moramos em uma cidade que oferta escola pública para todos, que tem atendimento de saúde para quem procura, que o esporte e o lazer constituem prioridade do setor público, que o meio ambiente está preservado, a segurança é suficiente para dar tranquilidade a todos e que há pleno emprego e prosperidade.
Muito embora a população saiba – e muito bem -, que nada disso é verdade e que, ao contrário, faltam vagas nas escolas públicas, o atendimento para quem procura é precário, que o incentivo e apoio ao setor de esporte ou lazer é insuficiente ou insipiente, que o meio ambiente não é preservado, que o sistema de segurança não é suficiente, que não há emprego e muito menos prosperidade.
São os dois planos: um, que é descrito pelos governantes e seus aliados, o plano virtual; outro, que é vivido pela população, o plano real.
Devido a essa falta de compreensão da realidade, de vez em quando os perigos da inflação, do desemprego, das quedas no PIB, do aumento do juros, da deficiência na infraestrutura, entre outras coisas, não são percebidos e só são enfrentados quando fortemente provocados pela sociedade ou no sentimento de autodefesa para manutenção do status.
É provável até, que o aumento das desigualdades regionais, em todos os setores, seja consequência dessa visão irreal e distorcida que os mandatários insistem em querer ver ou sentir.
Enquanto isso a população vai procurando meios para suportar o insuportável, compreender o impossível e conviver com as descrições falsas de pessoas verdadeiras em quem, um dia (ou 10 segundos) confiou.

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