O comentário que
fizemos na semana passada sobre o país que os dirigentes e pessoas influentes
do PT apresentaram durante dez minutos, em rede nacional de televisão, mereceu
uma série de observações, com a maioria confirmando os pontos destacados no
artigo.
Essa espécie de
corroboração na avaliação feita é interessante porque confirma o que poderiam
ser o pensamento individualizado e, por isso, poderia ser fruto de engano ou de
uma visão parcial daquilo que fora dito e destacado.
Enumerar ações e
resultados que não passaram de projetos ou vontades, como se já estivesse
concretizado e à disposição da sociedade, quando não está à disposição e muito
menos em uso social, é de certa forma, desafiar a compreensão das pessoas e da
população brasileira que, atônita, olha para os lados e não vê nada daquilo que
os dirigentes estão afirmando em seus relatos.
É por isso que
se avalia que os atuais responsáveis pela gerencia dos interesses da população
brasileira não percebem que os resultados prometidos não foram alcançados,
mesmo assim insistem como se tudo tivesse acontecido conforme a vontade e no
tempo que, se fosse levado a sério, seria realizado.
Como se trata de
mensagem dos dirigentes nacionais, os dirigentes estaduais e municipais, cada
qual com a sua peculiaridade e o seu interesse, desenha, também, o seu “estado
virtual” ou o seu “município virtual”. É por isso que, também nas propagandas,
são anunciadas condições que não correspondem às realidades, nem do Estado do
Amapá e nem da maioria dos municípios amapaenses.
Basta buscar nas
imagens apresentadas pela televisão, comparações com a realidade para perceber
a distância entre o real e o virtual.
E isso não é de
agora!
O problema é que
essa situação prejudica a todos, pois os que esperam, continuam esperando; e os
que prometem, continuam prometendo, às vezes até inocentemente, devido a sua
restrita condição de avaliar o que real e o que é virtual, provavelmente na
sombra da especial confiança que o mandatário tem no auxiliar e pela pouca
importância que este auxiliar dá para a verdade.
É por isso que
os mandatários acabam anunciando que moramos em uma cidade que oferta escola
pública para todos, que tem atendimento de saúde para quem procura, que o
esporte e o lazer constituem prioridade do setor público, que o meio ambiente
está preservado, a segurança é suficiente para dar tranquilidade a todos e que
há pleno emprego e prosperidade.
Muito embora a
população saiba – e muito bem -, que nada disso é verdade e que, ao contrário,
faltam vagas nas escolas públicas, o atendimento para quem procura é precário,
que o incentivo e apoio ao setor de esporte ou lazer é insuficiente ou
insipiente, que o meio ambiente não é preservado, que o sistema de segurança
não é suficiente, que não há emprego e muito menos prosperidade.
São os dois
planos: um, que é descrito pelos governantes e seus aliados, o plano virtual;
outro, que é vivido pela população, o plano real.
Devido a essa
falta de compreensão da realidade, de vez em quando os perigos da inflação, do
desemprego, das quedas no PIB, do aumento do juros, da deficiência na
infraestrutura, entre outras coisas, não são percebidos e só são enfrentados
quando fortemente provocados pela sociedade ou no sentimento de autodefesa para
manutenção do status.
É provável até,
que o aumento das desigualdades regionais, em todos os setores, seja
consequência dessa visão irreal e distorcida que os mandatários insistem em
querer ver ou sentir.
Enquanto isso a
população vai procurando meios para suportar o insuportável, compreender o
impossível e conviver com as descrições falsas de pessoas verdadeiras em quem,
um dia (ou 10 segundos) confiou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário