sábado, 4 de maio de 2013

A procura da Ilha da Paz

Rodolfo Juarez
A crise instalada e que prejudica a relação entre os professores da rede estadual de ensino e o Governo do Estado é mais um dos resultados das disputas que começaram em 2011, se estenderam por 2012 e tiveram o seu ponto mais crítico na última segunda-feira, dia 29 de abril.
Desta feita os pais de aluno, ao que tudo indica, não estão dispostos a ficarem alheio àquelas disputas que já determinou os maiores prejudicados - os alunos.
Essa nova posição desses terceiros interessados ou terceiros prejudicados pode ser decisiva para que patrões e empregados encontre um caminho que possa levar ao que interessa a todos e não apenas ao governo ou ao sindicato.
Algumas escolas, em que pese ser dirigidas por diretores que têm sob o pescoço o facão da intolerância em nome da fidelidade partidária, conseguiram organizar-se antecipadamente e definir que, em caso de ser decretada a greve, ter os instrumentos legais e morais para não aderir.
Pelo que já foi posto são várias as escolas que estão preparadas para assumir essa postura, muito mais pelo que foi acertado com a comunidade escolar, a associação de pais e mestre e os professores e muito menos por qualquer contribuição oficial ou liberação sindical.
O que se percebe é que nessas escolas os alunos e os próprios professores estão respirando uma espécie de liberdade conquistada por sentir-se fora do alcance da guerra de palavras e de falta de argumentos que poderia levar a prevalência da tese da negociação e do entendimento.
É certo que todos concordam que a educação que está sob a responsabilidade do governo do Estado não passa por um momento que seja digno de elogio, mas também, nem os professores e nem os alunos suportam tantos erros e tantos mal entendidos que deixaram desequilibrado tudo o que se refere à educação, principalmente no ambiente em que é ministrado o ensino médio.
Também que não venha a secretária de educação querendo citar como exemplos as decisões desses professores, pais de alunos, alunos e diretores, pois aquelas decisões só não foram autônomas porque foram tomadas em conjunto com alguns agentes da comunidade que pouco tem a ver com o sistema educacional, a não ser pelo uso que fazem dele para que seus filhos recebam o ensino que é oferecido.
Outros que precisam deixar os professores trabalhar são os dirigentes dos sindicatos, pois a regra vigente os impede que se interfira na vontade daqueles profissionais que entendem diferente do que pensam os dirigentes dos sindicatos.
É possível até, que desse exercício saia a proposta que a sociedade está esperando e que possa atender os interesses do Governo do Estado e do Sindicado dos Professores.
Esses dois entes, Governo e Sindicato, precisam avaliar tudo o que já fizeram nesses dois anos e alguns meses e que levaram a situação a esse abismo que, infelizmente, em caso de persistirem na teimosia, podem cair, o problema e que, na queda, levarão inocentes que serão prejudicados a um tanto que, até agora, está muito difícil de dimensionar.
Os problemas já são muitos e precisam ser resolvidos.
Se entre os agentes do Governo e entre os agentes do Sindicato, esses que estão se enfrentando há mais de dois anos, já não tiver quem possa negociar, então que se mudem os negociadores.
Pode ser até que se ache o rumo da coerência e o caminho para se chegar à Ilha da Paz.

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