domingo, 13 de outubro de 2013

Círio de Nazaré

Rodolfo Juarez
Hoje é o dia do Círio de Nazaré.
Em Macapá e principalmente em Belém, a população de cada uma das duas cidades volta a sua atenção para a grande procissão.
É a abertura de uma festa popular que dura, em Macapá, sete dias e 15 dias em Belém, com todos os ingredientes que envolvem a religiosidade do povo brasileiro e, especialmente do povo da Amazônia.
Os fatos que justificam a festa são os mais diversos, todos eles cheios de detalhes que podem ser descritos para toda a população conforme a faixa etária que forme a plateia disposta a conhecer os segredos de tanta fé e de tanta confiança.
Em Belém é a festa da família que os paraenses têm orgulho de propagar, pois, sabem que desta forma estão divulgando a cultura do seu povo e, principalmente as condições em que ele vive e, de certa forma, muito feliz.
Em Macapá, há mais de vinte anos que a procissão do círio tomou um rumo novo que só está possibilitando o crescimento do evento. O segredo é a simplicidade com que é realizada cada parte do evento e a humildade de reconhecer que todas as experiências já foram feitas, mesmo que em Belém, e que não há mal algum em exercitá-las aqui.
O povo que segue a Santa neste domingo pela manhã, leva no coração a certeza de que está realizando uma obrigação, reconhecendo uma ou várias graças recebidas e sabendo que não precisa explicar para ninguém, basta apenas demonstrar, publicamente, como fora prometido.
Os barquinhos na cabeça, as casas nos ombros, as miniaturas de veículos ou mesmo as pesadas cruzes, fazem parte de um cenário que não quer apresentar nada de forma individual e sim o coletivo, que, dessa forma, é o que importa para aqueles que confiaram na intercessão de Nossa Senhora de Nazaré para ter o seu pedido acatado e concretizado pelo Pai.
É um momento de paz, muito embora todos saibam que a busca dela, da paz, deve continuar a todo instante para que ela mantenha a sua presença no ambiente que foi limitado pelo devoto.
Pouco importa se a caminhada é longa ou curta, cansativa ou não, realizada sem sapatos ou mesmo dentro de um carro. Cada um sabe de sua responsabilidade e que tudo depende da forma amorosa como as manifestações são demonstradas.
Ninguém estranha a participação dos políticos no evento. Alguns convictos, demonstrando que sabem por que estão ali, outros nem tanto, pois demonstrando claramente que estão ali para ser visto, na esperança de que isso possa lhe trazer bons dividendos eleitorais durante as campanhas.
Mas, até para esses, não há de se negar a oportunidade que têm e usam para deixar-se ver de perto, pelo menos durante a procissão estarão sossegados, sem os assédios, pois se há um lugar onde todos precisam ser iguais é na Procissão do Círio.
Os cantos, a palavra, as rezas, as orações, só fazem bem para o corpo e para a alma. Entender isso pode ser difícil, mas não é impossível, basta um pouco de concentração e entender a simplicidade do povo que forma o cortejo.
Os símbolos, nesse momento, devem ser respeitados, para que o desrespeitador não seja mal visto, incompreendido e tido como um elemento estranho no conjunto que se forma de maneira completa e com muita sinceridade e concentração.
Perder a oportunidade de respeitar o próximo, estando bem próximo dele, não seria recomendado nem para os mais descuidados dos participantes.

Feliz Círio 2013!

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