Rodolfo Juarez
Hoje é
o dia do Círio de Nazaré.
Em
Macapá e principalmente em Belém, a população de cada uma das duas cidades
volta a sua atenção para a grande procissão.
É a
abertura de uma festa popular que dura, em Macapá, sete dias e 15 dias em
Belém, com todos os ingredientes que envolvem a religiosidade do povo
brasileiro e, especialmente do povo da Amazônia.
Os
fatos que justificam a festa são os mais diversos, todos eles cheios de
detalhes que podem ser descritos para toda a população conforme a faixa etária
que forme a plateia disposta a conhecer os segredos de tanta fé e de tanta
confiança.
Em
Belém é a festa da família que os paraenses têm orgulho de propagar, pois,
sabem que desta forma estão divulgando a cultura do seu povo e, principalmente
as condições em que ele vive e, de certa forma, muito feliz.
Em
Macapá, há mais de vinte anos que a procissão do círio tomou um rumo novo que
só está possibilitando o crescimento do evento. O segredo é a simplicidade com
que é realizada cada parte do evento e a humildade de reconhecer que todas as
experiências já foram feitas, mesmo que em Belém, e que não há mal algum em
exercitá-las aqui.
O povo
que segue a Santa neste domingo pela manhã, leva no coração a certeza de que
está realizando uma obrigação, reconhecendo uma ou várias graças recebidas e
sabendo que não precisa explicar para ninguém, basta apenas demonstrar,
publicamente, como fora prometido.
Os
barquinhos na cabeça, as casas nos ombros, as miniaturas de veículos ou mesmo
as pesadas cruzes, fazem parte de um cenário que não quer apresentar nada de
forma individual e sim o coletivo, que, dessa forma, é o que importa para
aqueles que confiaram na intercessão de Nossa Senhora de Nazaré para ter o seu
pedido acatado e concretizado pelo Pai.
É um
momento de paz, muito embora todos saibam que a busca dela, da paz, deve
continuar a todo instante para que ela mantenha a sua presença no ambiente que
foi limitado pelo devoto.
Pouco
importa se a caminhada é longa ou curta, cansativa ou não, realizada sem
sapatos ou mesmo dentro de um carro. Cada um sabe de sua responsabilidade e que
tudo depende da forma amorosa como as manifestações são demonstradas.
Ninguém
estranha a participação dos políticos no evento. Alguns convictos, demonstrando
que sabem por que estão ali, outros nem tanto, pois demonstrando claramente que
estão ali para ser visto, na esperança de que isso possa lhe trazer bons
dividendos eleitorais durante as campanhas.
Mas,
até para esses, não há de se negar a oportunidade que têm e usam para deixar-se
ver de perto, pelo menos durante a procissão estarão sossegados, sem os
assédios, pois se há um lugar onde todos precisam ser iguais é na Procissão do
Círio.
Os
cantos, a palavra, as rezas, as orações, só fazem bem para o corpo e para a
alma. Entender isso pode ser difícil, mas não é impossível, basta um pouco de
concentração e entender a simplicidade do povo que forma o cortejo.
Os
símbolos, nesse momento, devem ser respeitados, para que o desrespeitador não seja
mal visto, incompreendido e tido como um elemento estranho no conjunto que se
forma de maneira completa e com muita sinceridade e concentração.
Perder
a oportunidade de respeitar o próximo, estando bem próximo dele, não seria
recomendado nem para os mais descuidados dos participantes.
Feliz
Círio 2013!
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