terça-feira, 29 de outubro de 2013

O rumo é outro

Rodolfo Juarez
As manifestações de solidariedade que foram protagonizadas pela população amapaense, principalmente a mais pobre, foram destacadas por algumas pessoas, admiradas com a forma como respondiam ao chamado para atender àqueles que haviam sido vítimas do incêndio no bairro Igarapé das Mulheres na semana que passou.
O povo do Amapá é assim: solidário, companheiro, responsável e justo. Todas as vezes que um fato ou uma ocorrência é registrado, esses sentimentos afloram de forma espontânea e na dimensão que precisa atuar.
São manifestações que contagiam a todos.
O que não pode é utilizarem desses atributos da população para esconder as falhas que são cometidas seguidamente e que se essas falhas gerenciais não houvesse provavelmente fatos como o incêndio da quarta-feira não teria acontecido.
É difícil fazer entender aqueles que acostumados a não valorizar os riscos, a não antecipar-se aos fatos, a não reconhecer o valor da prevenção, da importância das gestões terem metas claras e afinadas com a possibilidade da administração e às necessidades do povo.
Seguir os conselhos daqueles que não têm a responsabilidade com a vida local é péssimo para quem precisa resolver os problemas locais com foco na valorização na vida e no patrimônio das pessoas. Patrimônio das pessoas humildes, resumidas em uma habitação e em poucos utensílios e aparelhos.
Não dá para compreender a avaliação que alguns técnicos fazem para se chegar às responsabilidades sobre o resultado conhecidos de todos. Muito embora os gestores tenham necessidade de dar uma resposta à população.
O que se observou, durante aqueles momentos de desespero, foi falta completa de uma ação de emergência. Não aquela tomada pelo Corpo de Bombeiros Militar, mas aquelas onde os principais atores já deveriam ter a informação sobre o papel que desempenharia em uma ocasião como aquela.
Chega de continuara “torcendo” para que o pior não aconteça, para que alguma força sobrenatural segure as ocorrências que, embora esperada, não são sequer avaliadas e muito menos dimensionadas.
Os momentos de desespero da população, como aquele de quarta-feira, ainda são o foco de disse-me-disse, querendo botar a culpa neste e naquela pessoa sobre o fato ocorrido, ou querendo tirar a culpa deste ou daquele como se isso interessasse a quem quer que seja.
A escolha de um administrador público pelo eleitor, principalmente, é para que trabalhe em planos que, nestas horas, sejam acionados com eficiência e que, mesmo não evitando os prejuízos, a população perceba que o seu representante se preparou para um momento indesejado como aquele, mas possível naquele local e na forma que aconteceu.
A situação chegou a ser politizada, confirmando que não há preparo das equipes para se comportar adequadamente nesses momentos.
Ninguém imagina que alguém possa se valer de situações de tragédia para pretender tirar dividendos políticos; não pode ser permitido que alguém possa querer entender que agindo assim ou assado vai conquistar a confiança deste ou daquele eleitor. Mesmo assim isso foi posto à mostra durante os dias de maior tensão.
Mas o tempo seguiu e todos acreditam que tudo não passou de uma vontade de agir e não saber como. Mesmo aqueles preocupados em montar barreiras de defesa deste ou daquele, contra ataque de outros, acabaram cansando, pois, perceberam que estavam utilizando uma estratégia errada.

Para os que insistem em continuar errando já está na hora de compreender que não adianta fazer nada nesse rumo. O rumo é outro podendo ser até diametralmente oposto àquele que estão seguindo, e onde podem gastar todas as energias que ainda lhe restarem.

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