O PAPEL DO PREFEITO
Rodolfo Juarez
Os
agentes públicos do município de Macapá estão precisando tratar melhor a sua
gente. E tratar melhor, não significa fazer tudo o que é pedido.
Considerar
tudo como uma questão a ser analisada, é natural e demonstra respeito por
aqueles que pagam a conta e ainda selecionam, pelo voto, o seu dirigente.
Tratar
pode ser, também, dizer um “não” com eloquência, mostrando objetivamente os
motivos e assumindo a responsabilidade pela resposta. Dizer um “sim” apenas
para agradar, ou para enganar, pode ser mais cruel do que o “não” com a certeza
de que está escolhendo o melhor caminho.
Um
desses “nãos” pode ser dado para aquele parlamentar, que mesmo cheio de boa
vontade, oferece recursos para “resolver” problema dele, de uma promessa ou do
que entende ser oportuno ou que esteja “engatilhado” em Brasília.
Os
exemplos das obras, por menores que sejam, e que implicam na manutenção de sua
funcionalidade à custa do município, precisam ser bem analisados para, ao invés
de se tornar uma solução, se torne em um problema.
Para
quem acompanha a questão da saúde do Brasil, o que se vê é o Ministério da
Saúde, cada vez mais querendo que os municípios assumam a responsabilidade que,
se não é do Ministério, é de todo o sistema de saúde pública, inclusive do
Ministério da Saúde, que se especializa em mandar construir, com recursos de
programas especiais, como os PAC’s, postos de saúde, de unidades básicas de
saúde e, até hospitais, e depois pular fora na ocasião de equipar e contratar
pessoal e comprar medicamentos.
Dessa
forma, um município como Macapá, onde a população cresce em proporções acima da
média nacional, significa comprometer o orçamento que já é curto e no qual não
cabe, nem a compra de equipamentos, nem a compra de medicamentos e muito menos,
a contratação de pessoal.
Os
municípios e, nesse caso, Macapá entre eles, estão recebendo uma carga de
responsabilidade muito maior do que aquela que dá conta, a não ser que torne
cada vez mais as outras ações, própria do município, mais precárias ou
cancele-as, com o prefeito assumindo as responsabilidades pelas consequências.
Não se
trata de fugir de qualquer responsabilidade, se trata isso sim, de encontrar a
medida certa para assumir as responsabilidades novas, às vezes patrocinadas por
um aliado ou por um adversário, que tem interesse em tirar a culpa dele e
colocar no colo de outro, seja esse outro, preferencialmente, um adversário.
Como
fazer para poder dar as respostas?
Planejar,
de forma segura, todas as suas ações de tal forma que torne claro o gasto
possível, sem ter que estar assumindo responsabilidades que não possa assumir.
É assim
na vida e é assim na política.
Ninguém
dever “pegar a rodilha se não aguenta o peso do pote”. Este adágio serve para
tudo e para todos, inclusive para o administrador bem intencionado, que todos
os dias, busca solução para os problemas que já tem.
O
prefeito de Macapá já sabe, perfeitamente, que os problemas que tem superam a
capacidade de resolver a todos. Então, porque aceitar novas responsabilidades?
Novas atribuições?
Fazendo
assim, não vai adiantar de nada, daqui a pouco não vai ter recursos para
asfaltar um palmo de rua, ou melhorar qualquer das praças da cidade. O que
sobra é o sonho da parceria, aquela que é boa para o parceiro da Prefeitura e
nunca boa para a população do município.
Prometer
o que sabe que não pode cumprir, mesmo que tenha muito vontade de fazer, não é
coerente e está fora de qualquer condição razoável para motivação de desempenho
satisfatório e conforme a população quer papel do prefeito.
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