domingo, 27 de outubro de 2013

O papel do prefeito

O PAPEL DO PREFEITO
Rodolfo Juarez
Os agentes públicos do município de Macapá estão precisando tratar melhor a sua gente. E tratar melhor, não significa fazer tudo o que é pedido.
Considerar tudo como uma questão a ser analisada, é natural e demonstra respeito por aqueles que pagam a conta e ainda selecionam, pelo voto, o seu dirigente.
Tratar pode ser, também, dizer um “não” com eloquência, mostrando objetivamente os motivos e assumindo a responsabilidade pela resposta. Dizer um “sim” apenas para agradar, ou para enganar, pode ser mais cruel do que o “não” com a certeza de que está escolhendo o melhor caminho.
Um desses “nãos” pode ser dado para aquele parlamentar, que mesmo cheio de boa vontade, oferece recursos para “resolver” problema dele, de uma promessa ou do que entende ser oportuno ou que esteja “engatilhado” em Brasília.
Os exemplos das obras, por menores que sejam, e que implicam na manutenção de sua funcionalidade à custa do município, precisam ser bem analisados para, ao invés de se tornar uma solução, se torne em um problema.
Para quem acompanha a questão da saúde do Brasil, o que se vê é o Ministério da Saúde, cada vez mais querendo que os municípios assumam a responsabilidade que, se não é do Ministério, é de todo o sistema de saúde pública, inclusive do Ministério da Saúde, que se especializa em mandar construir, com recursos de programas especiais, como os PAC’s, postos de saúde, de unidades básicas de saúde e, até hospitais, e depois pular fora na ocasião de equipar e contratar pessoal e comprar medicamentos.
Dessa forma, um município como Macapá, onde a população cresce em proporções acima da média nacional, significa comprometer o orçamento que já é curto e no qual não cabe, nem a compra de equipamentos, nem a compra de medicamentos e muito menos, a contratação de pessoal.
Os municípios e, nesse caso, Macapá entre eles, estão recebendo uma carga de responsabilidade muito maior do que aquela que dá conta, a não ser que torne cada vez mais as outras ações, própria do município, mais precárias ou cancele-as, com o prefeito assumindo as responsabilidades pelas consequências.
Não se trata de fugir de qualquer responsabilidade, se trata isso sim, de encontrar a medida certa para assumir as responsabilidades novas, às vezes patrocinadas por um aliado ou por um adversário, que tem interesse em tirar a culpa dele e colocar no colo de outro, seja esse outro, preferencialmente, um adversário.
Como fazer para poder dar as respostas?
Planejar, de forma segura, todas as suas ações de tal forma que torne claro o gasto possível, sem ter que estar assumindo responsabilidades que não possa assumir.
É assim na vida e é assim na política.
Ninguém dever “pegar a rodilha se não aguenta o peso do pote”. Este adágio serve para tudo e para todos, inclusive para o administrador bem intencionado, que todos os dias, busca solução para os problemas que já tem.
O prefeito de Macapá já sabe, perfeitamente, que os problemas que tem superam a capacidade de resolver a todos. Então, porque aceitar novas responsabilidades? Novas atribuições?
Fazendo assim, não vai adiantar de nada, daqui a pouco não vai ter recursos para asfaltar um palmo de rua, ou melhorar qualquer das praças da cidade. O que sobra é o sonho da parceria, aquela que é boa para o parceiro da Prefeitura e nunca boa para a população do município.

Prometer o que sabe que não pode cumprir, mesmo que tenha muito vontade de fazer, não é coerente e está fora de qualquer condição razoável para motivação de desempenho satisfatório e conforme a população quer papel do prefeito.

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