Rodolfo Juarez
As propagandas das ações públicas estão
soltas e animadas pelos agentes públicos que estão no poder e contradita por
aqueles que se colocam na oposição àqueles que estão no poder.
Desde quando os marqueteiros convenceram
os agentes públicos, de todas as esferas, que a propaganda era boa para a
imagem dos administradores e do próprio governo, que nenhum, em qualquer
esfera, dispensa a oportunidade para divulgar o que está fazendo.
Gordas parcelas do orçamento são
destinadas à essa finalidade e com as mais diversas destinações, todas tendo
que obedecer ao um rígido acompanhamento dos órgãos fiscalizadores que,
entretanto, são vencidos pelos argumentos utilizados pelos executores dos
diversos programas administrativos da gestão de cada órgão.
O mais contido e que se resume às
informações de suas ações mais específicas, não destacando as atividades, é o
Judiciário.
Mantém uma unidade administrativa com
profissionais de comunicação que tem a atribuição de tornar aquele poder
conhecido, divulgando as suas ações e procurando destacar a sua importância na
conjuntura estadual.
O Legislativo parece ser o mais
exagerado, pois, até agora, ainda não encontrou a melhor forma de divulgar a
sua finalidade, seja por que ainda não descobriu o caminho ou porque tem
dificuldades para identificar o que faz e que pode ser mostrado como de
interesse da população.
Então atuam na divulgação com a
justificativa de que é lá que estão os representantes da população e a
população precisa saber o que o deputado está fazendo. Procuram seguir o
roteiro da Câmara Federal, que, entretanto, com sua proposta nacional, utiliza
a notícia como principal elemento de divulgação.
O Ministério Público, embora muito mais
contido do que a Assembleia, às vezes se apresenta com exageros quando tem que
divulgar ações ou posições, principalmente quando elas são de interesse geral
ou quando é refere-se a confronto de ideias com outro poder.
O Tribunal de Contas, depois de um
período de exageros, por força das circunstâncias e pela busca de novas
propostas administrativas, tem sido contido na divulgação de seus atos, às
vezes até demais, deixando as informações apenas no estrito cumprimento da
regra, utilizando o disponível no portal da transparência na internet.
O que mais utiliza os meios de
comunicação de massa para divulgar as ações que realiza ou que planeja realizar
é o Executivo.
Alguns exageros, não na quantidade, mas
na concepção, que poderia ser mais objetivo e sem ter que ferir as regras que
delimitam a faixa de ação de cada uma dessas manifestações públicas.
É importante que o povo saiba, mas é
importante também, que os executivos entendam que os compromissos assumidos em
uma propaganda, caso não sejam do interesse da população ou estejam defasados
daqueles interesses, podem funcionar em sentido contrário do que objetiva a
divulgação.
Algumas peças publicitárias, entretanto,
além de ser de mau gosto, se constituem em uma armadilha, onde o autor,
seguramente, não teve a oportunidade de medir os resultados, tanto que não
retroalimenta a divulgação ou a campanha.
E tem mais, algumas daquelas divulgações
podem ser especialmente congeladas para, no momento oportuno ser utilizada para
desfazer discursos atuais.
Um bom marqueteiro precisa ser um bom
analista de cenário, observador de comportamento, para nesse ambiente inserir
as suas mensagens para alcançar os resultados que deseja que sejam colhidos por
aqueles para os quais trabalha.
Agora, se existe uma pessoa que sabe
tudo e não deixa qualquer margem para as opiniões é, exatamente, o marqueteiro,
seja de uma campanha, seja de uma administração. Muito embora ele pouco se
importe com o resultado da campanha ou da administração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário