quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Os fantasmas de 2010

OS FANTASMAS DE 2010
Rodolfo Juarez
Terminou no dia 5 uma fase importante da vida partidária. Agora os eleitores já sabem quais os partidos que poderão participar das eleições do ano que vem.
Foram meses de muitas conversas alguns entendimentos e muitas surpresas, algumas dessas surpresas com peso importante para o contexto geral, outros nem tanto, mesmo assim, todas as medidas tomadas, apesar de preliminares, podem ser tornar definitivas depois das convenções de junho.
O que se percebe é que a campanha no Amapá será fortemente afetada pelos acontecimentos de setembro de 2010, quando uma operação policial mudou, completamente, os rumos da eleição regional.
Até hoje ainda se questiona se o que aconteceu tinha algum relacionamento com a campanha eleitoral que se desenrolava. A maioria já entende que muito pouco ou nada mesmo, tinha a ver com a companha, mas ainda para alguns persiste de que o ocorrido não tinha só objetivos policiais.
Só não dá para negar que os fatos influenciaram nos resultados.
Os que venceram as eleições certamente compreenderam o que tinha acontecido e, também, que o resultado, muito embora extraordinário, não ocorreu por acaso, afinal de contas, venceram candidatos que estavam habilitados a receber os votos e isso desde as convenções partidárias de junho de 2010, bem antes do episódio.
Todos os resultados vieram com a marca da operação policial e todos os mandatos tinham essa marca.
Os cargos de governador, vice-governador, senador, deputado federal e deputado estadual, estavam carimbados. Haveria necessidade de reconhecer esse carimbo. Ignorá-lo poderia prejudicar o desempenho, muito embora, com o passar do tempo, todos se convenceriam de compartilhar o que eleitor decidiu.
Por causa disso é possível que a campanha de 2014 seja uma grande incógnita que só será descoberta depois do resultado.
Querendo ou não, os protagonistas da campanha eleitoral de 2014, conviverão com as questões daquele dia 10 de setembro de 2010 e quem souber lidar melhor com a questão pode conquistar – ou reconquistar -, a confiança do eleitor.
Os exercícios de adivinhação que são feitos agora, especulando se esse ou aquele candidato vai ou não vai disputar o pleito, se esse ou aquele candidato tem ou não tem chance, é avançar por caminhos que ainda não estão abertos e com sérios riscos de perder-se nas análises ou especulações.
As regras partidárias mudaram quase nada, se for tomado como referência o conjunto de leis de 2010. O quadro de líderes partidários não apresenta qualquer grande surpresa no momento aqui no Amapá, o que indica que o cenário de 2010 será utilizado para 2014 e o eleitor será não só o cidadão com responsabilidade de escolher os seus dirigentes e representantes, mas também o juiz que vai decidir o pleito.
Até o desempenho daqueles que venceram as eleições em 2010 e foram diplomados e empossados, foi fortemente influenciado pelos acontecimentos de setembro e, pelo que se percebe ainda não se desvencilharam dos fantasmas e, até os que venceram, ainda demonstram dúvidas e surpresas com a responsabilidade que receberam.

Isso quer dizer que além do trabalho da campanha, os candidatos ainda terão que lidar com a história recente do pleito de 2010.

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