OS FANTASMAS DE 2010
Rodolfo Juarez
Terminou
no dia 5 uma fase importante da vida partidária. Agora os eleitores já sabem
quais os partidos que poderão participar das eleições do ano que vem.
Foram
meses de muitas conversas alguns entendimentos e muitas surpresas, algumas
dessas surpresas com peso importante para o contexto geral, outros nem tanto,
mesmo assim, todas as medidas tomadas, apesar de preliminares, podem ser tornar
definitivas depois das convenções de junho.
O que
se percebe é que a campanha no Amapá será fortemente afetada pelos
acontecimentos de setembro de 2010, quando uma operação policial mudou,
completamente, os rumos da eleição regional.
Até
hoje ainda se questiona se o que aconteceu tinha algum relacionamento com a
campanha eleitoral que se desenrolava. A maioria já entende que muito pouco ou
nada mesmo, tinha a ver com a companha, mas ainda para alguns persiste de que o
ocorrido não tinha só objetivos policiais.
Só não
dá para negar que os fatos influenciaram nos resultados.
Os que
venceram as eleições certamente compreenderam o que tinha acontecido e, também,
que o resultado, muito embora extraordinário, não ocorreu por acaso, afinal de
contas, venceram candidatos que estavam habilitados a receber os votos e isso
desde as convenções partidárias de junho de 2010, bem antes do episódio.
Todos
os resultados vieram com a marca da operação policial e todos os mandatos
tinham essa marca.
Os
cargos de governador, vice-governador, senador, deputado federal e deputado
estadual, estavam carimbados. Haveria necessidade de reconhecer esse carimbo.
Ignorá-lo poderia prejudicar o desempenho, muito embora, com o passar do tempo,
todos se convenceriam de compartilhar o que eleitor decidiu.
Por
causa disso é possível que a campanha de 2014 seja uma grande incógnita que só
será descoberta depois do resultado.
Querendo
ou não, os protagonistas da campanha eleitoral de 2014, conviverão com as
questões daquele dia 10 de setembro de 2010 e quem souber lidar melhor com a
questão pode conquistar – ou reconquistar -, a confiança do eleitor.
Os
exercícios de adivinhação que são feitos agora, especulando se esse ou aquele
candidato vai ou não vai disputar o pleito, se esse ou aquele candidato tem ou
não tem chance, é avançar por caminhos que ainda não estão abertos e com sérios
riscos de perder-se nas análises ou especulações.
As
regras partidárias mudaram quase nada, se for tomado como referência o conjunto
de leis de 2010. O quadro de líderes partidários não apresenta qualquer grande
surpresa no momento aqui no Amapá, o que indica que o cenário de 2010 será
utilizado para 2014 e o eleitor será não só o cidadão com responsabilidade de
escolher os seus dirigentes e representantes, mas também o juiz que vai decidir
o pleito.
Até o
desempenho daqueles que venceram as eleições em 2010 e foram diplomados e
empossados, foi fortemente influenciado pelos acontecimentos de setembro e,
pelo que se percebe ainda não se desvencilharam dos fantasmas e, até os que
venceram, ainda demonstram dúvidas e surpresas com a responsabilidade que
receberam.
Isso
quer dizer que além do trabalho da campanha, os candidatos ainda terão que
lidar com a história recente do pleito de 2010.
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