Rodolfo Juarez
Vinte e
cinco anos é um bom período para analisar, não só a importância da Constituição
Brasileiro promulgada no dia 5 de outubro de 1988, mas e também, a
transformação do Território Federal do Amapá em Estado do Amapá, que veio no
corpo da Carta Magna.
No caso
do Amapá ainda há de se considerar o desconto dos 15 meses vividos pelo período
chamado transição, no qual tivemos de tudo: um governador que não queria deixar
o cargo, um governador de um “governo relâmpago” e um governador protempore.
A
primeira parte dos 15 meses – os primeiros 8 meses -, foram de indefinição e de
uma insistência do governador Jorge Nova
da Costa, atual suplente de senador de José Sarney, que entendia que havia
ganho um mandato. Foi acertada a nomeação de Doly Mendes Boucinhas, que
acabaria passando menos de um mês no comando do governo do Estado, até que o
impasse levantado por Nova da Costa fosse resolvido.
Resolvido
o impasse e defina da situação, o presidente Fernando Collor de Mello nomeou o
seu afilhado político, Gilton Pinto Garcia que assumiu em maio de 1990 e ficou
até a posse do primeiro governador eleito, Annibal Barcellos, em 1º de janeiro
de 1991.
Os
outros 23 anos e 9 meses tiveram a administração de Annibal Barcellos (um
mandato de 4 anos, não era permitida a reeleição), João Alberto Rodrigues
Capiberibe (dois mandatos de 4 anos cada, sendo que o segundo foi completado
por Dalva Figueiredo, durante 9 meses), Waldez Góes (também dois mandatos de
quatro anos cada, sendo que, o segundo mandato foi concluído por Pedro Paulo
Dias de Carvalho, que exerceu o cargo por 9 meses) e, atualmente, o governador
Camilo Capiberibe está com 2anos e 9 meses à frente do Governo do Amapá. O
atual mandato dura até o dia 31 de dezembro de 2014.
É um
período fértil para todas as áreas da ciência que pretenda analisar o
desempenho dos governos que já comandaram o Estado, principalmente para as
áreas administrativas, ambientais, econômicas e políticas.
Certamente
que, com o desenho de desenvolvimento feito para ser executado por estado
federado, não cabe especular como estaria o Amapá se continuasse na condição de
território.
Aquele
modelo, com os objetivos que justificaram a criação do território, estava
esgotado em si mesmo. Apenas os funcionários públicos tinham expectativa com
relação àquela forma de gerir os interesses da população daqui, a partir de
ordens vindas do planalto central.
O
modelo administrativo é o mesmo de outros estados da Federação e não poderia
ser diferente; o enfoque ambiental, esse foi muito diverso, dependendo do
gestor, cada um com um proposta ou mesmo sem proposta, esperando o tempo passar
para ver no que ia dar; na economia não havia qualquer possibilidade de ficar
pior, qualquer providência possibilitaria a melhoria do sistema, mesmo assim,
até agora, o Estado ainda se recente de uma política econômica mais agressiva e
com horizontes mais largos; no campo político as experiências foram férteis,
mas até agora prevaleceu a identidade familiar sobre a identidade partidária.
O 5 de
outubro é uma data para reflexão, avaliação e, principalmente, medição do que
foi feito e o que foi deixado de fazer.
Com um
orçamento de mais de 5 bilhões de reais para o ano que vem e uma população que
já superou os 700 mil habitantes, o Amapá ainda não conseguiu fixar as suas
prioridades nem para investimento e nem para os seus gastos.
Os
analistas concluem que o Estado gasta mal os recursos que destina para sua
manutenção e investe muito pouco do seu orçamento, muito menos do que poderia.
Os
problemas administrativos estão cristalizados na saúde, na educação e na
segurança e ocupa toda a equipe que se deixa envolver na rotina, sem vencer
aqueles problemas.
Foram
25 anos de muito estudo dos problemas e pouquíssima assimilação dos
procedimentos para resolvê-los.
Ainda
há muito para ser feito!
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