sexta-feira, 20 de abril de 2012

A CRISE

Rodolfo Juarez
A crise que está instalada no comando do Estado do Amapá precisa ser enfrentada como crise. Não adiantam os esforços de um ou de outro para, a seu modo, tentar resolver a questão ou mesmo adiar a solução.
A população acompanha atenta e preocupada o aumento do nível de falta de respeito entre algumas das principais autoridades e dessas autoridades com a população que já inquieta, procura uma explicação que pudesse justificar tudo o que está acontecendo.
O Governador do Estado, Camilo Capiberibe, o Presidente da Assembléia Legislativa, deputado Moisés Souza e a Procurado Geral de Justiça do Estado, promotora Ivana Cei, precisam encontrar um espaço para, frente a frente, encaminharem soluções para os problemas que se avolumam, nem que para isso tenham que vencer-se a si mesmos e aos seus egoísmos.
A gestão pública tem suas exigências e uma delas é colocar em primeiro lugar, mesmo à frente da administração do órgão que dirige, os interesses da população.
Se ainda não perceberam, a população está irritada com o comportamento de todos os três agentes públicos, escolhidos para resolver os problemas e não para utilizar esses problemas para medir força e testar os seus apoios.
A forma como estão sendo conduzidas as questões do relacionamento entre os três importantes órgãos do Estado não está sendo instrumento educativo e não é possível enquadrar no manual da boa administração.
Os problemas enfrentados por cada qual precisam ser resolvidos por cada um e aqueles que só podem ser resolvido em comum acordo, que sejam resolvidos em comum acordo.
Não dá para aceitar o clima de permanente intriga entre os poderes, animados por atores que deveriam estar com outro papel, desenvolvendo atividades conforme a maneira legal de resolvê-las sem os prejuízos que, a cada dia, são expostos e acabam desmoralizando a todos.
A não ser que o propósito seja esse.
Mas não seria lógico, não haveria explicação e muito menos compreensão dos expectadores que parecem mais preocupados do que os próprios atores.
A desmoralização da administração estadual, a partir de qualquer dos órgãos do Estado, não pode ser o objetivo de nenhum dirigente. E aqueles que ficam do lado de fora, batendo lata e falando alto, são os que se escondem ao primeiro chamado para intervir ou para agir.
Um pacto de confiança pela moralidade pública poderia ser firmado entre todos os responsáveis atuais pela gestão do Estado.
“Deixar como está para ver como é que fica” desta vez não pode ser a regra.
Nesse momento o entendimento entre os gestores dos três órgãos é fundamental para, inclusive, poder cada um exercer as funções de cada um, definidas constitucionalmente e que são complementares.
Não adianta imaginar que um órgão do Estado, por mais independente que pareça, pode cumprir as suas funções de forma autônoma. Basta a observação literal do que significa órgão e, logo se percebe que ele faz parte de um todo e que o importante e funcionar o todo e não apenas um dos órgãos desse todo.
O Estado do Amapá, através da sua população, selecionou os dirigentes desses órgãos porque acreditou que seriam os melhores para o momento atual do Estado, mas os comportamentos recentes recomendam a necessidade de revisão nos princípios adotados pelo eleitor e pela população.

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