MAS
ERA UM SONHO!
Rodolfo
Juarez
Hoje é domingo.
Imaginei que podia, de repente, perceber que havia acontecido à noite o milagre
da transformação e as coisas e os homens poderiam ter sido modificados no que
mais importantes têm: as coisas, as suas formas; os homens, o desenvolvimento
de suas inteligências. Tinha a impressão que eles, os homens, haviam encontrado
uma forma de se comunicar sem ter que, todas as vezes, procurar uma forma de
estabelecer uma fofoca, uma intriga, para fazer o outro enfrentá-lo.
Mas não. Era só
impressão mesmo!
As coisas lá,
acomodadas, não apresentavam qualquer modificação senão aquelas decorrentes da
deterioração pelo desgaste que o tempo impõe, independentemente das coisa que
não foram feitas e precisavam ser feitas.
Mas como se
tratava, provavelmente de um sonho, não custava nada averiguar, procurar uma
saída. Justar pessoas, discutir temas e chegar às conclusões que poderiam
ajudar no processo de reconquista de valores.
Mas era um
sonho!
Mas não custou
nada imaginar a reposição dos valores nos homens mandantes de então pois eles
sabiam que tinham deixado esses valores, provavelmente por esquecimento, ou nas
distantes salas de uma porta (trancada) ou atrás da porta da alma, onde ficam
depositados o lixo produzido pela mente humana.
Mas era um
sonho!
Mesmo assim dá
para apostar na mudança, na renovação e, principalmente no conserto de pessoas
através da alma, mesmo que elas estejam machucadas pelo peso de um mal feito ou
de uma paixão repentina (ou duradoura).
Paixão é paixão
e mesmo o apaixonado se descobre produzindo mais, trabalhando mais e sendo mais
eficiente na utilização de suas forças, sejam elas da mente ou dos músculos.
Mas era um
sonho!
Mesmo assim
conseguia vislumbrar a aplicação de uma professora na sala de aula,
transmitindo ensinamento para 45 ou 50 alunos, todos inquietos e muito
preocupados com o encerramento do tempo para ir para o restaurante ou, de
preferência, para a frente do educandário, ver as mocinhas com uniformes
diferentes dos seus balançando o corpo, como que desafiando todos os
acostumados em seguir adiante, nem que seja atrás do trio não elétrico.
Mas era um
sonho!
Sonhado conforme
se podia ver uma turma de promotores, deputados, conselheiros em frenético
debate sobre o futuro do Estado do Amapá, apresentando números reais, mesmo
aqueles retirados do Portal da Transparência. Nem mesmo a vontade de discutir a
elaboração de um TAC limitava o interesse daqueles senhores muito interessado
dos resultados, os melhores, para o Amapá.
Mas era um
sonho!
E a realidade
devolveu o cheiro das águas poluías do Canal da Mendonça Júnior, as brigas
entre os poderes, a disputa pela melhor maneira de explicar o que não faz e,
até, a utilização de mídia eletrônica, cada vez usada com mais frequência com o
propósito de fazer com que a informação falsa vire a informação verdadeira.
Mesmo com o
tempo passado e as coisas não acontecendo. Mesmo com o sonho acabando e a
realidade predominando, ainda há espaço para a confiança, mesmo que tenha que
deixar de lado os dirigentes públicos e cuidar, até sozinho, da parte que
entenda que da conta.
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