sexta-feira, 27 de abril de 2012


MAS ERA UM SONHO!

Rodolfo Juarez

Hoje é domingo. Imaginei que podia, de repente, perceber que havia acontecido à noite o milagre da transformação e as coisas e os homens poderiam ter sido modificados no que mais importantes têm: as coisas, as suas formas; os homens, o desenvolvimento de suas inteligências. Tinha a impressão que eles, os homens, haviam encontrado uma forma de se comunicar sem ter que, todas as vezes, procurar uma forma de estabelecer uma fofoca, uma intriga, para fazer o outro enfrentá-lo.

Mas não. Era só impressão mesmo!

As coisas lá, acomodadas, não apresentavam qualquer modificação senão aquelas decorrentes da deterioração pelo desgaste que o tempo impõe, independentemente das coisa que não foram feitas e precisavam ser feitas.

Mas como se tratava, provavelmente de um sonho, não custava nada averiguar, procurar uma saída. Justar pessoas, discutir temas e chegar às conclusões que poderiam ajudar no processo de reconquista de valores.

Mas era um sonho!

Mas não custou nada imaginar a reposição dos valores nos homens mandantes de então pois eles sabiam que tinham deixado esses valores, provavelmente por esquecimento, ou nas distantes salas de uma porta (trancada) ou atrás da porta da alma, onde ficam depositados o lixo produzido pela mente humana.

Mas era um sonho!

Mesmo assim dá para apostar na mudança, na renovação e, principalmente no conserto de pessoas através da alma, mesmo que elas estejam machucadas pelo peso de um mal feito ou de uma paixão repentina (ou duradoura).

Paixão é paixão e mesmo o apaixonado se descobre produzindo mais, trabalhando mais e sendo mais eficiente na utilização de suas forças, sejam elas da mente ou dos músculos.

Mas era um sonho!

Mesmo assim conseguia vislumbrar a aplicação de uma professora na sala de aula, transmitindo ensinamento para 45 ou 50 alunos, todos inquietos e muito preocupados com o encerramento do tempo para ir para o restaurante ou, de preferência, para a frente do educandário, ver as mocinhas com uniformes diferentes dos seus balançando o corpo, como que desafiando todos os acostumados em seguir adiante, nem que seja atrás do trio não elétrico.

Mas era um sonho!

Sonhado conforme se podia ver uma turma de promotores, deputados, conselheiros em frenético debate sobre o futuro do Estado do Amapá, apresentando números reais, mesmo aqueles retirados do Portal da Transparência. Nem mesmo a vontade de discutir a elaboração de um TAC limitava o interesse daqueles senhores muito interessado dos resultados, os melhores, para o Amapá.

Mas era um sonho!

E a realidade devolveu o cheiro das águas poluías do Canal da Mendonça Júnior, as brigas entre os poderes, a disputa pela melhor maneira de explicar o que não faz e, até, a utilização de mídia eletrônica, cada vez usada com mais frequência com o propósito de fazer com que a informação falsa vire a informação verdadeira.

Mesmo com o tempo passado e as coisas não acontecendo. Mesmo com o sonho acabando e a realidade predominando, ainda há espaço para a confiança, mesmo que tenha que deixar de lado os dirigentes públicos e cuidar, até sozinho, da parte que entenda que da conta.

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