terça-feira, 17 de abril de 2012

DESPENTEADOS

Rodolfo Juarez
Depois de passar o vendaval que está despenteando os políticos daqui é possível que seja retomado o caminho do entendimento onde a arrogância e a ignorância sejam deixadas de lado, em respeito ao povo que não se conformou em ficar na platéia e desceu para invadir o “campo” dando trabalho, mas declarando, aos gritos, que querem apenas que seja mudado o comportamento dos seus representantes.
Tem muita gente que não está concordando com o seu deputado, com o seu governador, com o seu promotor, com o seu procurador, com o seu prefeito, com o seu vereador e com outros agentes públicos.
Mesmo aqueles mais apaixonados, que acreditavam na pureza de comportamento e na verdade de seu escolhido, não estão conseguindo equalizar a desconfiança que tomou conta de tantos aqui pelas terras tucuju.
As respostas lentas, incompletas e disfarçadas não combinam com os anúncios e os declarados modos de vida. Chocam de frente a proposta com a realização, com uma coisa nada tendo a ver com a outra, a não ser para cair na vala comum do disfarce e da sofisticada função Mandrake.
O fato de ter eleição a cada dois anos, em tempos como esses, é a grande esperança do povo e a oportunidade do eleitor que, arredio com está, pode até se satisfazer em arriscar em desconhecidos, pois, tem certeza: pior do que está não fica.
O tempo, nesses casos, se transforma em elemento que favorece a inércia, caso ele não seja bem usado para mudanças verdadeiras, arejamento de idéias e aproveitamento de oportunidade.
Apenas pelo fato de, no dia 7 de outubro deste ano haver eleição, muitos políticos estão se preservando o máximo que podem para não serem tragados pelo tubo do esquecimento e lançado no valão comum, dando oportunidade para novos eleitos exercerem os cargos que imaginavam que não podiam perder.
Nesse momento muitos se debatem inicialmente pela sobrevivência. Percebem que o “oxigênio” está pouco demais e que não dá para repartir nem com seu mais fiel aliado e que, continuando esse cenário, as dificuldades aumentam devido às mutações que acontecem e que nem acompanham.
Os problemas administrativos são verdadeiros buracos negros que se formam no processo e que precisam ser descobertos antes do eleitor chegar às urnas e votar. Lá, em frente à urna, ele, o eleitor, tem poucas chances de esquecer tudo o que passou recentemente e tudo o que prometeu na hora da raiva.
Compreender isso é fundamental, além do que representa a sobrevivência política, dá nova oportunidade administrativa para exercitar a competência que disse ter e que não pode testar no período da crise.
Ainda há tempo. Muito embora o tempo seja curto demais para ser usado erradamente, sem ter todas as ações focadas diretamente nos interesses do povo do Estado que, atento como está, fará a medida exata do descaso, da desconsideração, do desrespeito e da falta de compromisso.
A questão agora é entender o que está acontecendo, não perder a oportunidade que ainda pode achar e buscar fortalecer as suas ações, usando como instrumento principal a verdade, mesmo que ela seja dura, inconveniente e não mostre qualquer saída, mesmo para quem precisa usá-la.
Não adianta mais a individualidade, o favorecimento pessoal ou familiar, o enfraquecimento do adversário. O que pode dar certo são as ações coletivas, o trabalho para o povo e o fortalecimento de todos, sem limites e com espírito público, elemento que disse ter antes e que, como em passo de mágica, esqueceu completamente.

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