Os responsáveis
pelo desenvolvimento do Estado do Amapá: governador, senadores, deputados
federais, deputados estaduais, prefeitos, vereadores, lideranças empresariais,
imprensa e todos os órgãos representam os interesses do Estado precisam tomar
uma posição com relação à atenção que deve ser dado ao desenvolvimento local.
Percebe-se o
desenrolar de atividades ao largo do controle e da fiscalização daqueles que
teriam essa direta responsabilidade e que, em confiança a terceiros, deixa que,
aos poucos, esses terceiros tomem conta do sentido que precisa ser dado ao
desenvolvimento estadual.
Setores
importantes da economia dão a impressão que não obedecem qualquer regra que
interessa à população amapaense. E, por isso, a situação precisa ser compreendida
pelos detentores dos cargos públicos e principalmente por aqueles que têm
mandato, representando o povo e o Estado, nas discussões de interesse geral.
Apenas como
exemplo se pode citar o setor de geração de energia. As empresas estão ai,
depois de ganharem as concessões, como um acompanhamento distante das
autoridades federais, que consideram, em regra, o Amapá como uma Unidade da
Federação que tem pouca representatividade no Produto Interno Bruno Nacional e
que, por isso, tem pouco interesse da matriz de desenvolvimento nacional.
Acontece que o
que é de pouco interesse para a matriz do desenvolvimento nacional é de
fundamental importância para a matriz de desenvolvimento de interesse local.
Aqui nada pode
ser dispensado e tudo precisa ser cuidado. Os mais de três e meio bilhões de
reais que estão sendo aplicados no setor energético local precisam ser
otimizados de acordo com as características locais. De nada adianta o
desenvolvimento de uma malha da matriz econômica se o desenvolvimento social
está em retrocesso.
O não
cumprimento pelas empresas que detêm a concessão para construção das usinas de
energia elétrica, com utilização da energia hidráulica dos rios amapaenses e
exploração dos megawatts gerados por essas usinas, desequilibra grupos sociais
que estão equilibrados no momento e geram problemas tão graves que os custos
sociais são muito mais representativos dos que os benefícios econômicos. Além
de atrofiarem o desenvolvimento esgotam os potenciais que estariam à espera de
um bom uso.
Esperar que as
agência reguladoras tomem conta, por nós, atendendo os nossos interesses em
prioridades, pode ser um grande sonho agora, mas, certamente, será um continuo
pesadelo para as famílias que viverão os infernos deixados pelos rescaldos que
levam os pequenos empreendedores e a microeconomia regional para os campos
abaixo da miséria.
Não se trata de
alarde ou falso aviso. Esse é o caminho mais curto para a perpetuação da
pobreza e está sendo oferecido por àqueles que anunciaram, na chegada, que
tinham a intenção de contribuir com o desenvolvimento local, mas depois de ver
a paciência e o pouco caso local, resolveram se apropriar dos bônus e deixar os
ônus entregues às administrações e às sociedades.
O Estado do
Amapá precisa deixar explorar as suas riquezas minerais e os seus potenciais
energéticos, mas precisa fazer isso com zelo e responsabilidade, sabendo o que
vai resultar para ser mantido pelo Amapá.
Se continuar
assim, logo-logo estarão os governos, tanto do Estado, como dos municípios
diretamente envolvidos, às voltas com as dificuldades resultantes do maltrato
dado à vertente social dos programas de desenvolvimento.
Ainda há tempo,
mas nem tanto.
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