domingo, 19 de agosto de 2012

Amapá: ainda há tempo, mas nem tanto.

Rodolfo Juarez
Os responsáveis pelo desenvolvimento do Estado do Amapá: governador, senadores, deputados federais, deputados estaduais, prefeitos, vereadores, lideranças empresariais, imprensa e todos os órgãos representam os interesses do Estado precisam tomar uma posição com relação à atenção que deve ser dado ao desenvolvimento local.
Percebe-se o desenrolar de atividades ao largo do controle e da fiscalização daqueles que teriam essa direta responsabilidade e que, em confiança a terceiros, deixa que, aos poucos, esses terceiros tomem conta do sentido que precisa ser dado ao desenvolvimento estadual.
Setores importantes da economia dão a impressão que não obedecem qualquer regra que interessa à população amapaense. E, por isso, a situação precisa ser compreendida pelos detentores dos cargos públicos e principalmente por aqueles que têm mandato, representando o povo e o Estado, nas discussões de interesse geral.
Apenas como exemplo se pode citar o setor de geração de energia. As empresas estão ai, depois de ganharem as concessões, como um acompanhamento distante das autoridades federais, que consideram, em regra, o Amapá como uma Unidade da Federação que tem pouca representatividade no Produto Interno Bruno Nacional e que, por isso, tem pouco interesse da matriz de desenvolvimento nacional.
Acontece que o que é de pouco interesse para a matriz do desenvolvimento nacional é de fundamental importância para a matriz de desenvolvimento de interesse local.
Aqui nada pode ser dispensado e tudo precisa ser cuidado. Os mais de três e meio bilhões de reais que estão sendo aplicados no setor energético local precisam ser otimizados de acordo com as características locais. De nada adianta o desenvolvimento de uma malha da matriz econômica se o desenvolvimento social está em retrocesso.
O não cumprimento pelas empresas que detêm a concessão para construção das usinas de energia elétrica, com utilização da energia hidráulica dos rios amapaenses e exploração dos megawatts gerados por essas usinas, desequilibra grupos sociais que estão equilibrados no momento e geram problemas tão graves que os custos sociais são muito mais representativos dos que os benefícios econômicos. Além de atrofiarem o desenvolvimento esgotam os potenciais que estariam à espera de um bom uso.
Esperar que as agência reguladoras tomem conta, por nós, atendendo os nossos interesses em prioridades, pode ser um grande sonho agora, mas, certamente, será um continuo pesadelo para as famílias que viverão os infernos deixados pelos rescaldos que levam os pequenos empreendedores e a microeconomia regional para os campos abaixo da miséria.
Não se trata de alarde ou falso aviso. Esse é o caminho mais curto para a perpetuação da pobreza e está sendo oferecido por àqueles que anunciaram, na chegada, que tinham a intenção de contribuir com o desenvolvimento local, mas depois de ver a paciência e o pouco caso local, resolveram se apropriar dos bônus e deixar os ônus entregues às administrações e às sociedades.
O Estado do Amapá precisa deixar explorar as suas riquezas minerais e os seus potenciais energéticos, mas precisa fazer isso com zelo e responsabilidade, sabendo o que vai resultar para ser mantido pelo Amapá.
Se continuar assim, logo-logo estarão os governos, tanto do Estado, como dos municípios diretamente envolvidos, às voltas com as dificuldades resultantes do maltrato dado à vertente social dos programas de desenvolvimento.
Ainda há tempo, mas nem tanto.    

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