Agora posso
dizer que tenho intimidade com a Cidade de Macapá. Foi a cidade quem me deu
essa liberdade, afinal de contas toda vez que tive oportunidade de fazê-la mais
bonita, mais estrutura, não para uma festa, para um dia, para uma semana, mas
para tempos bem mais longos, assim procedi e os testemunhos perduram por ai em
forma de prédios, de vias, de integração entre a cidade e o interior.
É por isso que,
às vezes, sinto que ela quer falar comigo para cobrar ou simplesmente comentar
o que está acontecendo em alguns momento.
Pois é, desta
feita quis detalhes. Quer explicações para entender porque algumas pessoas
estão dizendo que querem fazer da cidade um local melhor para aqueles que nela
moram
Bastou prestar
um pouco mais de atenção para entender o que Macapá queria comentar sobre o que
foi dito esta semana principalmente.
Ora! Todos sabem
que estamos às vésperas das eleições municipais, quando o eleitor terá a
oportunidade de escolher o prefeito, o vice-prefeito e os vereadores,
diretamente pelo voto, sem a interferência de ninguém, a não se que assim o
eleitor queira.
Logo é um
período muito especial, onde os papéis, na prática, se invertem: os que
mandavam, pedem; e os que pediam, mandam.
Mas não é isso
que a cidade de Macapá queria saber.
Ela queria saber
por que, aqueles mesmos que tiveram a oportunidade de fazer, não fizeram até
agora e, justamente agora, se dizem dispostos a fazer o que não fizeram.
Não sei se me
entenderam. Mas era exatamente isso que a cidade queria saber.
Vou te contar! A
Cidade está muito chocada com algumas dessas figuras. Prometeu até que vai me
dizer o nome daqueles que ela não suporta mais. Não só para mim, mas para todos
aqueles que estão tendo a oportunidade de escolher o prefeito. Principalmente o
prefeito.
Já viu choro,
bravatas, mentiras, promessas, caretices, sorrisos e até fantasmas, entre
muitos que aparecem na televisão, dizendo o que querem dizer e não dizendo o
que o eleitor quer que digam.
Mas, na rápida
conversa que tivemos, a cidade disse que está muito desconfiada. É por isso que
está disposta a mudar de estratégia e falar com todos. Pensa até montar um
palanque – o Palanque da Cidade, onde dará, de uma vez só, o seu testemunho, na
esperança de ser ouvida por todos os eleitores, uma vez que ela não tem direito
ao horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e está desconfiada
também, do que os mensageiros dos candidatos estão dizendo, de forma indireta,
tanto no rádio como na televisão.
A cidade confidenciou-me
que queria fazer um pedido aos candidatos. A todos eles, pois, argumenta: já
não agüenta mais tanta promessa.
Ela, a cidade,
queria que os candidatos fossem sinceros! Que eles falassem apenas a verdade,
nada mais que a verdade!
Mas também disse
que nem tudo o que foi dito, foi perdido. Argumenta que alguns disseram a
verdade. Uma verdade que machuca a cidade – disseram que ela estava feia,
maltratada, abandonada e desrespeitada.
Quer mais que
isso para mostrar o caminho da depressão para quem quer que seja. E quando se
faz isso com a cidade que se ama, conforme é afirmado e reafirmado todos os
dias publicamente.
Já encerrando o
rápido papo comigo, a cidade de Macapá pediu para levar um recado aos
candidatos – que a tratem melhor, que não a chamem mais de feia e abandonada.
Garante que
ainda está suportando, mas não demora a paciência pode acabar e ela rogar praga
para os que a ofendem agora e todas as vezes que podem fazer alguma coisa e não
fazem.
Saiu repetindo:
essa ofensa é imperdoável, essa ofensa é imperdoável, essa ofensa é
imperdoável!
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