sábado, 25 de agosto de 2012

Macapá: o palanque da cidade

Rodolfo Juarez
Agora posso dizer que tenho intimidade com a Cidade de Macapá. Foi a cidade quem me deu essa liberdade, afinal de contas toda vez que tive oportunidade de fazê-la mais bonita, mais estrutura, não para uma festa, para um dia, para uma semana, mas para tempos bem mais longos, assim procedi e os testemunhos perduram por ai em forma de prédios, de vias, de integração entre a cidade e o interior.
É por isso que, às vezes, sinto que ela quer falar comigo para cobrar ou simplesmente comentar o que está acontecendo em alguns momento.
Pois é, desta feita quis detalhes. Quer explicações para entender porque algumas pessoas estão dizendo que querem fazer da cidade um local melhor para aqueles que nela moram
Bastou prestar um pouco mais de atenção para entender o que Macapá queria comentar sobre o que foi dito esta semana principalmente.
Ora! Todos sabem que estamos às vésperas das eleições municipais, quando o eleitor terá a oportunidade de escolher o prefeito, o vice-prefeito e os vereadores, diretamente pelo voto, sem a interferência de ninguém, a não se que assim o eleitor queira.
Logo é um período muito especial, onde os papéis, na prática, se invertem: os que mandavam, pedem; e os que pediam, mandam.
Mas não é isso que a cidade de Macapá queria saber.
Ela queria saber por que, aqueles mesmos que tiveram a oportunidade de fazer, não fizeram até agora e, justamente agora, se dizem dispostos a fazer o que não fizeram.
Não sei se me entenderam. Mas era exatamente isso que a cidade queria saber.
Vou te contar! A Cidade está muito chocada com algumas dessas figuras. Prometeu até que vai me dizer o nome daqueles que ela não suporta mais. Não só para mim, mas para todos aqueles que estão tendo a oportunidade de escolher o prefeito. Principalmente o prefeito.
Já viu choro, bravatas, mentiras, promessas, caretices, sorrisos e até fantasmas, entre muitos que aparecem na televisão, dizendo o que querem dizer e não dizendo o que o eleitor quer que digam.
Mas, na rápida conversa que tivemos, a cidade disse que está muito desconfiada. É por isso que está disposta a mudar de estratégia e falar com todos. Pensa até montar um palanque – o Palanque da Cidade, onde dará, de uma vez só, o seu testemunho, na esperança de ser ouvida por todos os eleitores, uma vez que ela não tem direito ao horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e está desconfiada também, do que os mensageiros dos candidatos estão dizendo, de forma indireta, tanto no rádio como na televisão.
A cidade confidenciou-me que queria fazer um pedido aos candidatos. A todos eles, pois, argumenta: já não agüenta mais tanta promessa.
Ela, a cidade, queria que os candidatos fossem sinceros! Que eles falassem apenas a verdade, nada mais que a verdade!
Mas também disse que nem tudo o que foi dito, foi perdido. Argumenta que alguns disseram a verdade. Uma verdade que machuca a cidade – disseram que ela estava feia, maltratada, abandonada e desrespeitada.
Quer mais que isso para mostrar o caminho da depressão para quem quer que seja. E quando se faz isso com a cidade que se ama, conforme é afirmado e reafirmado todos os dias publicamente.
Já encerrando o rápido papo comigo, a cidade de Macapá pediu para levar um recado aos candidatos – que a tratem melhor, que não a chamem mais de feia e abandonada.
Garante que ainda está suportando, mas não demora a paciência pode acabar e ela rogar praga para os que a ofendem agora e todas as vezes que podem fazer alguma coisa e não fazem.
Saiu repetindo: essa ofensa é imperdoável, essa ofensa é imperdoável, essa ofensa é imperdoável!

 

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