sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Macapá uma cidade que pede socorro!

Com o sistema viário em condições precárias e dificuldades orçamentárias problemas urbanos empurram Macapá para um beco sem saída.
As primeiras estimativas indicam que para melhorar as ruas e avenidas de Macapá são necessários R$ 107 milhões por ano, durante oito anos.
Passados quatro anos desde os primeiros levantamentos em 2008, realização de debates nas universidades e nas faculdades, nas comunidades e nos órgãos municipais e estaduais, poucas providências foram tomadas e as que foram tomadas, não alcançaram os resultados que precisavam ser alcançados, tanto que os setores em crise no final do governo do prefeito João Henrique, continuam, na prática, na mesma situação, no final do governo do prefeito Roberto Góes.
As principais conseqüências se concentraram no agravamento da situação urbana e na falta de definição de um plano executivo para conter a acelerada destruição das vias e praças, além de outros problemas que não foram resolvidos, como: transporte urbano, obras inacabadas, sinalização das vias e uma disciplina no uso dos serviços da prefeitura municipal.
O orçamento do município, muito embora supere os 500 milhões de reais, está comprometido com a folha de pagamento e a manutenção de atividades, sem margem para aplicar na aquisição de equipamentos e material para melhorar a infraestrutura urbana, piorando o grau de confiança que tem a população hoje na administração municipal.
O crescimento da receita que já não acompanhava o crescimento das demandas a serem enfrentadas pela Administração, piorou nos dois últimos anos, principalmente com relação à arrecadação própria, que deixa o Macapá, em comparação com as cidades de seu porte populacional, na penúltima colocação em arrecadação própria.

AS ELEIÇÕES DE 2012
Para disputar as eleições em Macapá, as duas zonas eleitorais de Macapá receberam o pedido de registro de candidaturas de 7 candidatos a prefeito e 7 candidatos a vice-prefeito, entre os pedidos de registro de candidatura estava o do atual prefeito, Roberto Góes, que se inscreve para renovar mandato que encerra a vigência no dia 31 de dezembro deste ano.
Um dos candidatos a prefeito e a respectiva candidata a vice-prefeita tiveram o pedido de registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral ficando assim, apenas seis os postulantes ao cargo majoritário no Município de Macapá, que conta com 253.365 eleitores aptos a votar na eleição do dia 7 de outubro.
Os planos de governo apresentados por ocasião do pedido de registro de candidatura, nenhum deles trata a questão da cidade de Macapá com a urgência que emerge, aos gritos, das camadas sociais. Preferem listar o trivial e o genérico, claramente deixando as questões agudas, como recuperação do sistema viário, reorganização do transporte coletivo, recuperação do sistema de arrecadação municipal, profissionalização das relações institucionais, tanto dentro como fora dos limites da administração municipal.
No horário eleitoral gratuito os candidatos preferem não falar em metas, em planos, programas ou projetos. Também adotam o genérico e refazem o caminho já trilhado (e que não deu certo) da parceria.

A IMPRTÂNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL
O resultado da eleição de 2008 trouxe uma renovação de 2/3 dos vereadores do município, além de acrescentar uma vaga, passando de 15 para 16 o número de cadeiras na Câmara Municipal de Macapá. A Câmara de 2013 já começa com 23 vereadores.
Na Legislatura 2009/2012 que está encerrando, as 16 vagas de vereador, foram ocupadas por 11 novatos, a maioria constituída de jovens, iniciantes na política e, por isso, carecendo de experiência para suprir a necessidade de contribuição para o processo de modificação do plano de desenvolvimento para o município.
O sucesso dos membros do parlamento mirim da Capital não foi o esperado. Boa parte do insucesso pode ser debitada às duas cassações de vereador havidas no período e à estranha eleição do presidente da Mesa Diretora para dois mandatos no cargo, que deixaram os próprios vereadores desconfiados, estreitando a faixa de audácia e diminuíram a participação nas questões mais agudas do Município.
Reconhecem os próprios vereadores que não contribuíram como podiam, principalmente com as inovações, tanto no exercício do mandato, como no conhecimento geral e as novidades representadas por atitudes correspondentes. Muitos deles já conhecedores da importância das redes sociais, poderia ter contribuído, bem mais, no processo de modernização do trato das questões do município e na linguagem com a população.
 
O PLANO DE RECUPERAÇÃO DA CIDADE
O plano de recuperação da cidade pode se dividido em duas fases: a primeira fase apoiada em um acordo político-administrativo da qual participam representantes do governo do Estado, da Prefeitura de Macapá, do Ministério das Cidades, com o suporte dos parlamentares federais, estaduais e municipais;
A outra fase, com a participação de técnicos e especialistas em desenvolvimento urbano, social e econômico que, com a participação direta das suas representações profissionais e sociais, adotariam as propostas do plano de recuperação da cidade, sendo responsáveis pela avaliação das propostas públicas na visão dos beneficiados – a população.
Em um espaço de elaboração, aprovação e execução do plano não pode ser inferior a oito anos, a partir do exercício de 2013, quando assumem os novos gestores e parlamentares municipais.

O PREÇO DO PLANO
Para definir o preço total do plano de construção de 640 km de vias (ruas, avenidas, travessas, passarelas e ciclovias) constando de títulos como: preparação da infraestrutura (base, sub-base e pavimento) e lançamento da capa asfáltica usinada a quente (AAUQ) ou do concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ).
Calçadas de 3 metros, com meio fio e linha d’água, pista de rolamento e faixa de estacionamento, tudo sinalizado.
Para efeito de calculo, foi levantado o preço de um metro linear de via, nos 14 metros de caixa, largura média entre os limites dos terrenos urbanos em Macapá que ficam um em frente ao outro.
Os 14 metros de caixa são distribuídos da seguinte forma: 2,8 m de calçada + 0,2 m de meio fio + 8,0 m de pista (duas faixas de rolamento e duas faixas de estacionamento) + 0,2 de meio fio e mais 2,8 metros de calçada.
Quando possível, prever logo a construção de ciclovias em áreas de especial uso pelos ciclistas, considerando a densidade para o tráfego de bicicleta e a proximidade do local de trabalho dos profissionais trabalhadores.
Uma composição de preço para um metro linear desse perfil é a seguinte (considerando a média dos preços para recuperação e construção da base para a capa asfáltica):
 
Item
Produto ou serviço
Unidade
P. Unitário
(R$)
Quantidade
P. Total
01
Recuperação de base (*)
m2
18,00
14,00
252,00
02
Construção de calçada
m2
63,60
5,60
356,16
03
Meio fio e linha d’água
ml
46,80
1,00
46,80
04
Imprimação
m2
4,09
8,00
32,72
05
Capa asfáltica de 5 cm
m2
22,48
8,00
179,84
06
    Total ..................
 
 
 
870,52

(*) Este preço varia conforme o local da via e o estado da via.
 
O VALOR TOTA
A proposta é construir 80 km de via por ano, que a um preço do serviço a R$ 870,52 por metro linear, da um total de (R$ 870,52 x 80.000) sessenta e nove milhões seiscentos e quarenta e um mil e seiscentos reais (R$ 69.641.600,00) por ano e durante os 8 anos (8 x 80 km = 640 km) se teria recuperado aproximadamente 2/3 das vias da cidade ao custo total de R$ 557.132.800,00.

SINALIZAÇÃO
Para efeito de cálculo se utiliza 5% do total gasto nas vias para a execução da sinalização horizontal, vertical e semafórica, o que daria em torno de R$ 27,86 milhões de reais.
 
DRENAGEM
Muitas vias que, para efeito de cálculo, vamos considerar a metade (50%), teriam que receber o lançamento da drenagem com tubos enterrados e, nesse caso, ainda ateríamos que acrescentar no preço das vias os custos com a realização dos serviços de drenagem do tipo galeria de águas pluviais tubulares e que tem os seguinte componentes: 1) movimentação de terra; 2) tubulação; 3) obras de artes especiais (poço de visita, boca de lobo em alvenaria e muro de ala).
O preço médio para esse serviço, estimado por metro linear é de R$ 852.
O total seria, portanto, de R$ 852,00 x 320.000 metros (metade da extensão total), dando um total de R$ 272,64 milhões para os 8 anos de serviços.

VALOR TOTAL DO PROJETO

 
Ordem
 
Serviço
Valor
(x R$ 1.000.000,00)
01
Recuperação das vias, construção de calçadas e meio fio.
557,13 milhões
 
02
Serviço de sinalização
27,86 milhões
 
03
Serviço de drenagem
 272,64 milhões
 
            Total .................................................
857,63 milhões

O que implica dizer que será necessário um aporte anual, a partir de 2013, somente para recuperar as vias da cidade de Macapá, de R$ 107.203.375,00 (cento e sete milhões, duzentos e três mil, trezentos e setenta e cinco mil reais) até o ano de 2020.

 

 

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