segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Horário Eleitoral Gratuito

Rodolfo Juarez
Depois de uma semana, o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão deste ano, tem se revelado um dos mais fracos dos últimos pleitos.
Os marqueteiros não conseguem inovar e muito menos, abandonar os velhos truques e utilizar o que há de mais avançado, mesmo aqui no norte do País, no que se refere à direção e arte, principalmente nos programas para a televisão.
Pesquisas feitas no final de semana revelam que a propaganda eleitoral influencia no resultado da eleição, de acordo com a informação contida nas mensagens que são dirigidas ao eleitor, diretamente pelo candidato ou indiretamente através flashes criativos o oportunos mostrados durante o programa.
Mais de 60% do eleitorado confirma que o horário eleitoral gratuito no rádio e na tv é importante para o eleitor e deve ser mantido.
Ora, se a maioria do eleitorado acha importantes os programas é preciso que eles sejam aproveitados da melhor forma pelos candidatos e não apenas para usar o tempo que é disponibilizado à coligação ou ao partido.
Percebe-se que os coordenadores das campanhas têm considerado as inserções no rádio e na tv mais importantes que os programas do horário eleitoral gratuito. Lá, na inserção, está reservado o espaço para mostrar o que os marqueteiros consideram os pontos mais fortes dos candidatos.
Essa constatação pode ser o resultado de uma das duas avaliações feitas pelas respectivas coordenações de campanha: ou consideram que a inserção alcança maior público votante ou que se valem dela apenas como complemento aos pontos levantados no programa eleitoral gratuito do partido ou da coligação.
Mesmo com a aprovação popular do programa gratuito, algumas questões estão em estudo com relação àqueles programas.
Uma delas é a repartição do tempo.
Já é predominante a tese de que o horário eleitoral gratuito no rádio e na tv deve ter o maior peso conforme o número de candidatos apresentados pela coligação ou pelo partido no caso de concorrer solteiro.
A regra atual está propiciando uma espécie de negócio feito por partidos que têm grande representação no Congresso Nacional, em uma eleição que nada tem a ver com a composição daquele poder – a eleição é municipal.
Alguns dos candidatos a prefeito do município de Macapá, por exemplo, preferiram aliança com alguns partidos muito mais pelo tempo que tem na televisão e no rádio, do que pela proximidade que tem de seu ideário, ou capacidade de atração eleitoral.
Essa situação é uma das contradições do modelo de divisão do horário eleitoral que, em tese, está sustentado pela proposta de isonomia entre os candidatos, mas que na prática, se revela um desconstituinte dessa isonomia, uma vez que, hoje, uma aliança “bem feita” significa uma aliança que dê maior espaço no rádio e na televisão.
A divisão paritária entre os disputantes, através das coligações ou dos partidos, quando concorrerem “solteiros” é uma proposta que está ganhando corpo e que parece muito mais adequada à proposta principal – igualdade de oportunidade.
Mas enquanto alguns candidatos a prefeito têm muito tempo e outros tão pouco tempo para apresentar as suas propostas, os prejuízos à sociedade, ao eleitor e aos próprios candidatos, continuam sendo anotados e o reflexo vem em forma de resultados que não elegem os verdadeiros lideres e deixam para os demagogos aberta as oportunidades que aumentam os níveis de erro do eleitor.
Basta acompanhar os períodos dos conchavos e das eleições para perceber que a negociação tem como uma das prioridades o tempo no rádio e na tv que determinado partido “trás para a coligação”.
Um erro que se transforma, em regra, em péssimas administrações.

 

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