Depois de uma
semana, o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão deste ano, tem se
revelado um dos mais fracos dos últimos pleitos.
Os marqueteiros
não conseguem inovar e muito menos, abandonar os velhos truques e utilizar o
que há de mais avançado, mesmo aqui no norte do País, no que se refere à
direção e arte, principalmente nos programas para a televisão.
Pesquisas feitas
no final de semana revelam que a propaganda eleitoral influencia no resultado
da eleição, de acordo com a informação contida nas mensagens que são dirigidas
ao eleitor, diretamente pelo candidato ou indiretamente através flashes
criativos o oportunos mostrados durante o programa.
Mais de 60% do
eleitorado confirma que o horário eleitoral gratuito no rádio e na tv é
importante para o eleitor e deve ser mantido.
Ora, se a
maioria do eleitorado acha importantes os programas é preciso que eles sejam
aproveitados da melhor forma pelos candidatos e não apenas para usar o tempo
que é disponibilizado à coligação ou ao partido.
Percebe-se que
os coordenadores das campanhas têm considerado as inserções no rádio e na tv mais
importantes que os programas do horário eleitoral gratuito. Lá, na inserção,
está reservado o espaço para mostrar o que os marqueteiros consideram os pontos
mais fortes dos candidatos.
Essa constatação
pode ser o resultado de uma das duas avaliações feitas pelas respectivas
coordenações de campanha: ou consideram que a inserção alcança maior público
votante ou que se valem dela apenas como complemento aos pontos levantados no
programa eleitoral gratuito do partido ou da coligação.
Mesmo com a
aprovação popular do programa gratuito, algumas questões estão em estudo com
relação àqueles programas.
Uma delas é a
repartição do tempo.
Já é
predominante a tese de que o horário eleitoral gratuito no rádio e na tv deve
ter o maior peso conforme o número de candidatos apresentados pela coligação ou
pelo partido no caso de concorrer solteiro.
A regra atual
está propiciando uma espécie de negócio feito por partidos que têm grande
representação no Congresso Nacional, em uma eleição que nada tem a ver com a
composição daquele poder – a eleição é municipal.
Alguns dos
candidatos a prefeito do município de Macapá, por exemplo, preferiram aliança
com alguns partidos muito mais pelo tempo que tem na televisão e no rádio, do
que pela proximidade que tem de seu ideário, ou capacidade de atração
eleitoral.
Essa situação é
uma das contradições do modelo de divisão do horário eleitoral que, em tese,
está sustentado pela proposta de isonomia entre os candidatos, mas que na
prática, se revela um desconstituinte dessa isonomia, uma vez que, hoje, uma
aliança “bem feita” significa uma aliança que dê maior espaço no rádio e na
televisão.
A divisão
paritária entre os disputantes, através das coligações ou dos partidos, quando
concorrerem “solteiros” é uma proposta que está ganhando corpo e que parece
muito mais adequada à proposta principal – igualdade de oportunidade.
Mas enquanto
alguns candidatos a prefeito têm muito tempo e outros tão pouco tempo para
apresentar as suas propostas, os prejuízos à sociedade, ao eleitor e aos
próprios candidatos, continuam sendo anotados e o reflexo vem em forma de
resultados que não elegem os verdadeiros lideres e deixam para os demagogos
aberta as oportunidades que aumentam os níveis de erro do eleitor.
Basta acompanhar
os períodos dos conchavos e das eleições para perceber que a negociação tem
como uma das prioridades o tempo no rádio e na tv que determinado partido “trás
para a coligação”.
Um erro que se
transforma, em regra, em péssimas administrações.
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