A reeleição, na
maioria das vezes, é uma proposta arriscada para o gestor que está no cargo,
pois, além de não conseguir ajustar os interesses da gestão pela qual é
responsável, sempre é levado a arriscar mais, fazer o que não deve e,
principalmente, deixar em segundo plano a administração, uma vez que é levado a
colocar em primeiro, primeiríssimo plano a reeleição.
Sabe ele que se
não for assim jamais terá chance, pois concorre com outros candidatos que não
têm ou têm baixo o índice de rejeição.
Por causa disso
há uma inversão na gestão do próprio poder e o lado fragilizado é do
coordenador da administração, principalmente quando esse coordenador fatia a
administração, com o objetivo de garantir para os seus aliados, amigos,
parentes ou correligionários partidários, poder e emprego, em órgãos dos quais
deveria ser o coordenador das ações.
Durante toda a
campanha os secretários e secretárias que ocupam cargos na administração ficam
intocáveis, pois, em regra, o candidato à reeleição conta com a promessa de
importantes e decisivos votos daqueles que guardou sobre a proteção do
guarda-chuva público e que tinha a atribuição oficial para ser o distribuidor
de atividades.
É durante a
distribuição das atividades que se “negocia” a compra disfarçada de votos,
pois, nem mesmo disfarça os motivos e as reuniões administrativas passam a ser
reuniões políticas, sem qualquer preocupação adicional, tratando os assuntos de
campanha como se fosse de interesse da administração.
E muitas dessas
reuniões não são realizadas nos ambientes públicos das sedes dos órgãos da
administração, são levados para outros locais, onde o coordenador da campanha
do candidato à reeleição entende que não precisa levar em consideração a
platéia, toda de funcionários, nem mesmo a mesa dos trabalhos, toda de pessoas
que têm cargo na administração.
O instituto da
reeleição foi inserido como emenda à Constituição de 1988, tendo como
justificativa o fato dos gestores que vinham fazendo um bom trabalho terem
chance de continuar esses trabalho por mais 4 anos, além do que, poderiam estar
o gestor desenvolvendo um programa de eficácia na gestão financeira da
Prefeitura e econômica da Administração. Os dois motivos, muito importantes em
qualquer cenário.
Mas o que seria
uma questão óbvia não conseguiu despertar os mais interessados – os próprios
gestores públicos que, independentemente de estar fazendo uma boa
administração, sempre, enquanto a lei admite, se candidato a continuar no
cargo, sem levar em conta os requisitos básicos que justificaram a aprovação e
promulgação da Emenda Constitucional 16.
Tudo, então,
passa para a interpretação do eleitor.
Para o eleitor
os políticos transferiram a análise que os que disputam a reeleição não tiveram
condições para fazer ou não souberam ou puderam fazer.
Mas até agora,
pelo menos no Estado do Amapá, os executivos reeleitos tiveram problemas no
segundo mandato, principalmente em relação à Prefeitura de Macapá.
Basta analisar o
primeiro mandato do prefeito João Henrique, em Macapá, comparando com o que foi
o segundo mandato.
Isso precisa ser
levado em consideração para que os erros não sejam repetidos, os problemas não
se perpetuem, a Cidade e o Município, não sejam afetados pelos erros ou
desinteresse que o gestor demonstra, sabendo que vai ter mesmo que sair no
final dos quatro anos.
Isso é o
resultado de um período em que os dirigentes dos partidos se reunião para fazer
plano de poder, ao invés de fazer planos de gestão. E os planos de poder não
tinham horizontes menores do que 20 anos. Foi essa vontade de ficar no poder
que está levando tanta gente ao banco dos réus no STF no julgamento do
Mensalão.
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