À exceção do
mandato de senador que é de 8 anos, todos os outros mandatos eletivos têm a
duração de 4 anos: presidente, governador, prefeito, deputado federal, deputado
estadual e vereador.
O problema é que
no meio dos mandatos de 4 anos está programada uma eleição – municipais, no
meio dos mandatos regionais e do mandato nacional; regionais e nacional no meio
dos mandatos municipais
Mesmo sendo do
seu dia-a-dia os mandatários dos partidos políticos ainda não encontraram uma
fórmula para manter distante das influências das campanhas eleitorais o
exercício dos mandatos conquistados por seus filiados na Administração Pública.
Uma eleição
interfere no cumprimento do mandato conquista na outra, mesmo que se esforcem
os negociadores para que sejam cumpridos os acordos e preservadas as relações
políticas.
Não adianta
esperar que os acertos fechados durante uma campanha sejam mantidos na campanha
intermediária, sem rompimento dos compromissos que viabilizaram a conquista do
mandato, seja ele de presidente da república ou de vereador. Sempre uma parte
ou outra acaba quebrando o “contrato”.
As eleições
municipais deste ano já estão fazendo as suas vítimas e materializando a quebra
do contrato tido e havido como á ser cumprido “independente de qualquer coisa”.
A exoneração do
comunista brasileiro, do Partido Comunista do Brasil, Luiz Pingarilho, da
Secretaria de Estado da Cultura do Esporte e Lazer do Governo do Estado é o
exemplo material da fragilidade dos contratos firmados e que são sustentados
por ações políticas pretéritas.
Provavelmente
esta seja a constatação mais comum do entrelaçamento das campanhas, sejam elas
realizadas separadas ou isoladamente, mesmo que de dois em dois anos.
Nem os
mandatários reconhecem o esforço passado do aliado e muito menos o aliado
reconhece que a recompensa que recebe pelo apoio pretérito é dentro dos
reduzidos limites de confiança do gestor público que detém o mandato.
O PC do B,
depois de decisão da direção nacional, definiu que, no Amapá o partido teria
candidato próprio para prefeito da Capital. Claro que essa decisão influencia
na relação anterior com o PSB que, por ter o governador do Estado preferência
por candidatura própria do seu partido, mesmo tendo que “atropelar” PT que
engoliu a seco, vendo descumprido o acordo fechado para as eleições de 2010 e
acatando permanecer, em 2012, na “garupa” dos socialistas brasileiros do Amapá.
Para o PT não
contabilizar mais prejuízos do que não ter o candidato “na cabeça de chapa”
teve que engolir, apresentou um candidato sem teste de urna para ser vice e
garantiu os cargos de confiança que tem no Governo e ainda preservou a
importância da vice-governadora na administração estadual.
O eleitor está
vendo tudo e sendo informado de tudo e é exatamente ele quem vai julgar todos
os comportamentos.
Os mesmos
problemas, mesmo em dimensão menores, são enfrentados na outra frente desfeita
da eleição de 2008, quando PDT e DEM saíram juntos e ganharam o mandato de
prefeito e vice-prefeito respectivamente. Agora, separados, terão que vencer os
problemas decorrentes da separação.
A substituição
do DEM pelo PSD na chapa do PDT que concorre à reeleição ao cargo de prefeito e
vice-prefeito de Macapá, também está sob o julgamento do eleitor.
O PDT, que
concorre à titularidade (prefeito) está adotando a mesma estratégia de 2008, já
o PR, em atitude defensiva ou de preservação, preferiu enfrentas as eleições
proporcionais como partido “solteiro”, não se aliando inclusive ao PDT nas
proporcionais, deixando claro que, em caso de insucesso no dia 7 de outubro ou
no dia 28, tem uma linha de preservação que pode ser sustentada pela forma que
adotou nas eleições proporcionais.
Pingarilho foi
apenas a primeira vítima do processo e, certamente, não será a última.
Nenhum comentário:
Postar um comentário