sábado, 25 de agosto de 2012

Eleições 2012: A quebra do contrato

Rodolfo Juarez
À exceção do mandato de senador que é de 8 anos, todos os outros mandatos eletivos têm a duração de 4 anos: presidente, governador, prefeito, deputado federal, deputado estadual e vereador.
O problema é que no meio dos mandatos de 4 anos está programada uma eleição – municipais, no meio dos mandatos regionais e do mandato nacional; regionais e nacional no meio dos mandatos municipais
Mesmo sendo do seu dia-a-dia os mandatários dos partidos políticos ainda não encontraram uma fórmula para manter distante das influências das campanhas eleitorais o exercício dos mandatos conquistados por seus filiados na Administração Pública.
Uma eleição interfere no cumprimento do mandato conquista na outra, mesmo que se esforcem os negociadores para que sejam cumpridos os acordos e preservadas as relações políticas.
Não adianta esperar que os acertos fechados durante uma campanha sejam mantidos na campanha intermediária, sem rompimento dos compromissos que viabilizaram a conquista do mandato, seja ele de presidente da república ou de vereador. Sempre uma parte ou outra acaba quebrando o “contrato”.
As eleições municipais deste ano já estão fazendo as suas vítimas e materializando a quebra do contrato tido e havido como á ser cumprido “independente de qualquer coisa”.
A exoneração do comunista brasileiro, do Partido Comunista do Brasil, Luiz Pingarilho, da Secretaria de Estado da Cultura do Esporte e Lazer do Governo do Estado é o exemplo material da fragilidade dos contratos firmados e que são sustentados por ações políticas pretéritas.
Provavelmente esta seja a constatação mais comum do entrelaçamento das campanhas, sejam elas realizadas separadas ou isoladamente, mesmo que de dois em dois anos.
Nem os mandatários reconhecem o esforço passado do aliado e muito menos o aliado reconhece que a recompensa que recebe pelo apoio pretérito é dentro dos reduzidos limites de confiança do gestor público que detém o mandato.
O PC do B, depois de decisão da direção nacional, definiu que, no Amapá o partido teria candidato próprio para prefeito da Capital. Claro que essa decisão influencia na relação anterior com o PSB que, por ter o governador do Estado preferência por candidatura própria do seu partido, mesmo tendo que “atropelar” PT que engoliu a seco, vendo descumprido o acordo fechado para as eleições de 2010 e acatando permanecer, em 2012, na “garupa” dos socialistas brasileiros do Amapá.
Para o PT não contabilizar mais prejuízos do que não ter o candidato “na cabeça de chapa” teve que engolir, apresentou um candidato sem teste de urna para ser vice e garantiu os cargos de confiança que tem no Governo e ainda preservou a importância da vice-governadora na administração estadual.
O eleitor está vendo tudo e sendo informado de tudo e é exatamente ele quem vai julgar todos os comportamentos.
Os mesmos problemas, mesmo em dimensão menores, são enfrentados na outra frente desfeita da eleição de 2008, quando PDT e DEM saíram juntos e ganharam o mandato de prefeito e vice-prefeito respectivamente. Agora, separados, terão que vencer os problemas decorrentes da separação.
A substituição do DEM pelo PSD na chapa do PDT que concorre à reeleição ao cargo de prefeito e vice-prefeito de Macapá, também está sob o julgamento do eleitor.
O PDT, que concorre à titularidade (prefeito) está adotando a mesma estratégia de 2008, já o PR, em atitude defensiva ou de preservação, preferiu enfrentas as eleições proporcionais como partido “solteiro”, não se aliando inclusive ao PDT nas proporcionais, deixando claro que, em caso de insucesso no dia 7 de outubro ou no dia 28, tem uma linha de preservação que pode ser sustentada pela forma que adotou nas eleições proporcionais.
Pingarilho foi apenas a primeira vítima do processo e, certamente, não será a última.

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