quarta-feira, 12 de junho de 2013

Direitos Humanos para todos

Rodolfo Juarez
As propostas de socialização, adequação e modernização para que procedimentos funcionais se adeque aos compromissos assumidos pelo Brasil nos acordos firmados, com validade internações, principalmente na esfera dos direitos humanos, exige adequação de pessoas, dos procedimentos e das condições de trabalho para os que têm a atribuição de fazer a efetiva mudança.
Uma das áreas mais críticas é aquela onde estão os separados da sociedade pelo encarceramento, seja para cumprir pena ou na qualidade de preso provisório.
Todos eles, mesmo sem dispor do seu bem precioso – a liberdade -, mantêm muitos dos direitos, principalmente aqueles definidos nos compromissos firmados em forma de acordos humanitários e com abertura, mesmo mantendo a soberania, para denúncias e reprimendas.
O ambiente das penitenciárias, principalmente aquele que tem a proposta de ser um instituto de recuperação das pessoas, para que volte ao convívio social sem os traumas e as dificuldades historicamente experimentadas, precisa de modernização além daquela que diz respeito aos prédios e aos órgãos de controle e verificação.
Os apenados só têm a possibilidade de socializar-se mantendo a interação com pessoas. Ainda não é conhecida outra forma de praticar a socialização sem que haja a interação e para a interação existir de fato, precisa haver condições, algumas delas, que precisam de ação profissional, praticada por especialistas.
Seria esperar demais o sucesso de uma relação, como a que hoje praticada, segundo regra que coloca face a face, condições que podem ser opostas.
Essa pode ser a situação entre os agentes penitenciários e os encarcerados, cumprindo pena ou não, nos pavilhões do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá – IAPEN.
A situação atual, principalmente depois da morte do agente Clodoaldo, há um ano, está deixando intranquilos os agentes penitenciários, convivendo com a pressão das novas orientações legais e vendo que, para os apenados não há qualquer orientação nova, seja na preparação para a convivência, seja nas explicações de deveres e direitos. Estes muito mais conhecidos e praticados que aqueles.
O problema é que não há perspectiva de modificação desse quadro o que provoca além da insegurança funcional, uma desconfiança permanente que transcende à condição funcional dos trabalhadores, chegando a influir no convívio social familiar, deixando os agentes inseguros e preocupados, da mesma forma que ficam os familiares que passam a conviver com a mesma insegurança e preocupação.
Os acordos firmados para garantir os direitos humanos não podem ser entendidos como se fossem para garantir o direito dos presos, apenados ou não. Esses acordos são gerais e devem levar em consideração, inclusive, o direito dos que exercem as suas atividades funcionais nas penitenciárias como: agentes, educadores, psicólogos, diretores e todos os demais profissionais ou voluntários.
As autoridades da segurança pública e da defesa social de um modo geral precisam perceber que a situação atual é muito delicada e precisa ser tratada por profissionais, para que o problema não aumente e as consequências não prejudiquem, ainda mais, aqueles que estão no dia a dia, profissionalmente participando diretamente do processo que pretende recuperar os apenados, mas que não podem arriscar as suas condições de pessoas e chefes de família.
Como está atualmente o clima dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá, se forma um ambiente impróprio para desenvolver qualquer trabalho educativo ou de recuperação e o resultado esperado é de piora, tanto na relação interna, como na confiança externa, mesmo depois de cumpridas as etapas da legislação penal brasileira.

Dirigentes dos órgãos de segurança pública e daqueles têm a responsabilidade de processar a aplicação das regras atuais de ressocialização do apenado precisam estar atentos para não retardar o processo em andamento, corrigindo os rumos e devolvendo a tranquilidade àqueles que viabilizam o processo, inclusive os agentes penitenciários. 

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