quarta-feira, 26 de junho de 2013

Quebra de compromisso

QUEBRA DE COMPROMISSO
Rodolfo Juarez
Os dirigentes nacionais calculavam que o povo brasileiro, por ser considerado amante do futebol, estivesse durante o mês de junho aplaudindo os resultados que trouxeram para o Brasil a Copa das Confederações.
Ainda está na memória de todos os brasileiros a explosão de alegria que o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e alguns de seus ministros, tiveram quando da declaração feita pelos dirigentes da FIFA de que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014 e, em consequência, a Copa das Confederações de 2013.
Parecia que ali havia acontecido o coroamento antecipado de um projeto que se estenderia até o final do primeiro mandato do sucessor do então presidente, que daria as condições de renovar o mandato e manter no poder, pelo menos por mais quatro anos o PT.
Afinal de contas o investimento em 10 estádios de futebol, reconstruindo uns e construindo outros bastariam para dar horas de discursos para os candidatos que, durante a Copa do Mundo, estariam sendo aplaudidos nos estádios modernos, no padrão de exigência da FIFA.
Quando vieram as primeiras reclamações sobre o preço desses estádios, o governo se apressou em informar que não se tratava apenas da construção dos estádios, mas também, das obras complementares que, essas sim, seriam a grande “herança da copa” para todos os brasileiros.
Transporte público eficiente, comunicação de primeiro mundo e um sistema de segurança social que traria para o Brasil todas as qualidades já vividas no chamado primeiro mundo.
O tempo passou e começaram os saltos nos preços dos estádios, as reclamações dos dirigentes da FIFA sobre a seriedade dos dirigentes daqui, substituição de ministros por causa de indícios de corrupção e a tentativa de amenizar a cobrança superestimando os ganhos do povo com as obras ditas complementares, principalmente aquelas voltadas para o sistema de transporte público.
O tempo passou, os aumentos dos preços dos estádios foram confirmados e as obras complementares prometidas não serão concluídas antes da Copa e, certamente, nem depois.
O episódio do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, quando a presidente Dilma foi vaiada quando declarou aberta a Copa das Confederações, foi a desaprovação simbólica para tudo o que havia sido feito para chegar aquele momento e tudo o que se haverá de fazer até o inicio da Copa do Mundo no ano que vem.
Os brasileiros que estavam vendo a televisão naquele momento tiveram a perfeita impressão que estavam sendo representados pelos torcedores que estavam no estádio, em Brasília.
O simbolismo da Capital da República e do enquadramento feito, como o presidente da FIFA e a presidente do Brasil, na mesma fotografia, foi perfeito para, de uma só vez, os brasileiros demonstrarem a desaprovação, não pela Copa estava iniciando, mas pelo comportamento tido daqueles que haviam assumido a responsabilidade de fazer muito mais do que estava feito.
Ao término do jogo, os jovens que também viram e ouviram o vaiaço do Mané Garrincha, foram para as ruas, levando as reclamações dos seus pais, tios, sobrinhos, avós e suas também, pois sentiam que estavam sendo ludibriados com a certeza de que não reclamariam por tudo estar na casa do sem jeito.
Daquele momento em diante o que se viu foi a ocupação das ruas por todo o Brasil e se ouviu foram palavras de ordem tendo como cortina a interpretação do Hino Nacional.

Nesse momento as autoridades constituídas estão procurando o melhora momento para se responder, mesmo que com um “sim” ou um “não”, cada um dos questionamentos dos jovens que dão a impressão de quererem muito mais do que no começo do movimento.

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