sábado, 2 de novembro de 2013

Um balanço nada favorável

UM BALANÇO NADA FAVORÁVEL
Rodolfo Juarez
Das situações mais difíceis é possível tirar lições decisivas.
O mês de outubro deste ano foi impiedoso e registrou acontecimentos que acarretaram em situações difíceis para as famílias e para a administração pública local e ainda projeta continuar acarretando por um bom tempo.
Além dos acontecimentos graves que, infelizmente, já fazem parte da rotina das famílias da cidade e dos distritos, o macapaense foi abalado por três eventos, não tão comuns, e com graves consequências que afetaram, diretamente, o dia-a-dia das pessoas.
As 18 mortes nas águas do rio Amazonas, ocorridos em um dia de festas, durante o Círio Fluvial de Nossa Senhora de Nazaré, quando o barco motor Reis I naufragou com 64 pessoas a bordo; as explosões em série que destruiu três embarcações, na região do Delta, no rio Matapi-Mirim, e deixaram feridos e dois mortos; o incêndio que destruiu 250 casas e deixou outras sem condições de habitação, no bairro do Igarapé das Mulheres, em Macapá, se tornaram motivos para reflexão sobre a atualidade dessa sociedade que foi surpreendida por aqueles problemas.
Isso não pode ser colocado na lista de acontecimentos do ano, como fatos inevitáveis e debitados na conta do acaso ou das ocorrências acidentais.
É certo que o que aconteceu, aconteceu. Não dá para voltar no tempo e fugir das circunstâncias que levaram ao que está registrado – mas não foi fatalidade.
O que aconteceu precisa ser considerado como motivo para reflexão das autoridades públicas e estas autoridades públicas entenderem que lhes cabe esse papel. Também os que puderem colaborar, ou porque têm prática ou porque detêm o conhecimento, também não podem deixar de contribuir para a construção dos elementos que possam resguardar a comunidade de novos acontecimentos como aqueles.
Reconhecer os erros, a falta de preparo das equipes e a falta de equipamentos de combate e socorro, é o dever de cada um. Independente do cargo que ocupe na administração e a função social que exerça no momento.
É preciso proteger a população. É preciso dar segurança para aqueles que confiam (não confiam) nos gestores que escolheram para desempenhar o papel de gerente dos interesses comuns.
Ficar preocupado com a avaliação futura, com a eleição futura, não é para esse especial momento. Deixar de considerar aqueles acontecimentos como motivos para ação no sentido de evitar a repetição, pode ser considerado irresponsabilidade.
Continuar cuidado daqueles que precisam e e que são resultados dos fatos, seja nos abrigos improvisados, seja na alimentação diária ou cuidando para que, na medida do possível, as pessoas voltem à sua rotina, é a obrigação primária. Mas é preciso que sejam tomadas as medidas necessárias para evitar a repetição de qualquer daqueles fatos.
Três perguntas devem ser fundamentais àqueles que têm a obrigação de agir:
E o que eu já fiz ou estou  fazendo para que sejam evitados acontecimentos como do barco motor Reis I?
O que eu já fiz ou estou fazendo para evitar os fatos como o do Delta, no Rio Matapi-Mirim?
Afinal o que esta se fazendo para evitar o que aconteceu no bairro do Igarapé das Mulheres, em outras áreas de igual risco pelas cidades amapaenses?
Até agora nenhum anúncio de modificação, nenhuma notícia de melhoria, nada que tenha a ver com a prevenção.

Muito embora todos saibam que precisa ser evitado, a qualquer custo, o repetido comportamento de “deixar como está para ver como é que fica”.

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