sábado, 18 de abril de 2015

Não acendam o estopim

Rodolfo Juarez
Está havendo entraves fortes para que a negociação entre o Governo do Estado e os professores não tenha a rapidez que os alunos e pais de alunos desejavam, principalmente considerando o que aconteceu em 2012 e 2013 que retardou o calendário escolar que, pelos motivos recorrentes, só estariam normalizados em 2017.
Então o assunto é muito grave e demais importante!
Não dá para ficar desafiando nem a paciência dos governantes e muito menos a paciência dos professores, muito embora os mais sacrificados, em caso de não haver acordo, seriam os alunos e os pais de alunos, que já não têm confiança para planejar as férias de julho e, verdade seja dita, nem sabem se haverá as férias de julho.
Enquanto isso a qualidade do ensino vai caindo, as dificuldades para ingresso nas faculdades vão aumentando e os alunos começam a ver o tempo passar, a escola não funcionar e conhecimento ficar para depois.
Precisa haver um pacto de confiança entre o patrão e os empregados. Para isso é preciso que haja confiança, transparência e repartição de interesses. Não haverá acordo se continuar a estratégia de que “não tem dinheiro” e esperar que os professores fiquem de braços cruzados.
Os professores da prefeitura já começaram a caminhar para o lado e a “paços de tartaruga”. Tomara que essa moda não chegue ao Setentrião e haja serenidade para tomar a melhor decisão e, evidentemente, a melhor decisão não seria mais uma greve e mais um desafio à paciência dos alunos e pais de alunos.
Os ventos que saíram do Palácio do Setentrião, junto com os representantes dos professores, não foram considerados agradáveis. De cara fechada e sem querer supor qualquer coisa, o presidente do sindicato já dizia que tudo dependeria da Assembleia Geral e que o decidido no encontro seria executado pelo comando do Sindicato.
O governo acena com a regência de classe, vantagem que foi incorporada ao salário pelo governador anterior e que não deu certo, não serviu para ninguém e o governador de então não ganhou nada com os professores por causa disso, inclusive confiança.
Entre os professores estava uma de suas maiores rejeições.
O governador Waldez sabe disso. E sabe que não é hora para brigar com quem quer que seja e que as dificuldades podem ser divididas de forma organizada e sincera com todos os que se interessarem pelo desenvolvimento do Estado.
É importante considerar que há alguns problemas que precisam ser resolvidos e um deles é a confiança nas decisões tomadas. Com desgaste baixo e com a força da liderança que demonstrou ter, o governador Waldez ainda precisa consolidar a sua proposta de governo e, nela, está a questão dos professores, em destaque, tantos foram os problemas enfrenados pela classe.
Bom senso para todos.
É preciso compreender o Governo, mas é preciso, também, compreender o Governo, capaz de ser o local desejado, mas também capaz de ser o instrumento de defesa que a população tenha que usar se o Governo deixar que isso aconteça.
Cautela, compreensão, capacidade de negociação e muito respeito a cada um daqueles que estão no grupo de negociação.


Nenhum comentário:

Postar um comentário