segunda-feira, 20 de abril de 2015

Poerídica (poesia jurídica)

“Quem somos nós para NÃO fazer Direito?”
Rafael Claudomiro

Quem garante a livre convicção e o senso de justiça perfeito?
Se toda regra induz uma exceção,
Quem somos nós para fazer Direito?

Estudamos, a princípio, a Ciência Jurídica
Como uma unidade sistemática, robusta e coerente.
Porém, nossos pensamentos e ideologias são flexíveis,
Não são como normas aplicadas em superfície carente.

Chame o legislador, o doutrinador, o professor…
Quem tem razão quando o mundo é controverso?
Onde está a corrente majoritária ao nosso favor?
Qual a solução para o contraditório inverso?

A nossa causa de pedir fundamenta-se no saber ilimitado,
Quem é aprendiz não se convence com o trânsito em julgado.
Nós somos a prova principal do mais importante inquérito,
Pois temos no princípio da dignidade o nosso mérito.

A cada instância da vida, agravamos nossa vontade de sorrir.
E diga-nos: qual legitimado não tem esse interesse de agir?

A certeza não é o julgado procedente à argumentação,
A única certeza é a dúvida que nos leva à reflexão.

Com base nas cláusulas pétreas fortalecemos a boa-fé
E de ofício alcançamos voo além da previsão legal.
Toda a ética profissional entregamos sem contrafé,
Pois não vivemos pelo litígio, e sim pelo convívio com a paz social.

Quem garante a livre convicção e o senso de justiça perfeito?
Se toda regra induz uma exceção, quem somos nós para fazer Direito?
Ou melhor, quem somos nós para NÃO fazer Direito?

Somos vários cidadãos e uma sociedade,
Somos todos intérpretes da solidariedade,
Somos os direitos e deveres da legislação,
Somos pura assistência, a sábia proteção.

Nós somos pedaços de um ‘Vade Mecum’ sem final,
Nós somos os capítulos da Doutrina atual,
Nós somos a prudência da sentença judicial,
Nós somos a esperança do que for constitucional!

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