O município de Santana está andando de marcha-a-ré com o
“maquinista” sem saber o que fazer
Com mais de cem mil
habitantes, Santana tem o Porto Internacional, a estrada de ferro e o maior
movimento de porto regional.
Santana é
um município brasileiro no sudeste do Estado do Amapá. A população
estimada em 2014 pelo IBGE era de 110 565 habitantes em uma área
é de 1 577,517 km2, o que resulta em uma densidade demográfica de 70,09
habitantes por km2, a maior registrada em todo o estado.
É o
segundo município em população do Amapá e tem uma conurbação com o município de
Macapá, a capital do estado, formando a Região Metropolitana de Macapá, ainda não
reconhecida oficialmente. As duas cidades totalizaram 557 322 habitantes
em julho de 2014.
A
história do município de Santana em muitos aspectos aproxima-se do que ocorrera
com a cidade de Macapá, no momento em que o Governador do Estado do Grão-Pará e
Maranhão (Capitão-General Francisco Xavier de Mendonça Furtado), fundou a Vila
de São José de Macapá no dia 4 de fevereiro de 1758.
Prosseguiu
viagem para a Capitania de São José do Rio Negro e deparou-se com a Ilha de
Santana, situada na margem esquerda do Rio Amazonas, elevando-a à categoria de
povoado.
Os
primeiros habitantes eram moradores de origem europeia, principalmente
portugueses, mestiços vindos do Pará, e índios da nação tucujus. Estes últimos
vindos de aldeamentos originários do Rio Negro, chefiados por Francisco
Portillo de Melo, contrabandista de pedras preciosas e escravos, que fugia das
autoridades fiscais paraenses, em decorrência de estarem atuando no comércio
clandestino.
Em 31
de agosto de 1981, Santana é elevada a categoria de Distrito de Macapá, através
da Lei nº 153/81-PMM, sendo instalado oficialmente em 1.º de janeiro de 1982,
sendo o pioneiro Francisco Correa Nobre, o primeiro Agente Distrital.
Santana
foi elevada à categoria de município através do Decreto-lei nº 7639 de 17 de dezembro
de 1987. Através do Decreto (P) nº 0894 de 1.º de julho de 1988, o Governador
do Amapá, Jorge Nova da Costa, nomeia o professor Heitor de Azevedo Picanço,
para exercer o cargo de Prefeito Interino, que estruturou a administração
pública municipal, criando condições para o futuro prefeito que seria eleito
diretamente pelo povo em 15 de novembro de 1988, Rosemiro Rocha Freires.
Santana
não atravessa um bom momento. As dificuldades administrativas refletem-se na
economia que sedia grandes empresas, como a Amcel, responsável pela produção de
cavacos de madeira para exportação e um comércio que pode ser considerado forte
para a região e que conta com os benefícios fiscais da Área de Livre Comércio
de Macapá e Santana.
A
população não está satisfeita com a gestão municipal que assumiu em janeiro de
2013 tendo como prefeito o filho de Rosemiro Rocha, o primeiro prefeito do
município, Robson Rocha.
Infraestrutura
precária, sistema viário incompleto, serviços municipais, principalmente de
saúde, com muitos problemas, um sistema de transporte coletivo em implantação e
uma população que sabe que precisa e merece mais.
Uma
infraestrutura urbana por construir, tem no abastecimento d’água um dos seus
gargalos e muitos limites para uma cidade portuária que não tem porto público
para atender aos ribeirinhos que se amontoam ao longo da orla mal tratada,
trazendo a produção da região das ilhas do Pará e levando de Santana o que lhe
é necessário para sobrevivência no interior.
Santana
tem um dos pontos de chegada e partida da Estrada de Ferro do Amapá, construída
na década de 60 pela mineradora ICOMI, que faz a ligação do porto com os
depósitos de minério explorado nas minas de Serra do Navio.
O porto
público internacional, alfandegado, conta com um píer e mais a metade de outro
que espera a complementação há mais de 10 anos. Esse porto é administrado por
uma companhia municipal, a Companhia Docas de Santana, que responde pela
autoridade portuária do Amapá.
O píer
completado recebe navios de até 55 metros de comprimento e o incompleto, mesmo
em condições precárias, dá condições para atracação de navios desse mesmo
porte, ou seja, 45 mil toneladas em média. Quando completar o píer dois, então
poderão ser recebidos navios de até 75 mil toneladas, pois o calado do porto
permite.
Santana
acumula problemas urbanos, primeiro por ter um perímetro urbano pequeno e
depois por não contar com a instalação de sistema de coleta de esgoto, a não
ser os das 200 residências que formam o Bairro Vila Amazonas, mas que apenas
coleta e não trata, sendo devolvido para o Rio o esgoto in natura.
Em
Santana está o parque de geração de energia térmica que por muito tempo atendeu
às necessidades de Macapá e os terminais de combustíveis (gasolina e óleo
diesel) que agora bombeia aqueles combustíveis das balsas que trazem o derivado
de petróleo de Belém do Pará, via fluvial.
Os
índices sociais se assemelham aos de Macapá, muito embora o atendimento mais
complexo seja de responsabilidade do Estado.
Duas
rodovias estaduais são utilizadas na ligação entre Santana e Macapá, a Rodovia
JK e a Rodovia Duca Serra, ambas precisando ser melhorada para receber
classificação e reconhecida pela classe.
Os
distritos de Santana (Igarapé da Fortaleza, Elesbão, Ilha de Santana, Igarapé
do Lago, Anauerapucu e Piaçacá), carecem da presença do poder público,
principalmente os mais distantes, Igarapé do Lago e Piaçacá. Os demais são
praticamente urbanos, mesmo assim padecem dos males gerais dos municípios
amapaenses.
O setor
de serviço é forte, principalmente as oficinas de pequenos motores que são
utilizados nas embarcações de pequeno (catraias) e médio porte (barcos) que são
utilizados para o transporte de passageiros entre a sede do município e a Ilha
de Santana. Um serviço precário, sem a organização do setor público, mas de
grande importância para quem mora na Ilha ou mesmo na sede do Município.
De
Santana saem os barcos de passageiro para Belém e para o Vale do Jari, Laranjal
e Vitório. Um movimento que não é acompanhado oficialmente e nem estimado para
atendimento.
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