sexta-feira, 10 de abril de 2015

Ponte sobre o Rio Matapi


Ponte sobre o Rio Matapi
Rodolfo Juarez
O Amapá tem brincado demais com questões muito sérias. O que está acontecendo com os serviços de construção da Ponte sobre o Rio Matapi, na estrada estadual que liga as sedes municipais de Santana e Mazagão é um mau exemplo de cuidado com as questões de interesse da população.
Iniciada em dezembro de 2013, com previsão de ser entregue, completamente construída, em Julho de 2015, desde agosto de 2014 que passa por um processo de desaceleração dos serviços de construção que já comprometeram o prazo e ainda arrisca ter que enfrentar dificuldades técnicas se os serviços não forem retomados imediatamente.
Parada desde meados de março de 2015, a ponte sobre o Rio Matapi está se tornando um dos maiores pesadelos da atual administração, não só pela importância que tem a ponte para os usuários do trecho da rodovia que liga os dois municípios, mas por causa dos problemas que são causados pelo risco e pelo atropelo que é a utilização das balsas que fazem o transporte de pessoas, mercadorias e veículos de uma margem a outra daquele rio.
A população, com um exemplo desses, cada vez mais desacredita nos anúncios “oficiais”, antes de tanta importância e credibilidade, mas hoje, principalmente no que se refere a obras, está completamente desacreditado, independente da importância e urgência de que pode estar registrados nos objetivos dos projetos.
 Poderia ser diferente. Bastaria tratar as questões de interesse comum e de especial interesse da população com a seriedade que precisa ser tratado. Não tem explicação esse caso, uma vez que os recursos estavam aprovados e têm origem em empréstimos que, quanto mais rápido forem aplicados, mas compreensível se pode entender a necessidade alegado quando da proposta para que tivesse autorizada a providência.
As fiscalizações para esse tipo de obra precisam ser mudadas. Em nada contribuiu o desleixo, a não ser para aumentar o preço inicial, devido à necessidade, prevista na legislação, de manter o equilíbrio do contrato. E equilíbrio de contrato significa custo mais alto, para poder fazer frente às despesas, também mais altas.
É muito difícil assumir a responsabilidade por um empréstimo do tamanho que foi feito pelo Governo do Amapá junto ao BNDES. As gerações futuras, sem saber e sem ser consultadas, serão as diretamente responsáveis por grande parte do pagamento da dívida, além das privações que as gerações atuais serão submetidas por conta do adiantamento da liquidez vinda sob a forma de empréstimo.
Esse tipo de obra o Governo do Amapá tem se mostrado com dificuldade para gerenciá-la. Já são muitas as obras paradas como parada está essa da Ponte sobre o Rio Matapi que jamais alguém, em sã consciência, admitiria que passasse por um processo de retardamento pela inapetência dos próprios agentes públicos.
É preciso que haja compromisso da Administração Pública com as obras estruturantes e, principalmente, responsabilidade redobrada quando autorizar o início de uma obra dessa envergadura e importância, no sentido de manter os cronogramas conforme planejado.
Uma pena que se tenha que colocar a construção dessa ponte no rol das obras atrasadas. É uma pena que a população se sinta lograda por pessoas que não conseguiram cumprir o que prometeram, inclusive na execução de uma obra que pode ter o desembolso planejado.
As justificativas jamais suprirão a falta que a obra faz. Como também as dificuldades que a população fica submetida e, principalmente a desconfiança que cristaliza na cabeça de cada um.

Que tal tentar ser técnico? Trabalhar em ambiente técnico quando o assunto é técnico, mesmo que não posse dispensar as suas vertentes políticas?

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