sexta-feira, 3 de abril de 2015

O cobertor curto

Rodolfo Juarez
Esta semana tive oportunidade de conversar, em entrevista pública, com o secretário de estado do Planejamento do Governo do Amapá economista Teles Jr.
Bem mais confiante no que conhece e muito mais desconfiado do que não conhece, o secretário foi enfático em vários pontos, mesmo sem desligar do seu sentimento desafiador, próprio daqueles que têm conhecimento suficiente para garantir que o que está fazendo tem grandes chances de dar certo.
Ainda mais quando começa a lançar mão de experiências que deram certo, pouco importando o tempo em que a experiência foi testada, valorizando o resultado que sabe que foi obtido e que funcionou integrando o sistema e contribuindo para o desenvolvimento do Estado e aprimoramento da equipe.
Os técnicos da secretaria de estado do Planejamento são em regra experimentados e, tirando o vício próprio de quem participou de decisões importantes, reconhecer pontos positivos na equipe é uma necessidade além do que, pode ser o encurtamento da distância entre o problema e a solução desses problemas.
Disposição para explicar o que está fazendo pode ser um bom caminho, muito embora esteja sujeito a erros, mas é assim mesmo: quem não faz não erra e quem prefere fazer e assimilar os erros, esse pode ser suficientemente respeitado pelo arrojo e pela disciplina e conhecimento do melhor caminho.
Tenho dito sempre que os administradores estão sujeitos aos erros e que só não erra quem não tenta o inusitado. Mas é muito melhor erra tentando do que errar reclamando por não ter feito.
O Governo do Amapá está gigante e precisa diminuir de tamanho para, por mais paradoxal que possa parecer, melhorar a sua eficiência.
Reconhecer isso é um passo importante para todos, principalmente para o chefe do Executivo Estadual que não pode ignorar nesse tempo de dificuldades, as saídas possíveis.
Desde quando a gestão, em 2005 consolidou uma proposta administrativa com agrupamento em secretarias especiais dos eixos de desenvolvimento do Estado que o caminho foi definido. A intromissão inadequada - e sem estudo -, feita durante os primeiros dias do Governo Camilo agora começa a identificar os péssimos resultados decorrentes.
Ninguém mexe impunemente em uma regra em nome da economia ou por não ter capacidade suficiente para operar o sistema que é foge do lugar comum ou que ainda está em fase de testes.
Foi um desastre o tratamento dado a Administração Pública Estadual, mas que agora, não adianta colocar isso como justificativa pelo que aconteceu ou que pode acontecer. Resta agora trabalhar para melhorar, afinal de contas a população pouco teve a ver com os problemas e sempre quis usufruir das soluções.
O contingenciamento orçamentário tem muito a ver com a falta de confiança nos próprios auxiliares que começaram a gerenciar as suas respectivas pastas. Faltou acreditar que os auxiliares seguiriam a orientação geral e, dessa forma, retirar deles a chance de administrar os seus recursos, mesmo com a orientação geral, poderia falhar.
O problema é que o punido da história foi o povo que está esperando pelas decisões que não favoreçam apenas os servidores públicos, mas que possa atender também os que mais precisam, pelo menos de um crédito para continuar a luta por algum tempo mais.

O cobertor curto tem suas desvantagens físicas: quando cobre a cabeça, descobre os pés. A regra agora de todos é correr, arriscar, tentar, inovar, inventar e manter a confiança da população em alta, pois, o prazo de carência dos dirigentes está se esgotando e todos sabem disso.

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