segunda-feira, 5 de março de 2012

OS GRAVES PROBLEMAS

Rodolfo Juarez
O governador Camilo Capiberibe tem encontrado muitas dificuldades para mostrar que o resultado da sua gestão está alinhado com o propósito que estabeleceu.
Até agora não conseguiu resolver o problema inicial de uma administração, que necessite estabelecer uma relação entre o que diz querer e o que consegue fazer – contar com uma equipe que seja capaz de resolver os problemas setoriais do Governo.
Dois dos três setores dos mais nervosos do Governo continuam patinando e logo no comando: educação e saúde.
Parece até que há uma relação muito próxima dos problemas. Desde a primeira mudança que as duas secretarias tiveram alterações de comando em tempos praticamente iguais, muito embora os secretários, daqueles tempos, demonstrassem contar com a confiança do governador, fazendo questão de destacar essa confiança e, de certa forma, deixando os seus auxiliares tranqüilos com relação a uma eventual mudança.
É claro que o cargo de Secretário de Estado é um cargo de confiança e que pode, por isso, ter o seu ocupante trocado conforme decisão exclusiva do governador, mesmo que o auxiliar detenha a amizade e possa contar com o apoio do comando do Estado.
Com relação à Secretaria de Saúde, o primeiro secretário escolhido pelo Governador, Evandro Costa Gama, ficou no cargo 177 dias, desde a nomeação, em 1º de janeiro de 2011, até a despedida, feita por carta, em 26 de junho de 2011.
A partir do dia da despedida do secretário Evandro Gama, 26 de junho, até o dia 1º de agosto, a Secretaria do Estado da Saúde teve administração interina por 36 dias. Apenas no dia 2 de agosto é que houve a posse no cargo mais proeminente da saúde pública estadual - a de Edilson Afonso Mendes Pereira -, que ficou no cargo até o final da tarde da última sexta-feira, dia 2, quando foi exonerado pelo governador Camilo.
Foram 214 dias de muita pressão. Ou menos do que isso, pois a população deu uma clara trégua de 45 dias para o secretário Edilson logo que ele assumiu o cargo, como que reconhecendo e antevendo as dificuldades que teria à frente da Secretaria.
Agora assume a mesma Secretaria de Estado da Saúde o economista, historiador, bacharel em Direito e especialista em Gestão de Sistema e Serviços de Saúde, Lineu da Silva Facundes, trazendo a experiência de ter sido secretário municipal de saúde do Município de Macapá e também de quem já ocupa o cargo de Secretário Adjunto da mesma Secretaria de Saúde.
A expectativa é com relação à habilidade que vai precisar empregar para motivar o compartilhamento das responsabilidades suas e dos médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde, que estão como observadores e precisam atuar como protagonistas do processo.
As ações iniciais serão decisivas para que o trabalho entre em uma rotina que possa despertar a confiança naqueles que precisam do sistema de saúde estadual e que andam muito desconfiados com muito do que acontece no sistema.
Reconhecer que os problemas são graves e que precisam ser atacados imediatamente poderia ser um bom começo para a nova direção da Secretaria. Não há mais espaços para desculpas e muito menos querer que os pacientes esperem por mais tempo, um tempo que eles não têm mais e que, ao contrário, lhes faz muita falta.
Repetir erros é o que ninguém quer mais, inclusive na escolha que é de responsabilidade do governador.
Na linguagem mais comum: ninguém agüenta mais!

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