quarta-feira, 7 de março de 2012

TROCA IMPRÓPRIA

Rodolfo Juarez
A reação dos professores, funcionários e alunos da Escola Estadual Castelo Branco, localizada no coração do Bairro do Trem, é a demonstração de que há pessoas interessadas no bom desempenho da política educacional na rede de ensino público estadual do Amapá.
É claro que não haveria necessidade de um posicionamento radical do tamanho que foi tomado pelos professores, funcionários e alunos, chegando à declaração máxima do seu desconforto, uma espécie de posicionamento onde mostram que não dá mais para assistir os erros serem perpetrados de forma tão irresponsável, que chega a contraria crianças e adolescentes que, todos os dias, vão à escola em busca de conhecimento.
São mais de 450 escolas, mais de 12 mil professores e mais de 170 mil alunos que pertencem à rede estadual de ensino. São poucas as escolas do Estado que apresentam o grau de satisfação do corpo discente e docente e dos funcionários com o que é visto na Escola Castelo Branco.
Mesmo não dando para analisar a questão de forma isolada – caso da Escola Castelo Branco -, mas, nesse caso, dá perfeitamente para perceber que, no conjunto, esse é, infelizmente, um caso raro de satisfação.
Não dá para concordar, com a administração que, principalmente no sistema de educação básica, se interrompa um processo que vem dando certo e que, claramente não é mantido pelo personalismo da diretora que ganhou o respeito, não apenas pelas atitudes conciliadoras, mas pelos resultados espetaculares que pode contabilizar.
Em crise sistêmica, experimentando um terceiro secretário de Estado à frente da Secretaria de Educação e muitas reclamações constantes de atraso de pagamento de prestadores de serviços e de fornecimento de material, a Escola Estadual Castelo Branco, aparece como um oasis, nesse conturbado momento da gerencia do setor educacional do Estado e, logo essa administração é punida com a retirada dos seus principais articuladores – os gestores da escola.
Hoje dizer que em uma escola do Estado as dívidas estão sanadas, os profissionais de todos os segmentos da escola estão valorizados e são respeitados, que as salas de aula são ambientes adequados para ensinar e educar, que os alunos contam com livros novos na biblioteca, equipamentos eletrônicos e centrais de ar funcionando, que se está utilizando lâmpadas econômicas, que a caderneta eletrônica foi implantada e está funcionando através do sistema PROESC e da rede wireless, que a escola conta com a secretaria informatizada e com ambientação na sala de leitura, é uma raridade.
Uma escola que viveu a retomada da elaboração do Regimento Escolar, já aprovado, e dispõe de um projeto político-pedagógico, adequado à realidade escolar. Onde também são desenvolvidos diversos projetos pedagógicos educacionais como: Ensino Médio Inovador, Mais Educação, Xadrez, Mudança de Hábito, Oficinas da Rádio Escola, Dança, Música, Teatro, Letramento, Informática, Vídeos e Horta. A retomada dos jogos internos, com a participação de professores, alunos e funcionários. Uma escola que pode executar campanha de arrecadação de alimentos e brinquedos com espetacular sucesso, para atender os mais necessitados do próprio bairro ou de bairros vizinhos, além de resultados com aprovação de alunos da Escola no ENEM e vestibular da UEAP e UNIFAP, não pode ter seu comando esfacelado e os seus relacionamentos encerrados, por causa da vontade de alguém que não conhecem a realidade da educação no Amapá e substitui o sucesso pelo agrado à amigos ou auxiliares de “bandeiradas”.
O reconhecimento dos alunos e da comunidade é absolutamente o certificado do bom trabalho que recebeu o prêmio da comunidade, pelo reconhecimento, e está lhe sendo oferecido o castigo do encerramento, pela exoneração dos principais responsáveis.
Concordar com isso, jamais. É o que estão repetindo, a todos com os quais os professores, os alunos e os funcionários têm a chance de conversar.

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