terça-feira, 20 de março de 2012

A PIRÂMIDE

Rodolfo Juarez
A decisão tomada pelo alto comando da Secretaria de Estado da Educação, mantendo na direção da Escola Estadual Castelo Branco a diretora e o diretor adjunto é uma resposta clara à sociedade que vale a pena lutar por aquilo que é razoável e eficiente na administração pública.
Professores, funcionários, alunos e a comunidade resolveram enfrentar aqueles que estavam dispostos a trocar uma gestão que vinha mostrando eficiência por outra que queria colher os frutos dessa eficiência, envergonhando a todos, principalmente os professores, diretores, alunos e pais de alunos que haviam se esforçado para equilibrar a gestão naquela Escola e mostra que é possível alcançar sucesso no serviço público.
Foi preciso luta. Aliás, muita luta. E dessa luta participaram todos os agentes diretamente influentes no processo. Foi uma aula de cidadania e responsabilidade ministrada por pessoas que resolveram ser dignos e também que tinham a capacidade de se indignar com a injustiça, com o pouco caso que poderia, outra vez, provocar o retorno aos problemas já dominados e banidos da Escola Estadual Castelo Branco.
O episódio serviu não só para provar que é possível desenvolver um processo eficiente na gestão escolar no Amapá, como também que os pais de aluno estão dispostos a enfrentar aqueles que pouco se interessam pelo resultado favorável ao coletivo, importando-se, prioritariamente com o atendimento de suas vaidades e das suas propostas individual de poder.
Esse exemplo está precisando ser seguido.
Não dá mais para conviver com o fracasso na gestão do caixa escolar, responsável pela falência de vários pequenos empresários que acreditam na proposta geral, mas que não contam com a irresponsabilidade de gestores que não pagam o que compram e que se transformam em perigosos caloteiros.
Os exemplos que professores alunos, diretores e pais de alunos da comunidade docente e discente da Escola Castelo Branco, deram a população em geral, se externou também como um posicionamento responsável na semana passada,quando mesmo em ordem de greve, todos resolveram que não era possível grevar e continuaram o trabalho, certos de que seriam compreendidos, como realmente foram.
É importante que todos compreendam o que fora planejado pelos dirigentes da Secretaria de Educação que estavam deixando o cargo (ainda bem!). Pois bem, o plano seria para lotear os cargos de diretor de escola entre os candidatos a vereador pelo partido político do secretário. Fazendo das escolas comitês disfarçados e, quem sabe, empurrando para o buraco outras escolas públicas da rede estadual.
É importante que os partidos políticos, principalmente aqueles que estão no poder, compreendam que escolas, postos médicos, hospitais, delegacias, agências públicas, companhias públicas prestadoras de serviço, não são comitês eleitorais, são importantes órgãos que precisam de dirigentes competentes e com responsabilidade social, sempre buscando a melhorar a eficiência para alcançar bons resultados.
O novo coordenador dos interesses da Educação no Amapá tem mostrado que está disposto a inverter a pirâmide que se sustentava em uma base política e colocava as questões técnicas no vértice e quanto mais para cima, melhor.
Agora, invertendo a pirâmide da educação, colocando na base as questões técnicas pode o Estado do Amapá começar a tirar a diferença que tem nesse momento e criando condições para eliminar o desperdício, garantir segurança nas escolas e, principalmente, deixar que os diretores trabalhem sem a intimidação de que tem que estar com a bandeirinha amarela sobre a mesa dos professores e sobre a escrivaninha dos diretores.
A eleição de outubro não pode ser o centro das atenções, principalmente na educação onde os professores e os alunos são os personagens mais importantes e os dirigentes e os pais de alunos os coadjuvantes indispensáveis na gestão.

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