quarta-feira, 28 de março de 2012

O CUSTO AMAPÁ

Rodolfo Juarez
O desenvolvimento econômico de uma região, de um estado ou de um país, precisa ser acompanhado conforme os detalhes que a própria economia, representados pelos bens colhidos ou produzidos e pelos custos para colher ou produzir esses bens, acarreta para a sociedade.
A população de onde sai a estratificação social, obra da praticidade humana objetivando melhor atender e obedecer aos que podem mais, aos que podem menos e aos que não podem nada, acaba por distorcer o resultado obtido, com uma distribuição real de renda completamente fora do desejado pela maioria – os podem nada.
Mais esse é o mecanismo social que põe para funcionar a sociedade.
Em alguns momentos, por pressão ou por necessidade, as forças que puxam o desenvolvimento para cima não são distribuídas adequadamente, tanto que apenas uma parte acompanha e, nesse momento, têm observado que há contaminação das precariedades sociais para a teia física, exigindo o que os governantes e alguns teóricos insistem em chamar de obras ou serviços estruturantes.
Nesse momento, um plano amplo precisa ser discutido e da discussão tiradas os programas, os projetos e as estratégias que precisam ser utilizadas para alcançar as metas que constam do plano.
Essa composição, para se alcançar um bom plano, precisa de conhecimento específico, pois, os recursos são escassos e das necessidades não se conhece os limites.
Esse pode ser o dilema que vive o Estado do Amapá, como um Governo atirando para todos os lados, um território sendo explorado conforme interesses que não são do Estado e uma população que não se sente segura para procurar os serviços básicos, pois, estes serviços, são oferecidos de forma reconhecidamente precária, sendo utilizado um processo viciado e com a interveniência de fatores externos cada vez mais influentes no resultado.
O principal reflexo disso é a desigualdade que aumenta a distância entre os que podem mais e os que nada podem. Os pobres ficam mais pobres e os ricos ficam mais ricos. Aumenta o número de pobres e diminui o número de ricos e aumenta o custo da região, muito mais pelo desperdício e a ineficiência do que pelo preço.
O custo social-econômico de uma população varia sempre. O desejado é que essa variação seja para baixo, fazendo com que os investimentos, tanto físicos como sociais, se transforme em melhor qualidade de vida.
Apenas como exemplo: de que vale colocar as praças digitais, se para ter liberdade para usufruir os serviços oferecidos é preciso que se tenha um plano de segurança, por causa dos riscos assaltos, roubos e furtos?
O Custo Amapá, nos últimos anos, tem crescido muito e já começa se esfregar na raia que demarca zona de falta de controle.
Os prejuízos decorrentes das constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica, para o consumo da industrial ou para o consumo doméstico e de serviço; a situação em que se encontram as vias urbanas e as rodovias; o sistema de transporte coletivo; os atendimentos da internet; o preço do combustível, do gás de cozinha; da escola particular; dos planos de saúde complementar; das passagens aéreas; a falta de ligações rodoviárias interestaduais; o preço do frete fluvial, principalmente entre Belém e Macapá ou Belém e Santana. Todas essas referências servem para destacar o nível de desgaste que a sociedade local tem que enfrentar.
De nada valerá qualquer esforço, ou qualquer estratégia de governo se não forem tomadas as medidas que precisam ser tomadas e que não são evidentes como alguns esperam, mas também, não são inatingíveis como alguns alegam.

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