sábado, 19 de fevereiro de 2011

RESPEITO AO CIDADÃO

Rodolfo Juarez
Ainda está encalhada a embarcação que leva os 24 deputados estaduais para o trabalho na Assembléia Legislativa amapaense.
Até agora ninguém sabe, ao certo, o que vai acontecer depois da próxima quarta-feira, isso devido a guerra jurídica que está estabelecida no Judiciário que se ocupa, há mais de 15 dias, com uma disputa interna no parlamento estadual que só se reuniu para empossarem-se.
Enquanto o resultado não é conhecido, os deputados continuam praticamente de férias, com os que estão dentro, apontando os erros dos que estão fora; e os que estão fora, querendo entrar. Não importa o jeito ou a forma. Seja lá como for!
E mais uma vez se vê o dinheiro público, pelo menos 16 milhões, o que corresponde a dois duodécimos, ser jogado fora. Os meses de janeiro e fevereiro custaram esse total para o contribuinte.
Os deputados precisam entender que devem ir ao trabalho enquanto esperam a decisão. Imaginem se esse problema perdurar até o final do ano. Será que os deputados vão continuar sem trabalhar até lá?
Não é justo. Não é o que a população estava esperando de um poder tão importante e tão necessário para o exercício da cidadania e a demonstração de que estamos em uma situação de preocupação com os mais necessitados e os menos favorecidos.
Os partidos políticos também continuam de braços cruzados. E são muitos os que têm representantes no parlamento do Estado. Também já era hora de reunir, juntar os dados e explicar ao eleitor, ao filiado o que está acontecendo, porque, depois de uma luta tão grande durante a campanha eleitoral, torna-se injustificável o que está acontecendo.
E alguns partidos políticos que têm representantes na Assembléia Legislativa também têm filiados eleitos para outros cargos importantes na estrutura de cargos eletivos da gestão pública. Precisam saber que, depois de um determinado tempo, o desgaste se arrasta para todos, inclusive para aqueles que nada têm a ver com o que está acontecendo.
As questões que estão em disputa na Assembléia Legislativa têm a ver com definições internas – a eleição da Mesa Diretora. Foi isso que se constituiu em um cabo de guerra, em uma questão de honra ou desonra, de mostrar força ou fraqueza e que, sem perceberem os deputados, prejudica o Estado e o povo que vive nesse Estado.
Tomara que a próxima semana chegue logo, que a questão seja resolvida e que os deputados acabem com a greve e voltem ao trabalho. Não há mais justificativa para tantas faltas. Não há mais motivo para ignorar que, cada um dos deputados e cada uma das deputadas, todos eles e elas, dão forma a um Poder importante.
Na próxima segunda-feira, com mais 8 milhões na conta da Assembléia, é possível que os gazeteiros queiram receber sem desconto e por não terem trabalhado. É o primeiro subsídio da atual legislatura e que, aliás, ainda não foi dado a conhecer do contribuinte, mas que, certamente, deve representar uma boa quantidade de salário mínimo, a referência do salário do empregado do batente e do dia a dia.
As desculpas não cabem mais. Os erros que já foram cometidos são erros cometidos e que não podem servir de justificativa para uma luta inglória, injustificada e absurda que mantém a paralisia de um Poder Legislativo e que precisa, urgentemente, mostrar essa importância para a população e o contribuinte.
Voltar ao trabalho é uma atitude de respeito ao cidadão.

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