sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

TEATRO DOS HORRORES

Rodolfo Juarez
Não dá para compreender a posição tomada por vários dos 24 deputados estaduais que se negam a comparecer ao Plenário da Assembléia Legislativa para trabalhar.
A disputa na Justiça pela supremacia de um grupo sobre o outro, por cargos na Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, deve ficar distante do que é atribuição do deputado desde o momento que foi diplomado e, principalmente, desde o momento em que foi empossado no cargo público de deputado estadual.
Ora, alguém deve ser responsabilizado pelos erros praticados logo na primeira decisão dos parlamentares, entretanto, não pode ser penalizada diretamente a população que, é lógico, em início de governo, precisa dos deputados trabalhando, e trabalhando muito, no labor próprio de legislador, aprovando as leis que são indispensáveis à legalidade administrativa de todos os demais poderes do Estado.
A disputa entre dois grupos, que não tiveram a capacidade suficientes de esgotar a discussão e chegar a uma decisão, tanto que o assunto foi levado para que a Justiça do Estado decidisse, não pode servir de justificativa para as ausência, aliás irresponsáveis ausências, que os deputados tem feito questão de protagonizar, deixando de comparecer ao plenário da Assembléia.
Já se vai o primeiro mês que deveria ser de trabalho e não houve trabalho.
A mensagem do governador, uma exigência legal e regimental, que era para ter sido levada ao conhecimento dos deputados estaduais no dia 3 de fevereiro, fazendo um diagnóstico da situação geral do Estado do Amapá, até agora não foi lida ficando, dessa forma, fora do conhecimento dos deputados e da população que representam.
Apesar dos partidos, apesar dos grupos, apesar das ideologias, dos compromissos políticos e do fisiologismo de alguns deputados, é importante que seja levado em consideração a situação dos outros órgãos do Estado.
Nesse momento o Poder Executivo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e o Tribunal de Contas estão tendo que ajustar os seus programas para 2011, na esperar das decisões que interessam ao toda a Administração Estadual, mas que são atribuições dos deputados.
De repente, mesmo antes de investir-se de suas atribuições, os deputados estaduais se engalfinham em uma luta pelo poder interno de tal forma que entendem justificar, com a ausência, que têm o direito de esperar enquanto a população assiste, estupefata, o teatro dos horrores, a céu aberto, com acusações de irregularidades de parte a parte.
Os deputados precisam acordar para uma realidade – nesse momento a contribuição que estão dando para o parlamento estadual e para o Poder Legislativo, é de acréscimo no descrédito com o qual terminou o ano de 2010, com escândalos que receberam diversos nomes.
No próximo dia 20 de fevereiro serão depositados em conta os subsídios desses deputados, os salários dos assessores desses deputados. É importante que não esperem que a população vá aceitar isso passivamente, ou que não vai entrar para a história política de cada um.
A decisão responsável dos deputados, todos eles, é de assumir as responsabilidades que são inerentes do cargo público do qual estão investido, cumprindo o seu papel institucional e, principalmente, honrando a confiança que o eleitor, na condição de agente popular, depositou em cada um.
Insistir nesse erro é mesmo que não ter responsabilidade com a História.

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