quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

TODOS OS OLHOS PARA O PRESIDENTE

Rodolfo Juarez
Depois da posse dos deputados e das deputadas estaduais realizadas ontem, dia primeiro, na Assembléia Legislativa do Estado, as atenções voltam hoje para aquele parlamento na expectativa da eleição da Mesa Diretora, mas principalmente, do presidente.
E a população tem muitos motivos para ficar atenta com relação a essa eleição, direta e secreta, que vai ser realizado na Assembléia, tida e havida como a casa do povo, onde estão instalados os 24 representantes escolhidos para representá-lo, todas as vezes que tiver que definir os rumos da sociedade amapaense.
Já faz algum tempo que a população do Estado deixou de ver nos deputados estaduais como os seus legítimos representantes e, segundo os analistas, com justo motivo, pois passaram a perceber que as necessidades da população não ganharam prioridade nas discussões que foram levadas a efeito no parlamento estadual e, muito menos, nas tomadas de decisão na composição do sistema de gerência do Estado.
Havia uma espécie de desconfiança da população para com os representantes, um sentimento que prejudicava a relação entre os membros do povo e os representantes que haviam escolhido.
Essa desconfiança ganhava corpo a cada necessidade da comunidade, sempre maltratada ou desconsiderada pelos deputados que passaram a falar em uma linha de poder desde quando se sentiram responsáveis pela eleição do prefeito da Capital, em outubro de 2008.
Parecia que os deputados estavam ali apenas esperando as eleições para ganhar outro status e alçar outros vôos, agora mais altos, sem perceber que esse comportamento e outros a eles claramente vinculados, acabavam por retirar deles a legitimidade da representação e a se formar um grupo de pessoas que esperava passar o tempo para deixar os lugares para serem ocupados por outros.
E não deu outra. Metade das 24 vagas foram desocupadas pela força dos votos dos eleitores no daí 3 de outubro do ano passado, por ocasião das eleições regionais.
O novo presidente da Assembléia Legislava do Estado do Amapá receberá, junto com suas atribuições Regimentais e Legais, outras atribuições que têm direta referência com a sociedade que ainda está espantada com o que foi apresentado nos últimos 3 meses do ano passado, deixando exposto as vísceras do parlamento estadual e mostrando que tem muita coisa para ser operada no caminho da recuperação do Poder.
As dificuldades do novo presidente aumentam quando olhar para o lado e ver que muitos dos seus colegas deputados vão ter que passar por uma verdadeira reciclagem nos seus comportamentos e uma restauração nos seus propósitos para que possa, outra vez, constituir-se no importante elo que é, como fiscal da execução do orçamento do estado e do da própria Assembléia Legislativa.
Vai ter que alinhar o Tribunal de Contas do Estado, conforme as suas atribuições Constitucionais, de tal forma que possa voltar a ser o órgão assessoria que tanto a Assembléia precisa e ainda ser segunda base sob a qual se assenta a orientação da estrutura organizacional e operacional do Estado.
O trabalho do próximo presidente é muito especial e ainda tem que ter caráter de urgência, pois a defasagem entre o que precisam fazer os deputados e o que fizeram até agora, é muito grande.
Vai precisar o próximo presidente da Assembléia Legislativa, ter mais do que dois olhos atentos, vai precisar contar com os olhos de todos os deputados e o esforço de cada um, para fazer valer a importância da Assembléia Legislativa.

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