sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

AINDA É MELHOR PREVENIR

Rodolfo Juarez
As autoridades e mesmo as organizações sociais acostumaram-se a deixar que as coisas aconteçam para depois agir ou ordenar a ação.
Entre as autoridades estão os principais gestores e os auxiliares desses gestores, mas também estão autoridades que se propuseram a tratar de assuntos específicos ligados à criança e o adolescente, como é o caso dos Conselhos Tutelares.
É certo que a atribuição para cuidar dos interesses da criança e do adolescente está distribuída entre vários entes públicos, mas não seria isso um complicador, ao contrário, poderia ser um facilitador para as ações conjuntas na prevenção como está posto nos manuais.
Também é certo que as autoridades se acostumaram a deixar de lado os títulos, capítulos, seções e artigos da parte das regras que tratam da prevenção, mas também é certo que as oportunidades para agir nem sempre estão visíveis.
Mas, agora, em Macapá, no Bairro do Buritizal (e também em outros bairros da Capital) a situação é propícia para a intervenção das secretarias de ação social, tanto do Governo do Estado como da Prefeitura do Município, da Promotoria que trata do assunto no Ministério Público, do Juizado da Infância e da Juventude, do Conselho Tutelar, de outras organizações públicas ou privadas que estejam dispostas a enfrentar um problema que nasce com muita força e anuncia o recrudescimento das dificuldades em curto prazo.
Evitando o recrudescimento dessas dificuldades evita-se também, as caras e desgastantes operações contra menores infratores em Macapá, implicando no acréscimo da lotação já observada nas cassas de custódia que são mantidas pelo Poder Público com uma proposta de ressocialização, mas que, pela falta de muita coisa, facilmente se transforma em depósitos de crianças e adolescentes.
Está crescendo rapidamente em diversidade e número, a presença de adultos, adolescentes e crianças, no canteiro central e nas laterais da Rua Claudomiro de Moraes, construindo um grande grupo de fácil controle de agentes do crime, especialmente no subgrupo formado por criança e adolescentes.
Lá, na Rua Claudomiro de Moraes, se repete, mas de forma muito mais agressiva, o que já acontece na Avenida FAB, às proximidades da Leopoldo Machado; na Rua Hamilton Silva, às proximidades da Avenida Mendonça Júnior e em outros locais que são “descobertos” por garotas e garotos de programa, dispostos tirar do corpo o seu próprio sustento e o sustento de alguns de seus familiares.
Porque não agir preventivamente?
Porque não fazer valer o império do Estado de Direito de forma preventiva?
Não podemos esperar que o pior aconteça para, então, partir para o enfrentamento, convidando os repórteres policiais para fazer a cobertura e depois mostrar na televisão que este grupo “está preocupado” com aquelas crianças e adolescentes em “estado de risco social”.
Se precisar que alguém seja o guia, tem muitas pessoas dispostas a se apresentar para fazer esse serviço e, de forma preventiva – isso ainda é possível – surpreender a “má sorte” daquelas crianças e daqueles adolescentes que a sociedade empurra para a marginalidade e que o organismo social, mesmo pago para evitar, não toma qualquer providência que possa barra o pior resultado.
Nesse momento, os motivos que os adolescentes e as crianças estão alegando para imitar os adultos, professores do sexo-pago, não são conhecidos, mas são perfeitamente conhecidos os locais onde esses mesmos adultos, adolescentes e crianças estão “no comércio do sexo”.

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