domingo, 22 de janeiro de 2012

DETERMINISMO E LIVRE-ARBÍTRIO

Rodolfo Juarez
No final de semana tive oportunidade de conversar com pessoas interessadas em avaliar ao longo período de crise que, na visão da maioria da população, se instalou no Estado e que, desde 2009 até agora, apesar de não ter os mesmos motivos, não se modificou e, de vez em quando, aceita novos motivos que acirrá-la.
Sem encontrar um ponto comum para a transição política no comando do Estado entre o titular e o vice, começou a instalação da crise. Os “caciques” de então não encontraram o entendimento. Mas como o tempo não para, as definições foram sendo tomadas e o resultado, foi cada um para o seu lado, em uma manifesta irresponsabilidade política que recrudescia os erros administrativos.
Depois das eleições de 2010, quando a oposição venceu o pleito, todas as farpas foram postas para fora, situação pressionada pelo histórico que deixara a Operação Mãos Limpas, deflagrada em setembro de 2010, vinte dias antes das eleições e que fora decisiva para o resultado.
Já em 2011 o Governo, com necessidade de dar uma resposta forte para a população, declarou o Governo do Estado em crise, pontuando 19 medidas que, no final do ano, não refletiram os anúncios havidos no dia 19 de janeiro.
Agora, no começo de 2012, as relações institucionais parecem mais afetadas do que no final dos dois últimos anos, 2009 e 2010. Outros ingredientes compõem o cenário, mas os problemas parecem insolúveis deixando, como levantado, a clara falta que está fazendo o conceito de responsabilidade.
E o que é responsabilidade?
Responsabilidade pode ser conceituada com a obrigação que as pessoas têm de responder pelos próprios atos, e pressupõe que tais atos se apoiam em razões ou motivos.
O termo aparece em discussões sobre determinismo e livre-arbítrio, pois muitos defendem que se não há livre-arbítrio não pode haver responsabilidade individual, visto que as ações pelas quais o individuo seria responsabilizado não foram praticadas de livre e espontânea vontade.
Os motivos das ações de um indivíduo responsável devem fazer sentido e esse deve fazer conhecer suas opiniões sem causar transtorno ao resto da comunidade.
Ser responsável é obrigação de qualquer cidadão para uma vida saudável em sociedade.
A ausência de responsabilidade é uma das pragas mais nocivas da nossa sociedade. Em vez de assumir a responsabilidade pelos seus atos, pessoas de baixo nível ou nível zero de responsabilidade procuram os culpados, indicam os possíveis culpados e, se necessário for, transferem descaradamente a responsabilidade para outros que nada tem a ver com a história.
Em algumas culturas, como a asiática, por exemplo, as pessoas são orientadas desde pequenas para assumir a responsabilidade por suas ações. Em outras, como a latina, as pessoas resistirão até a morte sem a coragem necessária para assumir a responsabilidade ainda que sejam flagradas por testemunhas como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.
A situação indesejável é quando os agentes públicos não assumem as suas responsabilidades e passam a negá-la e se valer de posições para alimentar essa irresponsabilidade, provavelmente sem perceber o mal que está fazendo para uma coletividade ou para uma população.
O cenário instalado no Amapá, já faz algum tempo, é o melhor exemplo para identificar o que é falta de responsabilidade.

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