sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

PERSISTIR NO ERRO PODE SER BURRICE

Rodolfo Juarez
Desde quando o Governo do Estado decidiu acabar com a estrutura que dispunha para renovar e
aprimorar os modelos de navegação no Rio Amazonas e seus afluentes; nos rios Jari, Cajari, Oiapoque, Mazagão, Santana e tantos outros que banham ou irrigam os territórios do Estado, que a navegação fluvial deixou de receber a atenção dos dirigentes estaduais.
A decisão de melhorar a navegação fluvial na região de influência do Amapá, foi do governador e marinheiro, Annibal Barcellos.
Uma intriga por causa de uma balsa-hospital, que tinha a possibilidade de levar os agentes de saúde ao ribeirinho, começou tudo e ficou pelas cais de Calçoene, até ser vendida pelo Estado como ferro velho.
Junto com a balsa-hospital, embarcações de carga geral e especial; de passageiros e carga, também foram desativadas e algumas delas estão navegando longe de Macapá e Santana, fazendo o serviço para outras populações, bem distantes das daqui.
O plano dava continuidade às primeiras soluções encontradas para o setor e que vieram em balsas especiais, como a Uaçá, que serviu para transportar tantas riquezas e tantas pessoas, desde a década de 60, servindo como ponto de equilíbrio de preço para alguns produtos que hoje entregues às regras de particulares que os fazem crescer o preço toda vez que entendem ser necessário.
As justificativas que sustentaram o projeto estavam na vocação natural da região, mas também, no respeito aqueles que tinham morrido de forma violenta, no dia 6 de janeiro de 1981, nas águas do Rio Cajari, em uma viagem iniciada em Santana e que tinha como destino final, onde muitos nunca chegaram, o Beiradão, mais tarde, sede do Município de Laranjal do Jari.
As embarcações seguras foram projetadas e encomendadas. Comandante Idalino, Comandante Solon, Comandante Seabra, todos barcos de ferro e aço, para passageiro e carga, suficientemente seguros para garantir aos passageiros conforto e confiança durante as viagens.
Mas esses argumentos não evitaram o encerramento das atividades da Senava, que tinha prédio próprio, que hoje abriga uma escola pública na frente da cidade, de onde nasciam os projetos para a construção das embarcações e financiamento dessas embarcações.
Também era a Senava que estava preparando o Plano Diretor para o Transporte Fluvial na Região de Influencia da Economia do Amapá, no qual estavam contemplados terminais de carga e passageiros em Macapá, Santana, Laranjal do Jari e Oiapoque.
Um programa precisa ser atualizado e reativado para atender as necessidades regionais e também para mostrar respeito àquele que morreram afogados, no dia 6 de janeiro de 1981 e que eles não morreram em vão.
As autoridades da Marinha do Brasil têm poucos registros sobre o acontecimento ocorrido há 31
anos, mesmo assim são suficientes, considerando o número de mortos em um único evento, para exigir a participação mais ativa das ações que hoje são desenvolvidas e que estão voltadas para a segurança das pessoas que viajam nas embarcações regionais.
O rio é uma estrada natural que está pronta, precisa apenas de veículos seguros, um mínimo de
sinalização e comandantes instruídos para atender tudo o que a população daqui precisa.
Não erremos mais, deixando o tempo passar.

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